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As pragas sugadoras são insetos que utilizam um aparelho bucal sugador para se alimentar e, a depender do inseto-praga, transmitir doenças. Por conta disso, essas pragas são responsáveis por causar prejuízos significativos à lavoura de diversas culturas, inclusive o milho.
O percevejo-marrom, a cigarrinha do milho e o pulgão do milho são algumas das espécies que fazem parte desse grupo. A melhor forma de prevenir e controlar as infestações desses insetos é investir em técnicas e práticas associadas ao Manejo Integrado de Pragas (MIP).
Uma dessas técnicas é o monitoramento constante da lavoura, que deve ser feito com o auxílio de tecnologias como a plataforma de agricultura digital.
Boa leitura!
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Os números da produção de milho no Brasil impressionam. Segundo dados da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), estima-se que a colheita do cereal alcance 130 milhões de toneladas apenas na safra 2022/23.
Um dos fatores que explicam esses números é o investimento em estratégias de controle de pragas agrícolas na cultura do milho, como as ferramentas da agricultura digital.
Graças a essas estratégias, o produtor pode proteger a lavoura e até eliminar infestações de insetos potencialmente destrutivos, como as pragas sugadoras do milho.
Mas quais são essas estratégias e como elas auxiliam o produtor a controlar o problema de infestações?
Para responder essa pergunta, neste artigo, explicaremos o que são pragas sugadoras, quais as principais pragas que atacam a cultura do milho e como realizar o controle eficiente desses insetos-pragas.
Veja também: Maiores produtores agrícolas do mundo e o que eles ensinam sobre agricultura digital
As pragas sugadoras são insetos que possuem um aparelho bucal sugador, estrutura especializada para sugar a seiva vegetal. Por conta desse aparelho, o inseto perfura a superfície da planta para se alimentar.
Assim, ele suga os nutrientes essenciais para o crescimento do vegetal, causando danos como redução da fotossíntese e do crescimento da planta, murchamento e até transmissão de doenças.
Por isso, infestações de pragas sugadoras podem comprometer o desenvolvimento, a produtividade e a qualidade da plantação. Caso não sejam controladas, esses insetos podem provocar prejuízos significativos ao produtor.
A cultura do milho pode ser infestada por diferentes espécies de insetos. No entanto, quando o assunto são pragas sugadoras, seis deles se destacam por conta do seu potencial de destruição da lavoura.
Confira abaixo em quais insetos sugadores o produtor de milho precisa ficar atento:
A cigarrinha-do-milho é um inseto sugador capaz de transmitir as bactérias Mollicutes durante a sua alimentação. Essas bactérias são responsáveis pelo desenvolvimento da virose do raiado fino e do enfezamento pálido e vermelho.
Por conta dessas doenças, a planta passa a apresentar sintomas como enfraquecimento, entrenós mais curtos e formação de uma camada de fungos na superfície da folha, também conhecida como fumagina.
Se a cigarrinha não for controlada e a lavoura for contaminada pelo enfezamento, o produtor pode perder até 100% da sua plantação.
Veja também: Cigarrinha-do-milho: saiba como identificar o inseto e as doenças que transmite à cultura
O percevejo castanho é um inseto que aparelho sugador para a seiva das raízes das plantas. Esse ataque prejudica o sistema vascular das plantas, que desenvolvem deficiência nutricional e hídrica. Em casos graves, esses sintomas podem levá-las à morte.
Por conta das suas pernas escavadoras, essa espécie de percevejo pode ser encontrada tanto na superfície do solo, onde atacam em reboleiras, ou escavar o solo em até 2 metros de profundidade.
O percevejo barriga-verde é uma praga que se se alimenta principalmente da base das plântulas de milho. Durante esse processo, o inseto utiliza seu aparelho sugador para liberar toxinas no tecido vegetal da planta.
Por conta disso, o desenvolvimento do milho fica comprometido, já que as toxinas provocam sintomas como murchamento das folhas centrais (coração morto) e lesões com bordas amareladas nas folhas.
Caso a praga não seja controlada, pode causar a redução do stand da plantação e o secamento parcial ou total da lavoura.
O percevejo marrom é um inseto muito parecido com o percevejo barriga-verde. No entanto, eles podem ser diferenciados por conta de algumas características físicas e comportamentais.
Além da coloração marrom-escuro, o percevejo marrom possui dois alongamentos laterais que facilitam sua identificação. Outra diferença é que o percevejo marrom geralmente ataca a lavoura de milho cultivada após a colheita de soja.
