Como fazer o controle de pragas da soja corretamente

Por Equipe FieldView™ em 26/04/2023 10:07:37

O monitoramento constante da lavoura, o uso de técnicas de manejo integrado e a adoção de tecnologias digitais são essenciais para fazer o manejo de pragas da soja.

Pulverização da lavoura.Pulverização da lavoura.

+ Sem tempo de ler o texto todo? Confira os principais destaques!

Existem mais de 40 pragas da soja que podem atacar a lavoura. Entre elas, se destacam o percevejo-castanho, a lagarta-elasmo, a mosca-branca, entre outras espécies. 

O controle desses insetos-praga exige que o produtor invista em técnicas associadas ao Manejo Integrado de Pragas (MIP), como o monitoramento da lavoura, a rotação de culturas e a associação de medidas de controle cultural, biológico e químico. 

Além do MIP, o sojicultor também deve fazer a pulverização de inseticidas da forma correta, bem como investir em tecnologias que otimizem esse processo. 

Unindo essas medidas com outras boas práticas de produção de soja, o agricultor não só protege sua lavoura de infestações, mas também aumenta a produtividade e rentabilidade da safra.

Boa leitura!

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Considerada uma das principais culturas agrícolas do mundo, a soja também é um dos pilares do agronegócio e da economia brasileira. 

Essa posição no cenário nacional e global só pode ser alcançada porque os agricultores superam diariamente vários desafios na plantação da oleaginosa.

Um desses desafios é fazer o manejo de pragas da soja de forma assertiva e eficiente, por meio da adoção de técnicas e insumos específicos. 

Dessa forma, esse manejo fitossanitário ajuda a melhorar a qualidade dos grãos e a produtividade da lavoura. 

Apesar desses benefícios, muitos sojicultores ainda têm dificuldades para implementar medidas de manejo e controle de insetos-pragas. 

Para ajudá-los a superar esse desafio, neste artigo, explicaremos quais são as principais pragas da soja, como controlá-las e quais estratégias podem ser utilizadas no seu manejo.

Como identificar sinais de infestação de pragas da soja?

A identificação de pragas na lavoura de soja exige a observação da presença de insetos em diferentes fases de desenvolvimento, bem como o aparecimento de alguns sintomas de infestação. 

No caso dos insetos, a identificação só é possível quando o profissional técnico que acompanha a lavoura consegue identificar a presença da praga ou envia uma amostra do inseto para a análise. 

Quando esses insetos alcançam um nível populacional capaz de provocar danos significativos na plantação, os sinais de infestações começam a aparecer. 

Entre esses sinais estão a presença de manchas, a desfolha, a morte de plantas, entre outros problemas que variam de acordo com a praga e com o tamanho da infestação.

O ideal é que esses insetos sejam identificados precocemente, antes de alcançarem o nível de dano econômico da lavoura. 

Para isso, a melhor solução é investir no monitoramento de pragas, estratégia que deve ser aplicada ao longo de todo o ciclo produtivo

Dessa forma, é possível identificar rapidamente qualquer sinal de infestação rapidamente e adotar as medidas adequadas para o controle fitossanitário dos insetos-praga.

Principais pragas da soja

De acordo com o Manual de identificação de insetos e outros invertebrados da cultura da soja, produzido pela Embrapa, existem mais 40 espécies de insetos-praga que atacam a lavoura da oleaginosa

No entanto, embora todas sejam capazes de provocar prejuízos, o sojicultor pode direcionar sua atenção àquelas mais frequentes e danosas no campo. 

Por isso, nos próximos tópicos, você vai conhecer as principais pragas da soja, quais danos elas provocam e como controlá-las.

Percevejo-marrom (Euschistus heros)

Percevejo-marrom (Euschistus heros). Foto: EMBRAPA.Percevejo-marrom (Euschistus heros). Foto: EMBRAPA.

