A colheita de milho bem-sucedida exige a adoção integrada de boas práticas de manejo e tecnologias da agricultura de precisão e digital.
Colheita de milho.
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A colheita de milho é uma etapa determinante na rentabilidade da safra. Caso não seja feita corretamente, o produtor pode registrar perdas consideráveis, que podem chegar a 8% da sua produção.
Para evitar esse problema, a operação deve ser feita no período correto, que varia de acordo com a safra do milho e as condições climáticas. O agricultor também precisa identificar o ponto de colheita, que depende da umidade, da maturidade fisiológica e da linha de leite do grão.
Além disso, ele deve investir em boas práticas, como fazer o planejamento da lavoura, o manejo de pragas e plantas daninhas, e a manutenção das colhedoras.
O uso integrado dessas medidas, aliado às tecnologias na agricultura, melhora os resultados da colheita e ainda contribui para uma cadeia produtiva mais sustentável.
Boa leitura!
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A colheita de milho é um dos momentos mais críticos do processo produtivo. Caso não seja bem executada, ela pode causar perdas significativas de produtividade.
Para se ter uma ideia do tamanho do prejuízos, estima-se que cerca de 7 a 8% da produção de milho seja perdida durante a colheita mecanizada. No entanto, o produtor pode minimizar essas perdas adotando estratégias de manejo que combinam boas práticas agrícolas e tecnologia, como ferramentas da agricultura digital.
Neste artigo, você vai entender quando iniciar a colheita de milho, quais as melhores práticas de manejo durante essa operação e como torná-la mais produtiva e sustentável.
O ciclo da colheita de milho
Colheita de milho.
O ciclo de colheita do milho no Brasil está estruturado em três safras principais. A primeira é chamada de safra de verão, cuja colheita ocorre entre fevereiro e junho na maioria dos estados.
Já a segunda safra, conhecida como milho safrinha, tem sua colheita concentrada entre junho e setembro. Além disso, muitos produtores têm investido no cultivo da terceira safra de milho, chamada safra de inverno. Nesse caso, normalmente, a colheita ocorre entre agosto e novembro.
Quando iniciar a colheita de milho?
O início da operação depende da análise de vários fatores. Um deles é o ciclo de vida da cultura, que é relativamente curto. Ele varia de 120 a 180 dias, desde o plantio até a maturidade da planta.
Durante esse período, as espigas amadurecem cerca de 50 dias após a floração, quando os grãos se tornam secos e os cabelos das espigas ficam amarronzados. No entanto, esse período pode variar dependendo do híbrido semeado.
Além disso, o cronograma de colheita também é impactado por outros fatores, como as condições climáticas e as práticas agrícolas adotadas. Por conta dessas incertezas, o ideal é que o produtor identifique o ponto ideal para o início da operação com base na análise de outros sinais.
Como identificar a época ideal para colheita de milho?
O produtor deve avaliar alguns fatores para identificar o momento certo para iniciar a colheita. Um deles é observar o ponto de maturidade fisiológica do milho, que pode ser identificado pela coloração amarelada das folhas.
No entanto, esse processo de identificação pode não ser totalmente preciso em alguns casos. Devido às características de certos híbridos, a planta pode manter a folhagem verde mesmo estando no estágio final de maturação.
Por isso, também é importante avaliar outros sinais de maturidade, como o teor de umidade dos grãos. Segundo a Embrapa Milho e Sorgo, a operação pode ser realizada quando os grãos apresentarem 25% de umidade.
Porém, para reduzir riscos de danos durante a colheita mecanizada, o teor de umidade ideal para a colheita é entre 16% e 18%. O produtor também deve observar o movimento da linha de leite dos grãos, que separa a matriz líquida (açúcares) do grão da matriz sólida (amido).
À medida que o índice de matéria seca do grão aumenta, essa linha se desloca da coroa para a base da espiga. Quando isso ocorre e surge um ponto preto, o milho está fisiologicamente maduro, embora possa ainda ter umidade elevada.
Vale lembrar que o produtor também deve verificar a previsão do tempo antes de iniciar a operação. Caso haja chuvas previstas, o ideal é adiar a colheita até que as espigas sequem. Isso ajuda a evitar a proliferação de fungos e bactérias durante o armazenamento.
Para acompanhar de perto as condições meteorológicas, uma boa ferramenta é o Radar Meteorológico da Climate FieldView, que é a plataforma de agricultura digital da Bayer. Com essa ferramenta, é possível monitorar a previsão de chuvas para as próximas 6 horas e o acumulado das últimas 24 horas em todas as regiões do país.
A linha de leite pode ser observada na figura acima, sendo destacada pela parte central da espiga. Quanto menor essa área, maior o volume de matéria seca.
Tecnologias que otimizam a colheita
O investimento em tecnologia é um dos principais fatores que explicam o sucesso do Brasil como um dos maiores produtores de milho do mundo.
