Os grupos de maturação relativa podem ser utilizados como referência para o produtor estimar o tempo do ciclo de vida e das fases da soja de sua lavoura.
Colheita de soja.
+ Sem tempo de ler o texto todo? Confira os principais destaques!
Os grupos de maturação da soja permitem a classificação dos cultivares conforme a latitude e o fotoperíodo da região de plantio.
Atualmente, a classificação é baseada nos chamados Grupos de Maturação Relativa (GMR) dos grãos, que prevê o número de dias que cada cultivar leva para completar seu ciclo considerando as condições ambientais da região de plantio.
De acordo com o método GMR, a soja pode ser classificada em 13 grupos diferentes representados por números que vão de 000 a 10.
Basicamente, quanto menor a numeração, maior a latitude e maior a duração do ciclo. Logo, o cultivar leva mais tempo para atingir o ponto de maturação da soja.
Porém, essa classificação apenas fornece estimativas desse tempo de maturidade da soja. Para ter uma previsão mais exata, o agricultor deve investir num experimento in loco.
Como a condução desse tipo de teste pode ser demorada e complexa, o ideal é que o produtor utilize as informações e análises realizadas pelas ferramentas da agricultura digital.
Boa leitura!
+++
Os grupos de maturidade da soja ajudam o produtor a estimar a duração das fases da soja em sua lavoura.
Assim, ele pode melhorar o planejamento e a execução das operações de manejo da lavoura, especialmente aquelas relacionadas aos tratos culturais e à colheita.
Apesar da importância desse assunto, muitos produtores ainda não sabem o que é e como definir esses grupos de maturação.
Por isso, neste artigo, você vai se aprofundar nesse tema e entender como utilizar essa classificação para melhorar a gestão da lavoura de soja.
O que é grupo de maturação da soja?
Os grupos de maturação da soja são ferramentas de classificação do cultivar da soja conforme a latitude e o fotoperíodo da região de plantio.
Antigamente, essa classificação era baseada no ciclo de vida da soja, que é dividida em seus grupos distintos - superprecoce, precoce, semiprecoce, médio, semitardio e tardio.
O problema é que essa classificação desconsidera os fatores ambientais que influenciam no desenvolvimento do grão, como temperatura, exposição à luz e umidade.
Por esse motivo, era comum se deparar com situações em que um mesmo cultivar plantado em regiões diferentes amadurecem em velocidades distintas.
Essa variação dificultava o planejamento e execução de tratos culturais e até da colheita, prejudicando o manejo da lavoura.
Para evitar esses problemas e atender as demandas do sojicultor, foi necessário mudar a classificação da maturação da soja. Por isso, hoje em dia, a classificação é baseada nos chamados Grupos de Maturação Relativa (GMR) dos grãos.
Esse conceito foi desenvolvido nos Estados Unidos e no Canadá e é baseado na latitude da região na qual a lavoura é cultivada e no fotoperíodo.
Em função da sua eficiência, se tornou uma referência para ajudar os sojicultores a definirem a maturação da soja de acordo com o fotoperíodo de cada região.
Assim, o produtor consegue prever com mais precisão o comportamento e desenvolvimento do cultivar, considerando as condições climáticas e ambientais do local no qual a soja é plantada.
Produtor acompanha no tablet os dados da colheita da soja.
Por que usar os grupos de maturação relativa da soja como referência?
A classificação GMR prevê qual o número de dias que a soja leva para completar seu ciclo de acordo com o grupo no qual ela se encontra.
Para isso, ela considera o período do início da semeadura até o fim da maturidade fisiológica, sendo que o intervalo de tempo exato depende das condições ambientais da região de plantio.
Por esse motivo, ao utilizar a classificação GMR como referência para o plantio da soja, o produtor consegue entender melhor como a planta se comporta de acordo com as condições climáticas da região de plantio.
Assim, ele pode prever o tempo necessário para que o cultivar complete seu ciclo e planejar o manejo da lavoura de forma mais assertiva e eficiente.
Como planejamento e previsibilidade na agricultura são sinônimos de tempo e dinheiro, essas informações sobre a maturação da planta otimizam a compra de insumos, o uso de maquinário e as estratégias de manejo da lavoura.
Dessa forma, essa ferramenta ajuda o produtor a melhorar a produtividade da plantação.
Quais os grupos de maturação da soja?
De acordo com a classificação GMR, a soja pode ser classificada em 13 grupos diferentes de maturação relativa.
Cada grupo recebe uma numeração diferente. Os grupos de maturação da soja são representados pelos números 000, 00, 0, 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9 e 10. Conforme explicado, a divisão desses grupos é baseada na latitude e no fotoperíodo.
Quanto maior o número do grupo, mais próxima o cultivar de soja está da linha do Equador, que tem latitude de 0º.
Afinal, nesses locais, os dias são mais curtos. Consequentemente, a plantação terá acesso a uma incidência menor de luminosidade. Como resultado, seu ciclo de desenvolvimento tem uma duração menor.
Por outro lado, quanto menor a numeração do grupo, mais próximo o cultivar está do polo do planeta. Por isso, entre os estados do Rio Grande do Sul e São Paulo, predominam cultivares dos grupos 5 a 7.
Nesses locais, as fases da soja são mais duradouras, já que os dias são mais longos. Como consequência, a incidência de luz solar é maior, o que torna seu ciclo de vida mais longo.