O percevejo-marrom é um inseto que ovodeposita ovos de coloração amarela nas folhas da planta. Quando atinge a fase de ninfa, apresenta um corpo alaranjado e uma cabeça preta. 

Nessa fase, ele passa por cinco estádios de desenvolvimento para se transformar em adulto, quando passa a apresentar uma coloração marrom-escura. 

Por conta dos seus hábitos alimentares, tanto as ninfas quanto os insetos adultos atacam as vagens e os grãos da soja. 

Como resultado, a infestação de percevejo-marrom pode produzir perdas significativas na rentabilidade da safra, uma vez que reduz a produtividade de grãos e afeta a qualidade das sementes. 

Como controlar o percevejo-marrom da soja?

Um dos grandes desafios associados ao controle desse inseto-praga é lidar com sua resistência a inseticidas, causadas por falhas na aplicação ou pela realização de pulverizações em momentos inadequados. 

Para evitar esse problema, é importante investir no Manejo Integrado de Pragas (MIP) para aplicar técnicas de controle químico, biológico e cultural de forma integrada e eficiente.

O controle químico pode ser feito com a aplicação racional de inseticidas compostos por organofosforados, piretroides e neonicotinoides

Já o controle biológico pode ser feito com inimigos naturais da praga, como o Trissolcus basalis e Telenomus podisi, que atacam os ovos do percevejo marrom.

Lagarta helicoverpa (Helicoverpa armigera)

Lagarta Helicoverpa - para o controle das pragas que atingem a soja, é necessária a aplicação eficiente de defensivos.Lagarta Helicoverpa - para o controle das pragas que atingem a soja, é necessária a aplicação eficiente de defensivos.

A lagarta helicoverpa, também chamada de lagarta-do-velho-mundo, é uma praga capaz de provocar danos significativos à lavoura de soja. Ela pode atacar tanto as plântulas pequenas quanto as vagens da oleaginosa.

Quando o ataque ocorre na fase de plântula, ela causa desfolha e pode danificar os brotos apicais e cotilédones. 

Já na fase reprodutiva da planta, a lagarta se alimenta de vagens e grãos. Como resultado, sua infestação pode reduzir a produtividade da lavoura drasticamente, colocando em risco a rentabilidade do produtor. 

Para se ter uma ideia dos prejuízos causados por esta lagarta, em 2013, sua infestação nas lavouras de soja, algodão, milho, entre outras culturas, chegou a causar perdas de R$ 1,7 bilhão somente na Bahia.

Como controlar a lagarta helicoverpa da soja?

A melhor forma de controlar as infestações da lagarta helicoverpa é investir no MIP. Para isso, o produtor pode investir no controle genético, com cultivares resistentes à praga, como sementes com tecnologia BT. 

Ele também pode investir no controle biológico, utilizando predadores, parasitoides, nematoides e até vírus e bactérias que atacam a lagarta. 

Já o controle químico deve ser feito com atenção para evitar problemas com resistência.  O ideal é investir na aplicação de inseticidas em sistema de rotação de princípios ativos, como organofosforados, carbamatos, espinosinas, avermectinas, entre outros.

Lagarta da soja (Anticarsia gemmatalis)

Lagarta da soja (Anticarsia gemmatalis).Lagarta da soja (Anticarsia gemmatalis).

A lagarta da soja é um inseto de coloração preta com listras brancas, capaz de se alimentar tanto de folhas quanto de flores e vagens. 

No entanto, seus danos mais significativos estão associados ao ataque intenso da parte aérea da planta de soja, sendo que as lagartas podem consumir até 95% da cobertura foliar. 

Por isso, ela é considerada uma potente desfolhadora da cultura, prejudicando o desenvolvimento da planta e o enchimento dos grãos. Como resultado, a infestação de lagarta da soja pode causar perdas na produtividade da lavoura.

Como controlar a lagarta da soja?

Além da aplicação de defensivos naturais (controle biológico), como o baculovírus, o sojicultor pode aplicar inseticidas reguladores de crescimento para o controle dessa praga. 

