Aprenda o que são fungicidas, para que servem e como aplicar na lavoura

Por Equipe FieldView™ em 14/12/2020 17:02:52

As doenças fúngicas estão entre as grandes inimigas da produtividade da soja. Para proteger o desenvolvimento da cultura, o produtor deve fazer o manejo integrado e utilizar fungicidas adequadamente, podendo otimizar o desempenho dos defensivos com o uso da agricultura digital  

Máquinas agrícolas fazendo a pulverização de soja

A aplicação de fungicidas exige conhecimento técnico

O manejo correto das doenças pode ser decisivo para proteger a produtividade da cultura da soja. Mas essa não é uma tarefa simples. Inúmeros patógenos podem atingir a lavoura, do início ao fim do ciclo.

Um grupo de enfermidades que está entre as que mais levam problemas ao agricultor são as causadas por fungos. Para controlá-las, o produtor deve priorizar o Manejo Integrado de Doenças. Com essa finalidade, é importante acompanhar constantemente a lavoura, desde a semeadura até a colheita, usando os métodos de controle indicados a cada etapa da cultura.

A aplicação de defensivos específicos para enfermidades causadas por fungos (conhecidos como fungicidas) é uma das ferramentas que podem ser utilizadas, de modo sincronizado com outras práticas, para a proteção da lavoura.

Confira dicas de como utilizar adequadamente os fungicidas para a proteção da cultura e saiba como a agricultura digital pode otimizar a aplicação do produto.

 

As doenças causadas por fungos estão entre as principais inimigas do agricultor

De acordo com estudo da revista britânica Nature, as doenças fúngicas provocam, a cada ano, a destruição de, pelo menos, 125 milhões de toneladas de alimentos em cinco atividades agrícolas: soja, arroz, milho, trigo e batata. Se a agricultura não tivesse que enfrentar prejuízos provocados por diferentes tipos de fungos, os autores da pesquisa acreditam que seria possível alimentar mais de 600 milhões de pessoas ao redor do mundo.

No Brasil, a principal cultura agrícola do país, a soja, tem enfrentado grande problema com uma doença causada por um fungo: a ferrugem-asiática, que tem demandado um custo anual, para o seu controle, de cerca de US$ 2 bilhões, segundo Rafael Moreira Soares, pesquisador da Embrapa Soja. “É muito agressiva, causa desfolha e perda de produtividade”, alerta.

No post anterior deste blog, exploramos mais a fundo as principais doenças que atacam a cultura da soja.

 

SAIBA MAIS EM: Conheça as 9 doenças que mais preocupam o produtor de soja

 

O que são e quais os tipos de fungicidas?

Fungicidas são produtos defensivos agrícolas que destroem, inibem, previnem e controlam doenças e infecções originárias de fungos e bactérias que atingem as plantas das culturas agrícolas, apresentando facilidade de uso e possibilitando retorno significativo à produtividade. 

No entanto, o bom desempenho depende das decisões quanto à escolha dos produtos, posicionamento, associações, doses, tecnologia de aplicação, entre outros parâmetros. Não adianta ter acesso ao melhor fungicida se as demais questões técnicas de uso não forem atendidas. Da mesma forma, não é suficiente planejar toda a execução de uso se escolher mal o fungicida a ser utilizado. 

O primeiro passo é conhecer as características do produto quanto:

  • À eficiência no controle de determinada doença;
  • Ao impacto sobre o meio ambiente;
  • À solubilidade, distribuição, tenacidade, aderência e cobertura, compatibilidade com outros produtos químicos e estabilidade.

O produtor também precisa ter entendimento sobre a classificação dos fungicidas, que é geralmente baseada na natureza química e no modo de ação do produto contra o fitopatógeno. Confira as principais categorias!

 

1. FUNGICIDAS PROTETORES OU DE CONTATO

São efetivos somente se aplicados antes da ocorrência da penetração do patógeno no hospedeiro, impedindo ou reduzindo as chances de ocorrência da doença. Quando são aplicados à superfície dos órgãos vegetais, agem como uma barreira protetora, prevenindo a penetração de fungos pela inibição da germinação dos esporos e do tubo germinativo. Não penetram na planta, permanecendo no local de aplicação. Desse modo, a maioria  – mas nem todos – desses compostos não tem ação sobre os tecidos que crescem após a aplicação. Tem ação restrita à proteção e não tem efeito após a infecção da planta. 

 

2. FUNGICIDAS SISTÊMICOS

Os fungicidas sistêmicos agem de forma mais profunda, infiltrando-se em folhas, caules e sementes, e combatem fungos que já estejam atacando o interior de uma cultura. O princípio ativo é absorvido pela planta e translocado para partes distantes de onde foi aplicado.

