+ Sem tempo de ler o texto todo? Confira os principais destaques!
A produtividade do milho safrinha aumentou muito nos últimos anos em função do investimento em tecnologia e da adoção de boas práticas de cultivo. Como resultado, as expectativas de colheita são cada vez maiores.
A previsão é que o país produza 86,1 milhões de toneladas de milho de segunda safra apenas em 2022.
No entanto, para aproveitar o cenário favorável e a rentabilidade do milho safrinha, o produtor precisa adotar uma série de medidas.
Dentre elas, podemos citar a realização de um bom planejamento, a escolha do híbrido correto e o monitoramento das pragas que atingem a lavoura.
Além disso, é fundamental que o produtor utilize ferramentas digitais que facilitam o monitoramento, o diagnóstico e a gestão eficiente da lavoura.
Boa leitura!
+++
Antes subestimado, hoje o cultivo do milho safrinha se tornou uma das principais fontes de renda para o agricultor brasileiro.
Em função do plantio e colheita cada vez mais eficiente, houve um aumento significativo da produtividade da lavoura, o que também influencia positivamente na balança comercial da cultura.
Apesar desse cenário favorável, muitos agricultores de milho de segunda safra ainda não estão atingindo os melhores resultados que a lavoura é capaz de proporcionar.
Mas como melhorar esses resultados? Consultamos os especialistas para compartilhar 12 passos indispensáveis para aumentar a produtividade do milho safrinha.
Quer conhecer as dicas? Acompanhe os próximos tópicos!
Antes de apresentar as dicas para aumentar a produtividade da lavoura, é importante lembrar o que é e qual o potencial de produção do milho safrinha.
Na definição da Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária), milho safrinha é apresentado como o milho de sequeiro cultivado extemporaneamente, de janeiro a abril.
Seu plantio ocorre quase sempre depois da soja precoce, na região Centro-Sul do Brasil.
Há cerca de 25 anos a safrinha praticamente não tinha relevância na produção agrícola brasileira.
Era considerada uma atividade arriscada do ponto de vista agronômico, pois era semeada fora da época considerada “normal”. Isso acontecia por conta, principalmente, das condições climáticas.
Afinal, no período em que o safrinha é semeado, a lavoura está mais sujeita ao déficit hídrico e a temperaturas mais baixas (inclusive geadas), além da menor radiação solar.
Por ser um cultivo de maior risco e incertezas, no passado o produtor se restringia à semeadura e à colheita, muitas vezes utilizando sementes dos híbridos colhidos na safra de verão. Daí ficou conhecida como “safrinha”.
Mas houve uma virada!
+ LEIA: 25 mil reais a mais! Como a agricultura digital auxilia no cultivo da safrinha
Por trazer maior rentabilidade econômica, a soja tornou-se, aos poucos, a principal cultura de verão no Brasil, principalmente depois do advento da soja RR (Adegas et al. 2010).
Os produtores passaram a focar no cultivo do milho depois da colheita das áreas de soja. Por isso, a safrinha tornou-se a vedete da produção nacional de milho.
Para viabilizar essa mudança, o produtor buscou inovações para superar os desafios de se obter alta produtividade durante a safrinha.
Mas não foi por acaso que a safrinha tornou-se a “preferida” do produtor de milho. Ele viabilizou esse modelo de cultivo ao adotar práticas agrícolas adequadas e incorporar tecnologias de ponta.
Por isso, hoje os números da produtividade média do milho safrinha chamam a atenção no setor agrícola. As expectativas de produção, ano após ano, reforçam o potencial desse modelo de cultivo do milho.
De acordo com dados da Conab (Companhia Nacional de Abastecimento), a expectativa é que a produção de milho safrinha alcance a marca de 86,1 milhões de toneladas na safra 2021/22.
A Conab estima que a produtividade média do milho safrinha por hectare alcance aproximadamente 88 sacas ou 5.320 kg/ha em 2022. Isso representa um aumento de 21,8% em relação à safra passada.
Não é o aumento de área. De acordo com Sérgio De Zen, diretor de Política Agrícola e Informações do Conab, o crescimento da produtividade do milho safrinha se deve a dois fatores.
O primeiro deles é que a cotação de preço da saca de milho está mais atraente aos produtores. Por isso, eles decidiram investir mais no plantio desse ciclo.