Vale lembrar que esses métodos devem ser utilizados de forma integrada, conforme orienta a metodologia do MIP.

Lagarta-Elasmo (Elasmopalpus lignosellus)

PRAGA - Elasmo ataca haste da soja

PRAGA - Elasmo ataca haste da soja

A lagarta-elasmo é considerada uma das pragas iniciais da soja, podendo atacar a planta desde sua fase larval. Nessa fase, ela penetra o caule que permanece abaixo do nível do solo, cavando galerias nas quais ela tece um casulo e deposita excrementos. 

Por conta disso, o desenvolvimento das plantas pode ser severamente prejudicado, podendo ser levadas à morte. Vale lembrar que os danos podem ser maiores em locais quentes e com déficit hídrico no solo. 

Como controlar a lagarta-elasmo da soja?

A melhor forma de fazer o manejo dessa praga da soja é investir na prevenção, aplicando técnicas como monitoramento constante da lavoura e manejo cultural

Afinal, o controle biológico não é pouco efetivo, enquanto o controle químico é pouco eficaz. Isso ocorre por conta da forma como a praga fica alojada na planta. 

Mesmo assim, áreas com histórico de infestação devem ser cultivadas com sementes tratadas com inseticidas sistêmicos como fipronil e clorantraniliprole.

Lagarta-falsa-medideira (Chrysodeixis includens)

A lagarta-falsa-medideira é um inseto de coloração verde-claro, com listras brancas e pontuações pretas no corpo. No entanto, ela é reconhecida mesmo pelo seu movimento. 

Afinal, a lagarta se desloca dobrando o corpo, como se estivesse medindo palmos, característica associada ao seu nome popular. 

Ela ataca principalmente a parte vegetativa da planta de soja, causando uma desfolha intensa, especialmente quando a cultura atinge sua fase reprodutiva. 

Por conta desse ataque, infestações de lagarta-falsa-medideira podem provocar problemas de desenvolvimento na planta, prejudicando sua produtividade.

Como controlar a lagarta-falsa-medideira da soja?

Além do controle genético, por meio do plantio de soja transgênica com tecnologia BT, o produtor deve aplicar outras técnicas do MIP. 

Por exemplo, o controle químico, utilizando inseticidas reguladores de crescimento no sistema de rotação de princípios ativos, especialmente durante a fase de fechamento das fileiras.

Mosca-branca (Bemisia sp.)

Mosca-branca (Bemisia sp.).Mosca-branca (Bemisia sp.).

A mosca-branca é um inseto capaz de produzir danos diretos e indiretos na planta da soja. Os danos diretos são causados durante a sua alimentação, já que ele suga a seiva da planta. 

No entanto, são os danos indiretos que devem preocupar o sojicultor. Isso porque, durante a sua alimentação, esse inseto sugador libera parte da seiva sugada na planta, favorecendo a formação do fungo fumagina (Capnodium sp.), que torna as folhas enegrecidas. 

Por conta disso, o processo fotossintético é interrompido, provocando a desidratação e queda das folhas. 

Vale lembrar que o fungo pode ser transmitido tanto pela mosca branca adulta quanto pela ninfa, em todo o ciclo de desenvolvimento da soja. 

No entanto, os ataques podem ser mais intensos na fase de enchimento de grãos e pode ser favorecido pela estiagem e pelo clima quente.

Como controlar a mosca-branca da soja?

O controle desse inseto-praga também exige a aplicação de técnicas do MIP, como a aplicação de inseticidas à base de princípios ativos como piriproxifem, espiromesifen e endosulfam. 

Além disso, é fundamental investir no tratamento de sementes, no manejo de plantas hospedeiras, na rotação de culturas, entre outros métodos de controle cultural.

Percevejo-castanho (Scaptocoris spp.)

O percevejo-castanho é um inseto sugador que ataca as raízes da planta da soja. Ele pode ser facilmente identificado por conta da coloração castanha e pelo forte odor que exala quando o solo é movimentado. 

