As boas práticas no pós-colheita incluem medidas como limpeza dos silos, controle de pragas nos grãos armazenados e monitoramento contínuo dos produtos agrícolas.

Depois de colher a soja na lavoura, colheitadeira faz o descarregamento dos grãos no caminhão transbordo
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A fase pós-colheita envolve a adoção de medidas que visam conservar a qualidade dos produtos agrícolas. Para isso, o produtor precisa investir em processos como classificação, secagem, armazenamento e transporte adequado dos grãos.
Além de reduzir perdas, esses procedimentos ajudam a preservar o valor comercial da safra e a aumentar os ganhos do produtor.
Para potencializar seus resultados, o agricultor também pode adotar boas práticas no pós-colheita, como limpeza dos armazéns, controle de pragas e monitoramento contínuo dos produtos agrícolas.
Ele também precisa do apoio de ferramentas da agricultura de precisão e digital, como sensores, inteligência artificial e softwares de gestão. Com o suporte dessas tecnologias, é mais fácil assegurar a qualidade da safra até o seu destino.
Boa leitura!
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O período pós-colheita é decisivo para garantir bons resultados na safra. Por isso, nessa fase, o produtor precisa adotar um conjunto de técnicas e tecnologias que preservem a qualidade dos produtos agrícolas e minimizem os desperdícios.
A má gestão dessa etapa pode resultar em perdas importantes, que prejudicam a rentabilidade do produtor e até a produtividade do setor agrícola.
De acordo com a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), um armazenamento de grãos inadequado, por exemplo, pode levar a perdas de 15% a 40% da produção.
Para evitar esse tipo de prejuízo, o produtor precisa adotar boas práticas no pós-colheita. Neste artigo, explicaremos quais são essas práticas, por que elas são importantes e como a tecnologia pode otimizar essa etapa da cadeia produtiva.
Colheitadeira durante a colheita de soja
Principais processos no pós-colheita
Antes de entender quais cuidados devem ser adotados após a colheita, é importante lembrar quais processos integram essa etapa. Conheça os principais a seguir:
Classificação e separação dos grãos
A classificação de grãos consiste na separação dos produtos conforme características como tamanho, peso, umidade, nível de impurezas e presença de danos.
Essa triagem garante que o produto final atenda aos padrões exigidos pelo mercado e evita que grãos deteriorados sejam comercializados, o que pode impactar negativamente o valor da produção.
Secagem de grãos
A secagem é um processo que visa reduzir o teor de umidade dos grãos. O objetivo dessa prática é evitar a criação de condições que aceleram a deterioração dos produtos e o desenvolvimento de doenças durante o armazenamento.
Esse processo pode ser realizado de duas formas: natural ou induzida (artificial). A secagem natural consiste na exposição dos grãos ao sol e ao vento, geralmente em terreiros ou sobre lonas.
Já o método artificial utiliza secadores, equipamentos que controlam temperatura, fluxo de ar e umidade no ambiente, para acelerar a remoção da água dos grãos. Esses secadores podem ser do tipo estacionário, contínuo e intermitente.
Armazenamento
O armazenamento dos grãos é uma estratégia que visa proteger os grãos de fatores externos que possam comprometer sua qualidade e integridade. Esse processo garante que o produto permaneça em condições ideais para consumo até sua comercialização ou processamento.
Para isso, o produtor deve armazenar a produção em locais adequados, como armazéns graneleiros e silos metálicos, de concreto ou com sistema de secagem.
Transporte e logística na cadeia produtiva
O transporte de grãos é responsável por levar a produção das áreas rurais até centros urbanos e portos, de onde os produtos são distribuídos para o mercado interno ou exportados.
Para evitar prejuízos, o produtor precisa investir em um planejamento logístico eficiente, que minimize as perdas e assegure que os grãos cheguem ao seu destino com qualidade preservada.
Caminhão usado para o transporte de grãos até o armazenamento no silo de soja
+ SAIBA MAIS: Armazenagem de grãos: quais os cuidados na operacionalização da colheita?
Boas práticas no pós-colheita
O produtor deve adotar as chamadas boas práticas no pós-colheita para garantir bons resultados nos processos de secagem, armazenamento e transporte de grãos.
Conheça algumas dessas medidas a seguir:
Faça um bom planejamento
Os resultados do período pós-colheita devem começar a ser traçados ainda no planejamento da safra, quando o agricultor escolhe as melhores estratégias logísticas e de manejo para lidar com a produção.
Nesse momento, é importante decidir aspectos como os métodos de secagem, as estruturas de armazenamento e as opções de transporte que serão adotadas.
Cuide do pré-armazenamento
Antes de armazenar a produção, o produtor deve se certificar de que os grãos estejam devidamente higienizados, sem impurezas ou restos culturais que podem contaminar o lote e comprometer sua qualidade.