Além de eliminar os fungos que atacam a parte interna, os sistêmicos, quando degradam, geram resíduos que atingem os invasores, impedindo o retorno da infecção. O que se espera de um fungicida sistêmico é a ação rápida, mesmo à distância, do local de aplicação, além da persistência da ação no interior da planta.

 

3. FUNGICIDAS ERRADICANTES

Atuam diretamente sobre o patógeno, eliminando-o da superfície de partes da planta ou do solo. Podem ser protetores e ter ação erradicante. Há três casos em que os fungicidas podem ter ação erradicante eficiente: 

1) no tratamento do solo; 

2) no tratamento de sementes; e

3) no tratamento de inverno, com plantas de clima temperado que entram em repouso vegetativo. 

Os fungicidas também podem ser sistêmicos e apresentar efeito erradicante, eliminando estruturas do fungo na superfície do hospedeiro ou no interior da planta.

 

Como escolher fungicida?

Os critérios para a escolha do melhor fungicida para a lavoura, o produtor deve considerar critérios em diferentes aspectos no momento de definir o fungicida para aplicar na lavoura, segundo o portal Agro Bayer.

1. EFICÁCIA DE CONTROLE

É necessário saber o que se quer controlar. A eficácia dos fungicidas muda conforme a doença. Fungicidas de reforço podem incrementar o controle de determinados alvos.

 

2. ESPECTRO DE AÇÃO

Diversas doenças podem ocorrer simultaneamente na lavoura, como, por exemplo, manchas, antracnose, ferrugem e oídio. Quanto maior for o espectro de ação do fungicida, de forma a entregar controle sobre mais de uma doença, melhor. Fungicidas formulados em combinação de ativos, combinações duplas ou triplas, com diferentes mecanismos de ação, são fundamentais para o aumento de espectro. Além disso, o uso de fungicidas de reforço contribui também para aumentar o espectro de ação.

 

3. MOMENTO EM RELAÇÃO À DOENÇA

Alguns fungicidas respondem melhor quando aplicados preventivamente. A aplicação preventiva proporciona vantagens ao fungicida perante o patógeno e se dá, principalmente, nas fases de pré-penetração do fungo nos tecidos, quando o fungo está mais vulnerável para ser controlado, pois ainda possui pequeno crescimento. Após a doença se estabelecer, pode-se lançar mão de outros fungicidas capazes de entregar um efeito curativo mais evidente.

 

4. RESIDUAL DE CONTROLE

Diferentemente da produção de hortifrúti, como batata e tomate, em grandes culturas, não se consegue entrar toda semana com aplicações. É preciso usar fungicidas que entreguem bom residual, capazes de manter proteção entre 12 e 15 dias. Esse é um dos motivos, por exemplo, de não se usar fungicidas multissítios isolados em grandes culturas devido ao menor residual.

 

5. CUSTO DE APLICAÇÃO

O custo deve ser o último fator a ser analisado e não deve sobrepor os aspectos técnicos. Uma aplicação deve ser encarada como um investimento, e não como custo. A definição do melhor fungicida a se aplicar na lavoura deve considerar o tipo de cultura, o clima, a região e as espécies de fungo que têm mais chances de se proliferar em determinado talhão.

 

6. CUIDADO PARA NÃO DESENVOLVER RESISTÊNCIA

A pulverização com fungicidas deve seguir recomendações técnicas. Caso contrário, os fungos podem selecionar resistência ao defensivo utilizado, comprometendo a eficiência do produto em determinada área. 

Organismos geneticamente maleáveis, os fungos podem, por meio de mutações, selecionar resistência a fungicidas específicos que atuam em um ou poucos processos metabólicos vitais. Fungicidas para os quais se espera esse problema não devem ser usados contra doenças que sejam adequadamente controladas com fungicidas convencionais (protetores) ou com outros métodos de controle. 

SAIBA MAIS: Proteção de cultivos: até onde a tecnologia pode nos levar

 

Existem fungicidas com diferentes mecanismos de ação 

Ao identificar os alvos, é preciso ter conhecimento da eficácia potencial dos fungicidas sobre eles para se escolher o melhor defensivo para a área. Opções equivocadas permitem que doenças se desenvolvam, quando poderiam ser prevenidas, dificultando o manejo e refletindo na redução de produtividade.

Atualmente, existem muitos produtos formulados em misturas, contendo fungicidas com diferentes mecanismos de ação, o que é bastante positivo quando se busca maior espectro e maior eficácia. 