Esse inseto também pode ser considerado uma praga inicial da soja, já que pode atacar a plantação desde as fases iniciais de plantio. 

Por sugar a seiva das raízes, o percevejo-castanho pode reduzir o rendimento da planta em função do déficit nutricional. Em casos graves, ele pode levar a planta à morte e causar falhas de estande na lavoura. 

Vale lembrar que as principais espécies de percevejo-castanho que atacam a soja no Brasil são a Scaptocoris castanea, S. carvalhoi e S. buckupi.

Como controlar o percevejo-castanho da soja?

Por ser uma praga subterrânea, o controle do percevejo-castanho pode exigir mais investimento em comparação a outros insetos-pragas. 

Afinal, o uso de inseticidas nesse caso não é muito eficiente, uma vez que esse produto pode atingir, no máximo, 15 cm de profundidade no solo. Ou seja, ele não alcança as infestações de forma efetiva. 

Por isso, a melhor forma de lidar com esse problema é fazer o controle preventivo, por meio da adoção de técnicas associadas ao MIP. 

A análise do solo e monitoramento por amostragem antes da semeadura da soja, por exemplo, é fundamental para o manejo do percevejo-castanho. 

Tamanduá-da-soja (Sternechus subsignatus)

Também conhecido como bicudo-da-soja, este inseto-praga pode atacar a lavoura tanto na fase larval quanto na fase adulta. 

Ambos consomem o tecido das plantas, sendo que os ataques geralmente ocorrem em reboleiras e são mais intensos em propriedades que utilizam o Sistema de Plantio Direto (SPD). 

Na fase larval, o ataque pode induzir a formação de galhas caulinares, principal sinal de infestação do tamanduá-da-soja. Já na fase adulta, o inseto “raspa” o tecido das hastes da planta, que fica com um aspecto desfiado. 

Como isso afeta a estrutura e o desenvolvimento das plantas, em casos graves de infestação, o tamanduá-da-soja pode causar a perda total da lavoura. 

Vale lembrar que o período mais crítico de ataque é na fase inicial da plantação, quando as plantas ainda são jovens.

Como controlar o tamanduá-da-soja?

Assim como os demais casos, a melhor forma de controlar o bicudo-da-soja é investir na aplicação de técnicas do MIP. 

Isso porque o monitoramento com amostragem nos talhões, a rotação de culturas e o tratamento de sementes são medidas fundamentais para proteger a lavoura do ataque dessa praga.

Quais são os métodos mais eficazes de controle de pragas da soja?

Os métodos mais eficazes para o controle de pragas na soja estão associados ao Manejo Integrado de Pragas (MIP). Além de um sólido embasamento científico, o MIP contribui para sustentabilidade econômica e ambiental da lavoura, uma vez que torna a pulverização de inseticidas mais inteligente.

Um dos métodos mais relevantes para a aplicação do MIP é o monitoramento de pragas. Por meio do monitoramento periódico dos insetos-pragas, é possível obter informações relevantes para uma tomada de decisão mais assertiva e a aplicação de técnicas de controle mais eficientes. 

Além disso, é fundamental investir no controle genético dos insetos-praga, por meio de cultivares de soja munidas com tecnologia Bt.

Esses cultivares conferem proteção à lavoura contra as principais lagartas desfolhadoras da cultura, trazendo mais tranquilidade e segurança para o agricultor. 

No entanto, é importante lembrar que existe um gama de insetos não alvos da tecnologia Bt em soja que devem ser manejados a fim de mitigar possíveis perdas de produtividade. 

Dentre esses insetos-praga não alvo, destacam-se as lagartas: Helicoverpa spp.  e do gênero Spodoptera, assim como o complexo de insetos sugadores, como percevejos e mosca branca.

Além desses métodos, a utilização de refúgio, controle químico, controle biológico, entre outras técnicas do MIP, são fundamentais para o controle de pragas da soja.