Já o segundo fator é que o plantio do milho safrinha tem sido realizado dentro da janela ideal de cultivo, especialmente nas áreas em que o agricultor cultiva soja antes do milho de segunda safra.
Dados do Conab também revelam que o regime de chuvas e as condições climáticas têm favorecido o cultivo do milho de segunda safra em muitas regiões produtoras.
Diante disso, o produtor que aproveita o cenário favorável e adota as práticas corretas de cultivo e colheita da safrinha consegue aumentar a produção e a rentabilidade.
Leia Também: Aprenda o que é janela de plantio, como funciona e qual é o momento ideal para cultivar cada cultura
Mas como o agricultor pode melhorar suas práticas de cultivo? Para responder a essa pergunta, apresentamos 12 dicas para o produtor superar os desafios do cultivo nessa época do ano e alavancar a produtividade do milho safrinha.
Confira ainda como a agricultura digital pode ajudar a maximizar os resultados da lavoura, transformando a safrinha em “safrona”.
CONFIRA: Quatro dicas para evitar perdas na colheita do milho safrinha
Além da menor umidade, temperatura e radiação solar, outros fatores podem conspirar contra o potencial produtivo do milho safrinha, como fertilidade do solo, híbrido, plantio, pragas, doenças, daninhas.
Para não correr o risco de perder rentabilidade, o produtor precisa se preparar para enfrentar esses obstáculos.
O ideal é que o planejamento da safrinha se inicie quando se planeja a cultura anterior. Nesse período, ele deve prever a colheita da cultura antecessora do milho, sempre visando liberar a área o mais cedo possível.
Por conta disso, os produtores usam cultivares de soja mais precoces. Assim, é possível estabelecer a área de milho na época de maior probabilidade de sucesso, considerando as necessidades hídricas e térmicas das plantas.
Vale lembrar que o plantio da lavoura no melhor momento e a escolha correta dos híbridos são a base do planejamento do milho safrinha.
Todas as demais definições quanto ao manejo da lavoura e nível de investimento a ser adotado estão atreladas a essas decisões.
Durante o planejamento, lembre-se de avaliar o sistema todo, e não apenas uma safra isolada.
No caso de um sistema soja verão + milho safrinha, por exemplo, escolher variedades de soja de ciclo mais curto permite que a colheita de verão ocorra com maior antecedência, ampliando a janela de plantio do milho.
O ciclo do safrinha tende a ser mais longo que o milho de verão. Por isso, o uso de híbridos semi-precoces (que expressam potencial produtivo mais rápido) é o mais indicado.
Assim, o produtor pode encurtar o período no campo, escapando da fase mais crítica de déficit hídrico e luminosidade solar (mais próxima do inverno).
Essa decisão é crucial para o sucesso da safrinha, pois permite aproveitar melhor a janela de plantio.
Porém, de acordo com a Embrapa, a escolha dos híbridos também deve levar em consideração a época de plantio dentro do período recomendado para a safrinha.
Por isso, o ideal é que o produtor avalie aspectos como:
Além disso, o ideal é que os produtores situados na maioria das regiões produtoras do país considere os seguintes critérios durante a escolha do híbrido, independente do período de plantio:
Vale lembrar que, na maioria das regiões produtoras, são utilizados híbridos de alta performance produtiva, que são mais exigentes quanto à tecnologia empregada (manejo de adubação, doenças e pragas).
Por outro lado, os híbridos têm maior potencial produtivo e geram plantas mais homogêneas - quanto à altura, tamanho da espiga etc.
Já a época de semeadura é influenciada principalmente pela latitude e altitude da região, bem como pelo tipo de solo e ciclo do híbrido.
É essencial que o produtor acompanhe diariamente as variações do tempo e saiba como elas afetam a safrinha.
Isso é importante tanto para a escolha de híbridos para a área, como para a adoção das melhores práticas de manejo.
O milho safrinha tem sua produtividade afetada pelo regime de chuvas e por fortes limitações de radiação solar e temperatura, principalmente na fase final de seu ciclo.
O déficit hídrico é um fator limitante para o desenvolvimento da cultura. Em condições de seca, ocorre uma baixa disponibilidade de água no solo e o gradiente de potencial hídrico no sistema solo-planta-atmosfera é interrompido.