Plantação de soja.
Qual o ciclo da soja?
Segundo o Guia da Soja, o ciclo de vida dessa oleaginosa é dividido em dois estádios: vegetativo (V) e reprodutivo (R).
O estádio vegetativo compreende o período de germinação, desenvolvimento vegetativo e início da floração. Ele começa com a emergência dos cotilédones da plântula, fase conhecida como VE (emergência).
Depois disso, a planta entra na fase de abertura e expansão completa dos cotilédones, também chamada de VC.
A partir desse ponto, as fases são numeradas em ordem crescente, acompanhando o desenvolvimento da planta (V1, V2, V3, ... Vn). Esse estádio se encerra apenas quando surgem as primeiras flores.
O estádio vegetativo se encerra com o início do estádio reprodutivo, que compreende desde o início da floração até a fase de maturação plena dos grãos.
Ao todo, ele é dividido em oito fases enumeradas de R1 a R8, sendo que cada uma delas apresenta características e mudanças únicas.
Entender as diferenças entre cada uma dessas fases do ciclo de vida da soja ajuda o produtor a compreender o desenvolvimento e comportamento da planta, inclusive na fase de maturidade.
Dessa forma, ele pode adotar medidas de manejo mais eficazes e compatíveis com o estádio de desenvolvimento da planta.
Classificação da duração do ciclo de acordo com o GMR
Conforme explicado anteriormente, a classificação de GMR também está relacionada ao tempo de duração do ciclo de vida da soja.
Afinal, essa classificação também considera a sensibilidade da soja ao fotoperíodo e capacidade de adaptação do cultivar a cada região de cultivo.
Considerando essas características, é possível classificar os ciclos de cada cultivar de acordo com o GMR da seguinte forma:
- GMR abaixo de 6.0: superprecoces;
- GMR de 6.0 a 6.5: precoces;
- GMR próximo de 7.0: ciclo normal;
- GMR próximo ou igual a 10: tardias.
Qual o tempo de maturação da soja?
O ciclo da soja tem uma duração de 100 a 160 dias a depender do cultivar. As variedades mais utilizadas para plantio no Brasil, por exemplo, geralmente apresentam um ciclo de 115 a 125 dias.
Porém, o tempo exato desse ciclo e o período necessário para que o grão atinja o ponto de colheita exige uma análise mais complexa.
Afinal, o desenvolvimento da planta é influenciado tanto pelo cultivar quanto por fatores como características do solo, temperatura, fotoperíodo e até procedência das sementes, entre outros.
Por esse motivo, o ideal é que o produtor faça a estimativa de tempo de maturação da soja de acordo com o grupo de maturidade do cultivar utilizado para plantio.
Operação de colheita de soja.
Como calcular o grupo de maturação da soja?
O grupo de maturação da soja não precisa ser calculado. Na verdade, basta que o produtor escolha um cultivar compatível com as condições climáticas e ambientais da região de plantio.
Para isso, ele precisa conferir as informações técnicas da cultivar escolhida e verificar a qual GMR ela pertence.
Vale lembrar que apesar de ser um método eficiente e reconhecido internacionalmente, o produtor não deve confiar totalmente na classificação GMR.
Afinal, essa classificação apresenta apenas estimativas para o tempo de maturação da soja. Por isso, na prática, o produtor pode se deparar com variações nesse período.
Para ter uma previsão mais exata, o agricultor deve investir num experimento in loco, comparando o tempo de maturidade de diferentes cultivares nas condições da fazenda.
Como a condução desse tipo de teste é demorada e a interpretação de resultados pode ser complexa, o ideal é que o produtor utilize as informações e análises realizadas pelas ferramentas da agricultura digital.
Agricultor armazena dados sobre o ponto ideal de colheita da soja.
Agricultura digital ajuda o produtor a identificar o ponto de maturação da soja
Com o apoio de recursos como imagens de satélite, drones, sensores, inteligência artificial, entre outras tecnologias, o produtor pode monitorar o processo de maturação da soja com mais precisão e eficiência.
Graças a capacidade de coleta de dados da lavoura em tempo real, o produtor tem acesso a informações mais robustas e confiáveis para acompanhar todas as fases de desenvolvimento da lavoura.
Isso inclui até mesmo as etapas pré-colheita, quando a definição do ponto de maturação da soja interfere nas operações na lavoura.
Porém, para que esse monitoramento seja efetivo e que o produtor obtenha orientações mais precisas para ajudá-lo a fazer o manejo da plantação, ele também precisa do apoio de um software de gestão agrícola.
Esse tipo de sistema integra e centraliza dados coletados por satélites, drones, sensores, entre outras tecnologias utilizadas no campo.
Depois disso, ele processa e analisa todos esses dados, que podem ser convertidos em relatórios, mapas, prescrições, entre outras ferramentas que podem guiar o produtor.
Com o Climate FieldView, plataforma de agricultura digital da Bayer, por exemplo, o produtor consegue fazer tudo isso e ainda aproveitar outros recursos necessários para gerenciar as operações da lavoura com mais eficiência. Acesse para saber mais!
Dessa forma, fica muito mais fácil monitorar o desenvolvimento da lavoura, identificar o ponto de maturação da soja e até acompanhar a colheita de perto.
Entenda como o Climate FieldView ajuda o produtor a melhorar a gestão da sua lavoura!