Vale lembrar que o MIP pode ser potencializado com o auxílio de ferramentas de agricultura digital, como softwares que geram mapas de calor de acordo com a identificação de pragas no talhão e aplicativos, como o FieldView™, que fazem o mapeamento da pulverização, por exemplo.

Qual é a melhor época para realizar o controle de pragas da soja?

A época ideal para realizar o controle de pragas na soja varia de acordo com o estádio do ciclo de vida do inseto-praga, a fase de desenvolvimento da cultura, o solo e até as condições climáticas. 

Apesar disso, o produtor pode seguir as orientações do MIP e aplicar medidas preventivas de controle de pragas da soja. Nesse sentido, fazer o monitoramento constante da lavoura é a solução mais eficaz. 

Além dessa medida, é fundamental que o produtor e o técnico agrícola conheçam quais pragas são mais comuns em cada fase de desenvolvimento da lavoura. 

O ataque de percevejos-marrom, por exemplo, são mais críticos na época de floração e formação de vagens, o que exige mais atenção nesse estágio da lavoura e, se necessário, a pulverização de inseticidas.

Vale lembrar que as condições climáticas também podem favorecer o aparecimento de pragas. As infestações de lagarta-elasmo, por exemplo, podem ser mais intensas em regiões quentes e secas. 

Portanto, se forem detectadas condições favoráveis para a proliferação de uma determinada praga, o produtor pode antecipar a aplicação de inseticidas ou bioinsumos para evitar prejuízos à cultura.

Quais medidas evitam infestações de pragas na soja?

Eliminar totalmente a presença de insetos-pragas nas plantações de soja é uma tarefa impossível, uma vez que esses insetos fazem parte dos sistemas naturais. 

No entanto, é possível reduzir os danos e prejuízos causados pelas populações dessas pragas por meio do monitoramento e avaliação constante da lavoura. 

Em outras palavras, a aplicação de técnicas associadas ao MIP mais uma vez é fundamental para a proteção da lavoura e a prevenção de ataques de insetos-pragas. 

O ideal é que esse monitoramento comece antes mesmo do plantio e se estenda até a pós-colheita. Dessa forma, as informações coletadas podem ser comparadas aos dados históricos da área e transformadas em mapas agrícolas precisos. 

Com base nesse material, o produtor rural e o técnico agrícola terão informações mais seguras e confiáveis para orientar as tomadas de decisão da lavoura, incluindo a aplicação de medidas de controle.

Controle químico: passo a passo da operação de pulverização da lavoura de soja

Pulverização da lavoura de soja.Pulverização da lavoura de soja.

O controle químico é uma das medidas de manejo de pragas mais eficientes em diversas situações. Porém, para torná-lo mais eficiente, é fundamental saber aplicar os inseticidas da forma correta.

Além da escolha dos produtos certos, existem algumas práticas que podem melhorar a qualidade da operação de pulverização da lavoura – e ferramentas de agricultura digital podem ser grandes aliadas nessa busca por mais eficiência. 

Confira abaixo um passo a passo da operação de pulverização da lavoura de soja:

1. Faça o planejamento adequado

A disponibilidade de maquinário pode ser um dos gargalos na operação de pulverização. Esse problema pode se tornar ainda mais crítico por causa das incertezas, dado que a decisão de aplicar ou não depende também das condições climáticas daquele momento.

Diante disso, ter um bom planejamento para o controle de pragas na lavoura de soja é fundamental para garantir que os insumos necessários para o manejo estejam disponíveis quando o produtor precisar.

Em geral, esse planejamento logístico das operações começa desde o plantio. Para isso, o produtor pode escolher começar a plantar os talhões mais próximos da sede para facilitar a calibração e a verificação dos equipamentos, por exemplo. 

Ele também pode priorizar os talhões de acordo com a fertilidade. Nesse caso, talhões mais férteis, mais bem corrigidos, que produziram mais, normalmente são plantados primeiro – principalmente se existir uma segunda safra. 