Assim, a planta entra em período de estresse devido à desidratação das células e tecidos.
Vale lembrar que a disponibilidade hídrica é um fator decisivo, principalmente, em três estádios do desenvolvimento do milharal:
A luminosidade e a temperatura também impactam a cultura. É que o milho tem maior eficiência no uso da radiação solar e, praticamente, não apresenta saturação por radiação.
Ou seja, não reduz o processo de fotossíntese ao longo do dia, conseguindo manter sua produção de carboidratos em um nível adequado. A temperatura ainda apresenta grande influência sobre a entrada dessa cultura no período reprodutivo.
Uma boa pedida para o produtor é acompanhar as condições climáticas com o apoio da agricultura digital. Para tanto, pode utilizar a funcionalidade Radar Meteorológico, da plataforma de agricultura digital Climate FielViewTM, da Bayer.
Com essa ferramenta, ele pode obter a previsão de chuvas para as próximas 6h e também indica o acumulado da precipitação das últimas 24h em determinada região.
O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento mantém um programa chamado de Zoneamento Agrícola de Risco Climático (ZARC).
Esse programa fornece informações sobre as épocas de plantio de milho com menores riscos tanto na safra de verão, como na safrinha, e para todo o país.
Por conta dessas informações, essa é uma ferramenta que deve ser sempre consultada pelo agricultor no momento de planejamento da lavoura.
Uma saída para o produtor enfrentar as dificuldades do clima no cultivo da safrinha é recorrer a híbridos mais adaptados ao déficit hídrico.
Outra saída para o produtor pode ser a irrigação da lavoura. Mas essa decisão deve ser bem avaliada. Ele deve considerar vários fatores, como:
Há um período durante o ciclo da cultura em que mais água é consumida diariamente. No caso do milho, esse período coincide com o florescimento e enchimento de grãos.
+ SAIBA MAIS: Entenda o funcionamento da fertilidade nos solos brasileiros e como ele impacta a saúde das lavouras
De nada adianta escolher bem o material se, no momento do plantio, a população semeada não for adequada!
É que a densidade de plantas possui grande influência na produtividade da lavoura de milho, que é a gramínea mais sensível à variação na densidade de plantas.
Esse fator influencia a capacidade do cultivo em captar recursos do ambiente, como água, luz e nutrientes. E para cada sistema de produção, existe uma população que maximiza o rendimento de grãos.
O patamar ideal, segundo a Embrapa, varia de 30.000 a 90.000 plantas/ha, dependendo das condições hídricas, da fertilidade do solo, do ciclo do híbrido, da época de plantio e do espaçamento.
Os híbridos modernos são mais tolerantes ao ajuste de população quanto a expressarem o máximo potencial genético.
Após definir os materiais e a população a ser semeada em cada região da lavoura, é hora de posicionar os híbridos.
Os melhores resultados de produtividade são obtidos quando o híbrido é adequadamente posicionado e manejado de acordo com as características de cada região da propriedade.
O material precisa ser o mais adaptado possível para a região ou local para o qual está posicionado, com reflexo direto na produtividade da lavoura.
Para que o produtor tenha eficiência ao fazer esse plantio em cada talhão, ele pode utilizar a funcionalidade de Prescrições de Sementes do FieldViewTM.
Com o apoio dessa ferramenta digital, é possível escolher as taxas de sementes que devem ser usadas em cada área do talhão, permitindo gerar uma prescrição de plantio de forma fácil e rápida.
Para a definição das Prescrições de Sementes para uma área são usadas as camadas de dados disponíveis na plataforma do FieldViewTM, geradas digitalmente nos diferentes manejos realizados ao longo da safra, como plantio, pulverização e colheita.
+ CONFIRA TAMBÉM: Produção 30% maior: produtor de milho ganha mais ao utilizar a prescrição de insumos
Para a obtenção de altas produtividades na safrinha, uma adubação equilibrada é fundamental.
Os principais nutrientes demandados pelo milho safrinha são, em sequência: Nitrogênio, Potássio, Cálcio, Magnésio, Fósforo.
Adotar o sistema de plantio direto, com adequada cobertura da superfície, permite o aumento da infiltração da água no solo e a redução da evaporação, com consequente aumento no teor de água disponível para as plantas.