Afinal, o inseto também pode atacar a oleaginosa. Em compensação, essa praga é menos agressiva à lavoura do milho.
Mesmo assim, sua infestação pode provocar a redução da produtividade da safra, causada pela má formação dos grãos, ataque a ramos e hastes, entre outros sintomas.
O pulgão do milho é um inseto que se diferencia por liberar um excremento açucarado, conhecido como honeydew, enquanto suga a seiva das plantas. Esse excremento favorece o desenvolvimento de fungos nas folhas.
Por isso, em plantações infestadas por esse pulgão, as plantas podem desenvolver sintomas como murcha, clorose (folhas amareladas) e pendoamento da cultura, que prejudica a polinização e provoca o surgimento de espigas incompletas ou inférteis.
A mosca-branca é um inseto sugador que ataca diversas culturas, como soja, algodão e milho, bem como plantas daninhas, o que dificulta o seu controle.
Além de provocar a descoloração das folhas, prejudicando o processo de fotossíntese das plantas, esse inseto também atua como vetor de várias doenças. Por isso, o ataque de moscas-brancas pode gerar alterações no desenvolvimento do milho.
Veja também: Como reduzir custos na lavoura de milho?
Para prevenir infestações de pragas sugadores na cultura do milho, o produtor deve investir na nas técnicas integradas do Manejo Integrado de Pragas (MIP).
O MIP é um sistema que associa os ambientes de produção com a dinâmica populacional da espécie. Por isso, ele é considerado a estratégia mais efetiva de controle de pragas na agricultura.
Conheça abaixo algumas técnicas do MIP que ajudam a proteger a lavoura de milho do ataque de pragas:
Fazer a dessecação antecipada da lavoura;
Ao identificar infestações de insetos sugadores na lavoura de milho, o produtor precisa adotar medidas de controle o mais rápido possível para evitar danos significativos à plantação.
Para isso, mais uma vez ele deve utilizar os métodos associados ao Manejo Integrado de Pragas (MIP), já que a adoção de uma ação isolada pode não resolver o problema.
Nesse sistema, o primeiro passo para controlar as infestações é identificar corretamente a espécie de inseto-praga presente na plantação.
Isso também exige que o produtor invista no monitoramento da lavoura. Assim, ele conseguirá entender se os níveis de danos econômicos à cultura foram atingidos e se justificam o uso de algum tipo de controle químico, por exemplo.
Nesse caso, além do tratamento de sementes, o produtor também pode realizar a aplicação de defensivos específicos para a praga identificada.
Para isso, ele deve consultar o agrônomo e definir qual o princípio ativo indicado para eliminar a infestação de acordo com a fase de desenvolvimento do inseto.
Além do controle químico, o produtor também pode utilizar o controle biológico dos insetos-pragas. Isso pode ser feito com predadores ou parasitoides que atacam ovos de diversos percevejos, por exemplo, como as espécies Telenomus podisi (Ahsmead) e Trissolcus basalis (Wollaston).
O monitoramento da lavoura utiliza técnicas e tecnologias específicas que facilitam a identificação precoce de infestações de pragas na plantação.
Graças a esse processo, o produtor pode direcionar seus esforços de controle de forma mais assertiva e eficiente, eliminando a infestação antes que ela cause danos significativos à lavoura.
Como resultado, além de proteger a lavoura, é possível reduzir custos com defensivos e assegurar a produtividade da lavoura.
Para atingir esses objetivos, o agricultor pode utilizar diferentes recursos que facilitam o monitoramento da lavoura, como as plataformas de agricultura digital.
Esses softwares se destacam por integrar e processar dados agrícolas relevantes, facilitando o diagnóstico da plantação e direcionando as ações do agricultor.
Com o Climate FieldView™, plataforma de agricultura digital da Bayer, por exemplo, o agricultor pode gerar mapas agrícolas por meio do Diagnóstico FieldView™. Assim, é possível identificar falhas no desenvolvimento de cada talhão com mais facilidade.
Com base no processamento de dados e comparação de diferentes mapas de produtividade, a própria plataforma pode enviar um alerta ao produtor indicando a incidência de algum problema na lavoura.
Com base nessa informação, o produtor pode verificar se o problema é resultado de uma infestação e, em caso positivo, adotar as medidas necessárias para combater os insetos.
Dessa forma, ele protege a lavoura, adota medidas de controle mais eficientes e ainda melhora a rentabilidade da safra.