Já as áreas mais arenosas e talhões marginais acabam sendo plantados depois, porque muitas vezes esses não vão receber a segunda safra.

Se a operação de plantio tiver sido monitorada com algum software de agricultura digital, as datas de plantio de cada talhão – e das operações subsequentes – serão registradas e vão ajudar nesse planejamento

Leia Também: Saiba como e quando fazer a calibração do pulverizador

2. Faça a dessecação de forma correta para começar bem

Quando a semente é plantada no "limpo" – sem a presença de plantas invasoras – ela vai crescer com menos competição por umidade, nutrientes e luz. Além disso, a ausência das plantas daninhas favorece a plantabilidade e a performance da plantadeira.

Por isso, a dessecação antecipada também auxilia no controle de insetos. Afinal, na ausência de plantas daninhas ou indesejadas, pragas como as lagartas Spodoptera spp. e Helicoverpa armigera migram para outras áreas ou morrem pela falta de plantas hospedeiras. 

Para conseguir esse controle de pragas na soja, na safra de verão, o ideal é realizar a dessecação 30 dias antes do plantio, tendo a presença de umidade na área. 

Mas, como essa não é uma ciência exata, se a dessecação for feita muito próxima do plantio pode ser necessário monitorar a população de pragas e até mesmo fazer uma associação com aplicação de inseticida. Tudo isso para evitar um ataque à planta logo após a emergência

3. Controle as plantas tigueras 

Naturalmente, não deveria haver plantas tigueras ou voluntárias provenientes, ou mesmo remanescentes, da safra anterior. No entanto, não é incomum encontrarmos plantas de milho dentro da cultura da soja após o plantio da safra. 

Essas plantas podem aumentar a pressão de seleção de insetos resistentes, além de ser fonte de inóculo para doenças transmitidas por vetores como a cigarrinha.  

Nesse contexto, utilizar herbicidas com mecanismos diversos é extremamente importante para não criar um ambiente propício ao surgimento de plantas daninhas resistentes.

Essa medida se torna ainda mais necessária quando o produtor tem safra e safrinha na fazenda e usa materiais com biotecnologia em ambas as culturas. 

Outra prática que pode auxiliar no controle de plantas tiguera é o uso de cobertura.No cerrado, por exemplo, é comum haver consórcio na segunda safra (milho + braquiária) ou plantio de cobertura com milheto, braquiária ou crotalária após a cultura principal. Assim, é possível manter a umidade e reduzir os patógenos.

4. Registre todo o processo e avalie os resultados

Ao final da safra, é importante ter o registro de todas as aplicações e o mapa de colheita em mãos para otimizar os seus resultados na lavoura. Essas informações podem ser geradas automaticamente e em tempo real com softwares como o FieldView™ Drive, por exemplo

Cruzando as informações dos mapas de pulverizações e de produtividade, é possível verificar se houve alguma falha no estande da plantação. Além disso, o produtor pode avaliar a escolha de produtos e as aplicações para assim continuar produzindo de forma cada vez mais eficiente e sustentável. 

Quais são os principais fatores de impacto na qualidade da aplicação de inseticidas?

A aplicação de inseticidas na lavoura de soja também exige alguns cuidados. Considerando todas as aplicações, no geral, o produtor brasileiro faz de 5 a 8 entradas na plantação. 

E para assegurar a qualidade dessas operações, deve-se observar os seguintes fatores: 

Tamanho de gotas

Esse fator está ligado à escolha da ponta, pressão de trabalho, alvo a ser tratado e recomendação de cada produto. 

Gotas maiores deixam a neblina mais pesada, reduzindo a deriva e, consequentemente, a contaminação fora da área a ser tratada, o que é particularmente importante no caso de herbicidas. 

Para fungicidas, em geral, recomenda-se uma neblina com gotas de tamanho médio, por apresentarem maior penetração no dossel da cultura.

Volume de calda ou taxa de aplicação

A taxa de aplicação deve estar de acordo com o controle desejado. Se esse volume estiver baixo, pode haver dificuldade em garantir a cobertura ideal. 