Além disso, o ideal é que o agricultor siga as seguintes recomendações:
Pragas e doenças são ocorrências prováveis durante o ciclo da cultura e a utilização de defensivos para controlá-las é imprescindível.
Contudo, algumas situações podem prejudicar a eficiência da aplicação:
Uma boa pedida é utilizar ferramentas da agricultura digital para acompanhar as operações. Ao mapear a pulverização com o dispositivo FieldViewTM Drive, é possível identificar problemas na aplicação em tempo real.
No estabelecimento da área com milho safrinha, a regulagem da semeadora é um dos principais fatores que interferem no resultado do plantio.
Por isso, é fundamental que o produtor faça uma inspeção geral nos elementos de corte e de deposição de adubo, engrenagens, correntes de transmissão e discos duplos de corte do carrinho da semente.
Além disso, ele deve conferir os limitadores de profundidade, compactadores, condutores de adubo e semente e, principalmente, os componentes de distribuição de cada máquina.
Outro detalhe importante é que a lubrificação do equipamento deve ser feita no início do plantio e durante todo o período de utilização, de acordo com as orientações do fabricante.
O nivelamento da semeadora também deve ser ajustado, assim como o espaçamento das fileiras. Para completar, é necessário verificar as linhas e regular a taxa de adubo e semente.
Vale lembrar que, segundo a Embrapa, a qualidade da semeadura também está relacionada ao tipo de dosador de semente, do limitador de profundidade e do compactador de sulco.
Mas além do equipamento em si, fatores externos também podem influenciar a operação, como tamanho do trator, tipo de solo, umidade, velocidade de operação e experiência do operador.
SAIBA AINDA: Como a correta regulagem das plantadeiras pode influenciar os resultados da produtividade no campo
Adequar o arranjo espacial da semeadura na área é uma das mais importantes práticas e técnicas empregadas para a obtenção de altas produtividades na cultura do milho (Almeida et al., 2000). Esse mesmo pensamento vale para a safrinha.
Diferentes arranjos espaciais, que resultam da combinação do espaçamento entre linhas da cultura e o número de plantas por metro, têm sido discutidos com maior frequência.
De maneira geral, a melhor distribuição espacial das plantas na área resulta em um fechamento mais rápido dos espaços disponíveis, diminuindo a duração do período crítico de competição das plantas daninhas e a erosão.
VEJA AINDA: Quer aplicar fungicidas com sucesso? Confira algumas dicas!
A adoção de múltiplas estratégias, por meio do Manejo Integrado, pode ser decisiva para controlar o impacto de 3 grandes dores de cabeça do produtor: pragas, doenças e daninhas.
Dentre os fatores que contribuem para a queda no rendimento dos grãos na safrinha, as pragas ocupam lugar de destaque.
Elas provocam perdas desde a fase inicial da cultura, podendo reduzir drasticamente o estande de plantas, afetar a densidade de sementes logo após a semeadura e causar danos durante toda a fase vegetativa e reprodutiva.
É importante ter cuidado, por exemplo, com o percevejo barriga-verde (D. melacanthus). Na soja, ele é considerado praga secundária, mas pode se manter na área depois da colheita da oleaginosa, afetando a safrinha.
Por isso, é importante usar o Manejo Integrado de Pragas, com monitoramento constante da área, tratamento de sementes e controle biológico. O uso de defensivos também deve ser viável, mas tomando cuidado com a seleção de resistência.
CONFIRA TAMBÉM: Saiba como a mosca-branca e os percevejos podem devorar a rentabilidade do produtor rural
Apesar de haver fatores que não são possíveis de se controlar na lavoura, podemos ver que o produtor consegue aumentar a produtividade média do milho safrinha.
Para isso, além de seguir nossas dicas, ele deve utilizar uma boa ferramenta de agricultura digital, direcionando os investimentos e gerenciando melhor as operações.
E ter os dados na palma da mão por meio de ferramentas de agricultura digital pode ajudar a mapear essas oportunidades.
Conheça já os planos e funcionalidades do Climate FieldViewTM e tenha melhores resultados no seu plantio de milho safrinha!
+ Aprenda tudo sobre a colheita do milho e como saber se as espigas estão prontas
+ Aprenda tudo sobre o milho safrinha e veja 9 passos para potencializar a produtividade