Alguns exemplos são as associações estrobilurinas + triazóis, estrobilurinas + carboxamidas e, mais recentemente, as misturas triplas, que aumentam ainda mais o espectro de ação, como a carboxamida + estrobilurina + triazol.

Essas formulações já vêm prontas e não implicam dificuldade de uso pelo produtor. Além disso, pode-se utilizar fungicidas de reforços, visando aumentar ainda mais o espectro de ação e, consequentemente, reduzir as “brechas” de controle.

Mais uma opção que chegou para o mercado brasileiro recentemente foi o fungicida Fox Xpro. Desenvolvido pela Bayer a partir de pesquisa conjunta entre o Brasil e Alemanha, a formulação do produto possui três ingredientes ativos: trifloxistrobina, protioconazol e bixafen, sendo este último a nova carboxamida da empresa. Portanto, esse defensivo possibilita uma ação tríplice nas principais doenças que atingem a soja.

Disponível no Brasil desde a safra 2019/20, o fungicida Fox Xpro atua nas diferentes fases do ciclo de vida do fungo e proporciona mais sanidade às plantas. Segundo a empresa, dessa forma, a lavoura apresenta folhas mais sadias e verdes, o que poderá proporcionar maior potencial produtivo.

A alta performance foi verificada em todas as regiões produtivas do Brasil na safra 2018/19. A Bayer implantou campos assistidos em 2.829 áreas de clientes e obteve média de acréscimo de produtividade de 3 sacas/ha na colheita. Em 288 dessas áreas, o resultado da produtividade foi verificado pela plataforma de agricultura digital Climate FieldView™, que foi utilizada na operação de colheita desses campos.

O fungicida para soja também possui uma formulação com a tecnologia Leafshield, que auxilia a distribuição do produto na folha de forma rápida, tornando a pulverização mais eficaz. Inicialmente, utilizado no controle da ferrugem-asiática e mancha-alvo, também já teve o uso aprovado no país para controlar antracnose, mofo-branco, oídio, mancha-parda e cercosporiose. Um produto que, pelas características, simplifica a tomada de decisão do agricultor, trazendo uma proteção superior em relação ao complexo de doenças da soja.

 

Doença da soja na plantação

A aplicação de fungicidas deve estar adequada ao estágio e à sanidade das plantas

 

É determinante aplicar o fungicida no momento certo da cultura

Um ponto fundamental na aplicação de fungicidas é a adequação do produto ao estágio e à sanidade das plantas. Alguns desses defensivos são altamente técnicos e precisam ser utilizados em plantas sadias, de maneira preventiva, para entregar controle e residual adequados, como ocorre com as carboxamidas. Assim, alguns produtos são mais adequados para as primeiras aplicações, outros para finalizar o programa de controle.

É comum alguns produtores iniciarem o manejo de doenças após o florescimento ou quando a cultura já está com as entrelinhas fechadas. Com isso, mesmo quando utilizam uma aplicação no vegetativo, escolhem produtos baratos e de baixa performance. O reflexo é um início prejudicado e muitas vezes favorável para que enfermidades, como manchas e antracnose, se desenvolvam. 

Como a maioria das doenças foliares surgem ainda no estágio vegetativo ou, no mais tardar, no início do florescimento, a primeira aplicação tem sido uma das mais impactantes para a eficácia do programa como um todo. Para isso, as duas primeiras aplicações demandam os melhores fungicidas disponíveis, de maior eficácia e espectro de ação sobre os alvos ocorrentes.

CONFIRA: Confira 5 funcionalidades da agricultura digital que ajudam na aplicação de defensivos

 

Saiba por que a primeira aplicação de fungicida deve ser preventiva

Para a engenheira agrônoma Geórgia Luiza Maldaner, da Cotrisoja, a decisão do momento correto de aplicação do primeiro fungicida, realizada de maneira preventiva, é o ponto mais importante de todas as aplicações de fungicida que serão realizadas durante o ciclo de uma cultura. 

Ela afirma que o momento ideal para a realização da primeira pulverização com o produto é a partir do estádio V5 (cinco trifólios abertos) até o pré-fechamento da carreira.

“Neste período, conseguimos atingir com o fungicida, por exemplo, as folhas do baixeiro da soja, protegendo-as de infecções de doenças como manchas foliares, antracnose e ferrugem. Será muito difícil as gotas da pulverização atingirem as folhas do baixeiro se esperarmos a soja fechar carreira para, então, fazermos os fungicidas”, diz Geórgia.

Isso acontece, de acordo com ela, devido à estrutura da planta e da área foliar maior, em que as chances da instalação de doenças, em função do microclima que se forma na parte baixa das plantas, são maiores.