Além disso, é importante garantir que os silos ou armazéns utilizados passem por uma limpeza completa sempre que forem esvaziados. Essa prática ajuda a evitar a disseminação de contaminantes, como pragas e agentes causadores de doenças, que podem prejudicar os produtos estocados.
Faça um controle rigoroso da umidade e temperatura
Mais do que contar com uma boa estrutura de armazenagem, o produtor precisa utilizar sistemas de controle de temperatura e umidade. Essas tecnologias ajudam a manter condições ideais à preservação dos grãos e prevenir a formação de bolores ou a proliferação de pragas.
Invista no controle de pragas
A fase pós-colheita costuma ser marcada pelo surgimento de pragas específicas, como o gorgulho-do-trigo (Sitophilus granarius) e a traça-dos-cereais (Sitotroga cerealella), comuns em grãos armazenados.
Para evitar danos, pode ser necessário investir na aplicação de defensivos para tratar e proteger os grãos estocados sem comprometer sua qualidade.
Monitore pragas e microrganismos
O monitoramento contínuo dos grãos armazenados a identificação precoce de pragas e doenças que possam comprometer a produção. Assim, o produtor pode adotar medidas corretivas antes que o problema se agrave.
Além disso, o monitoramento envolve a medição de parâmetros como temperatura e umidade. Caso sejam identificadas oscilações ou anormalidades nos resultados, é possível realizar os ajustes necessários para preservar a qualidade e a quantidade dos produtos agrícolas.
Colheitadeira descarrega no transbordo os grãos de milho que foram colhidos durante a operação de colheita
Benefícios das boas práticas no pós-colheita
Investir no manejo pós-colheita é um investimento com alto retorno para o produtor. Confira a seguir suas principais vantagens:
- Preserva a qualidade dos produtos agrícolas;
- Minimiza perdas;
- Aumenta a vida útil comercial dos grãos;
- Melhora a competitividade da safra no mercado;
- Amplia as oportunidades de negócio;
- Aumenta a rentabilidade do produtor.
Tecnologias aplicadas ao pós-colheita
Ferramentas associadas à agricultura de precisão e à agricultura digital também podem ser integradas aos processos pós-colheita. Conheça a seguir quais tecnologias podem ser utilizadas nessa fase e entenda por que elas são tão importantes.
Sensores e IoT para monitoramento de grãos
O monitoramento dos grãos pode ser otimizado com o uso de recursos associados à Internet das Coisas (IoT). Com essa tecnologia, é possível integrar sensores por meio de redes de comunicação, como Wi-Fi e Bluetooth.
Quando esses sensores são instalados em silos e armazéns, o produtor consegue acompanhar variáveis, como temperatura e umidade, de forma remota. As informações são coletadas em tempo real, enviadas para a nuvem e processadas por plataformas de gerenciamento conectadas à IoT.
Se algum dos parâmetros monitorados sair dos limites ideais, o próprio sistema envia alertas automáticos indicando a existência do problema.
Uso de inteligência artificial na logística agrícola
A inteligência artificial (IA) é uma aliada importante ao longo de toda a cadeia produtiva, inclusive no pós-colheita. Nessa etapa, ela pode ser aplicada em diversos processos, como o controle de temperatura e umidade no armazenamento.
Sistemas que utilizam essa tecnologia também podem ser empregados para melhorar a logística agrícola. Afinal, a IA é capaz de analisar múltiplos fatores, como distância até o destino, condições climáticas e prazos de entrega, para sugerir as melhores rotas de escoamento da produção.
Softwares de gestão para otimizar armazenamento e transporte
Existem softwares específicos capazes de analisar variáveis que influenciam o armazenamento e monitorar cargas durante o transporte.
Esses sistemas utilizam recursos como inteligência artificial e ciência de dados para processar informações coletadas por diferentes dispositivos, gerando orientações úteis ao produtor.
Os sistemas de monitoramento de cargas, por exemplo, utilizam dados obtidos por sensores instalados nos caminhões para rastrear o transporte dos grãos.
Em caso de imprevistos, o próprio software pode sugerir ajustes nas rotas. Essa tecnologia também é importante para rastrear o veículo em situações de furto ou acidente.
Além desses recursos, o produtor também pode usar softwares de gestão para integrar os dados coletados por sensores e avaliar padrões de armazenamento para prever necessidade de manutenção ou expansão de capacidade.
Vale lembrar que o Climate FieldView™, plataforma de agricultura digital da Bayer, oferece vários recursos para otimizar a gestão agrícola e o monitoramento da cadeia produtiva, desde o pré-plantio até o pós-colheita.
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