Muitos agricultores já adotam ferramentas da agricultura de precisão e da agricultura digital para otimizar todas as etapas da cadeia produtiva, incluindo a colheita.
Eles utilizam soluções como drones e imagens de satélite para monitorar o desenvolvimento vegetativo da cultura. É o caso do Diagnóstico FieldView, em que o produtor, a partir de imagens de satélite, recebe dados detalhados dos talhões da lavoura.
Essa ferramenta fornece dados sobre a saúde das plantas, facilitando a identificação de áreas que precisam de atenção e orientando ajustes estratégicos de manejo.
Esses dados de monitoramento da lavoura podem ser integrados pelo FieldView™, que é um software de gestão agrícola. Essa tecnologia usa da inteligência artificial e da ciência de dados para processar, integrar e armazenar dados coletados ao longo da safra, inclusive das diferentes operações agrícolas realizadas no campo.
A partir dessa coleta dos dados dos talhões, a plataforma gera relatórios e mapas interativos, como mapas de produtividade e de colheita, que permitem acompanhar a operação em tempo real e otimizam a capacidade do produtor de analisar todos os detalhes da safra, em cada ponto da lavoura.
Quando usadas de forma integrada, essas tecnologias aumentam a eficiência da colheita, melhoram a produtividade e reduzem desperdícios, otimizando a gestão agrícola.
Boas práticas para reduzir perdas durante a operação
Para reduzir as perdas durante a colheita de milho, o produtor precisa adotar algumas práticas específicas de manejo. Conheça cada uma delas a seguir:
Planejamento
O sucesso da operação começa antes mesmo da entrada da colheitadeira na lavoura, ainda na fase de planejamento da safra. O produtor deve definir com antecedência diferentes parâmetros.
Por exemplo, a necessidade de contratação de mão de obra, a finalidade do cultivo (para produção de sementes ou milho verde, por exemplo) e o tamanho da área a ser colhida. Um bom planejamento tende a, no final da safra, ter impacto positivo na colheita.
Colheita de milho safrinha.
Manejo de plantas daninhas
A presença de plantas daninhas durante a operação de colheita pode causar o embuchamento das colheitadeiras. Além de reduzir o desempenho do maquinário, esse problema pode espalhar as sementes dessas invasoras pela área de plantio, prejudicando a próxima safra.
Por isso, o produtor deve monitorar a lavoura e aplicar estratégias para eliminar essas plantas antes da entrada das máquinas no campo.
Manejo de pragas
As máquinas utilizadas na operação podem disseminar algumas pragas pela área de plantio. Para evitar esse problema, é importante fazer o Manejo Integrado de Pragas (MIP), antes do início da colheita e cuidar da limpeza das colhedoras.
Manutenção do maquinário
As máquinas agrícolas utilizadas durante a operação, como colheitadeiras, tratores e caminhões, também devem passar por uma manutenção preventiva antes da sua entrada em campo. Isso é importante para melhorar o desempenho do maquinário, agilizar a colheita e reduzir perdas.
O cuidado prévio com as colheitadeiras deve incluir a revisão dos sensores da máquina, assegurando que todos os dados da operação sejam devidamente registrados.
Ajuste da velocidade do maquinário
Durante a operação, a velocidade da colheitadeira deve ser mantida entre 4 km/h e 6 km/h. Se a velocidade for superior a esse intervalo, há o risco de quebra ou queda dos grãos, o que resultaria em perdas durante o processo.
Durante a operação, é possível, mesmo à distância, acompanhar pelo FieldView se a velocidade recomendada para a colheita está sendo cumprida durante a operação.
A importância do manejo integrado para garantir uma colheita sustentável
Agricultura digital em milho.
Todas as etapas da cadeia produtiva de milho podem ser otimizadas com a adoção integrada de diferentes técnicas e tecnologias de manejo agrícola. E a colheita não é exceção. O resultado dessa operação reflete diretamente as práticas adotadas ao longo do ciclo de desenvolvimento da cultura.
O produtor que investe no manejo integrado de pragas, doenças e plantas daninhas, por exemplo, minimiza os riscos de perdas causadas por esses organismos durante a passagem da colhedora.
Além de reduzir os custos de produção, isso resulta em uma colheita mais eficiente e diminui seus impactos no meio ambiente, tornando o processo mais sustentável.
A sustentabilidade da fazenda pode ser reforçada pelo FieldView™ pela adoção de práticas como o plantio direto e pela construção de uma fazenda inteligente, que integra tecnologias digitais ao processo produtivo.
Além de promover ganhos econômicos, essas medidas criam um sistema produtivo resiliente, capaz de enfrentar desafios climáticos e de mercado, garantindo a sustentabilidade econômica e ambiental da fazenda a longo prazo.
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