“A primeira aplicação de fungicida deve ser realizada independente da presença de sintomas de doenças na área e também de maneira preventiva para que as demais também sejam realizadas em intervalos de tempo de 15 a 18 dias, evitando as chances de doenças na lavoura”, diz.

De acordo com ela, se o produtor deixa para fazer a aplicação com a cultura já fechada, aumentam-se os riscos de instalação de doenças e, consequentemente, os custos também, pois precisará pulverizar fungicidas de maneira curativa, diminuindo os intervalos e aumentando o número de aplicações.

Imagem satélite Teste Fox XPro

Teste lado a lado na pulverização de fungicidas: ao analisar o Mapa de Colheita e o Relatório de Produtividade, é possível comparar o desempenho de duas áreas diferentes

 

Como a agricultura digital pode ajudar o produtor na aplicação do fungicida?

Quando defensivos são aplicados para o controle de doenças, a agricultura digital pode ser uma importante aliada. Isso é possível porque diferentes funcionalidades têm condições de apoiar o produtor a tomar medidas mais assertivas no manejo de fungicidas na área. 

Um exemplo dos benefícios obtidos ao se aplicar fungicidas com o apoio da agricultura digital vem de Cascavel, no Paraná. Para testar o seu manejo, um produtor paranaense utilizou-se dessa tecnologia para avaliar a eficiência do fungicida Fox Xpro contra doenças presentes na área e seu impacto na produtividade da lavoura de soja. 

O ensaio foi registrado por meio das marcações georreferenciadas da plataforma Climate FieldView™, facilitando a visualização e o acompanhamento do ensaio. Posteriormente, a área foi monitorada, durante toda a safra, com as imagens do Diagnóstico FieldView, o que já indicava o sucesso do fungicida, apenas observando o desenvolvimento da cultura.

 

Nova call to action

 

Ao final do ciclo, foi possível, efetivamente, ter clareza da performance do Fox Xpro. Isso foi possível ao se avaliar os dados de produtividade obtidos a partir do mapa de colheita, gerado por meio do FieldView™ Drive. Além disso, o Relatório de Sub-Talhão permitiu comparar o resultado da área que recebeu o novo fungicida da Bayer com o desempenho do talhão com manejo padrão.

Nesse teste, o apoio da agricultura digital possibilitou mensurar exatamente o ganho que o fungicida para soja Fox Xpro proporcionou ao sojicultor. A região tratada com o fungicida obteve produtividade de 11 sacas/ha a mais do que na área com o manejo padrão do produtor. 

Recorrer à tecnologia digital também pode ser importante para o planejamento da lavoura. Com FieldView™, o agricultor pode acessar imagens de satélite históricas dos talhões, usando a funcionalidade Diagnóstico FieldView™. Assim, é possível verificar a presença de manchas persistentes na área, que podem indicar a necessidade de uma atenção especial em pontos específicos da fazenda. 

Já ao longo da safra, o Diagnóstico FieldView™ pode disponibilizar imagens que ajudam o produtor a acompanhar de perto o desenvolvimento vegetativo da lavoura. Dessa maneira, o gestor da propriedade pode priorizar visitas de monitoramento nos talhões, que são fundamentais para identificar precocemente, por exemplo, a presença de doenças e apoiar o produtor a tomar medidas de controle.

A plataforma FieldView™ oferece ainda a funcionalidade Prescrições Manuais de Pulverização, ajudando o produtor a criar uma prescrição de taxa variável para ser mais assertivo na aplicação do fungicida. Esse recurso permite criar recomendações customizadas de defensivos, em sintonia com a demanda de cada parte do talhão. Assim, ajuda o produtor a direcionar com assertividade a operação e evita o desperdício de produto.

Isso é possível porque a plataforma possibilita o ajuste de dosagens de pulverização de acordo com características das zonas de manejo do talhão. Desta forma, evitam-se desperdícios e sobredosagens/subdosagens, além de garantir uma aplicação mais eficiente em relação a diferentes patógenos que podem ter sido identificados.

Além disso, a plataforma da Bayer dispõe de um dispositivo de mapeamento das operações, o FieldView™ Drive, que possibilita a coleta e o processamento de dados de campo, gerando, inclusive, mapas de pulverização, que mostram para o produtor o desempenho do maquinário, dados de velocidade, taxa, e podem apoiar na identificação de possíveis falhas na operação.

Dessa forma, uma ampla gama de informações pode ajudar o agricultor a identificar e corrigir, praticamente em tempo real, as causas de possíveis problemas no controle de doenças que atingem a lavoura. 

 

VEJA TAMBÉM: Agricultura de precisão, agricultura 4.0 e agricultura digital: é a mesma coisa?

 

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