Algo a se considerar também, principalmente para fungicidas, é que a taxa deveria variar de acordo com o estágio da cultura, acompanhando o aumento do índice foliar das plantas. 

Nesse sentido, registrar as taxas de aplicação e ter mapas de aplicação pode ajudar o produtor a detectar possíveis falhas ou volumes diferentes do recomendado.

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Condições climáticas

As condições ideais para a aplicação de inseticidas seria umidade acima de 50%, temperatura abaixo de 30‎°C e velocidade do vento entre 3 e 10 km/h. Lembrando que vento zero é um indício de uma possível inversão térmica. 

Altura da barra

A altura da barra é  particularmente importante para produtos que precisam de maior controle da deriva. 

A distância deve ser de 50 a 60 cm entre a barra e o topo da cultura. Ou seja, a altura da barra reflete a distância entre cada uma das pontas na barra (pontas espaçadas a cada 50 cm entre si). 

Velocidade do pulverizador

Quando a máquina se desloca muito rápido (acima de 24 km/h), acontece um turbilhonamento atrás da barra, o que pode aumentar a deriva. Por isso, é fundamental manter a velocidade do pulverizador abaixo dessa marca. 

Vale lembrar que no FieldView é possível ver também o mapa de velocidade de aplicação para avaliar a qualidade da operação. 

Inspeções periódicas no pulverizador

Apesar de ser essencial, as inspeções periódicas do pulverizador nem sempre são feitas, colocando em risco a eficiência da operação. 

 Isso porque uma ponteira desgastada ou entupida, assim como problemas nas peneiras, mangueiras ou bombas, podem diminuir muito a eficiência das aplicações. 

Como resultado, a falta de inspeção e manutenção do pulverizador causa problemas na hora de realizar o controle de pragas, doenças e ervas daninhas. 

Como manter a qualidade e a produtividade da soja após o controle de pragas?

A qualidade e a produtividade da soja depende da adoção de um conjunto de práticas que vão além do manejo integrado de pragas. 

Afinal, o sucesso da safra é influenciado por diversos fatores, que exigem a implementação de medidas para otimizar a produção agrícola. 

Para alcançar esses resultados, o ideal é que o sojicultor adote as seguintes medidas:

Uso de tecnologias e inovações no controle de pragas do soja

Antes - Mapa do FieldView identifica áreas com infestação de praga; DEPOIS - mapa mostra que manejo na área controlou a praga.Antes - Mapa do FieldView identifica áreas com infestação de praga; DEPOIS - mapa mostra que manejo na área controlou a praga.

Os estudos comprovam que o uso de tecnologias e inovações agrícolas potencializam os resultados das medidas de controle de pragas da soja. 

Um desses estudos foi realizado pela própria Embrapa Soja, que conduziu um experimento em parceria com a Cooperativa Cocamar no norte do Paraná. 

A pesquisa comprovou que o uso de tecnologias digitais, como georreferenciamento e espacialização de dados, reduziu em cerca de 45% o uso de produtos químicos no controle de pragas

Ao mesmo tempo, as chamadas geotecnologias também otimizaram as operações com maquinário e aumentaram a qualidade dos grãos. 

Outro estudo de caso mostrou que a adoção de plantio em taxa variável associada ao uso de softwares de gestão agrícola, como o Climate FieldView™, não só é eficaz para controlar as pragas, como também aumenta a produtividade da safra

Graças a adoção dessas medidas, o sojicultor Cristian Braun, por exemplo, aumentou sua produção em mais de 50% e ainda economizou mais de R$ 148 mil reais em prejuízos.

Em outras palavras, as ferramentas associadas à agricultura de precisão e agricultura digital são aliadas indispensáveis para o controle de pragas da soja e o sucesso da safra.

Conheça todos os recursos do Climate FieldView™ e veja como esse software pode potencializar sua produção de soja!

 

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