Pragas Sugadoras: como identificar, prevenir e controlar esses insetos em suas plantações

Por Equipe FieldView™ em 28/08/2023 10:40:48

As pragas sugadoras são insetos potencialmente nocivos à produtividade e qualidade da lavoura. Conheça as melhores estratégias para proteger a plantação desse problema.

Duas cigarrinhas Embrapa dentro de uma folhaCigarrinha Embrapa

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As pragas sugadoras são insetos que utilizam um aparelho bucal sugador para se alimentar e, a depender do inseto-praga, transmitir doenças. Por conta disso, essas pragas são responsáveis por causar prejuízos significativos à lavoura de diversas culturas, inclusive o milho. 

O percevejo-marrom, a cigarrinha do milho e o pulgão do milho são algumas das espécies que fazem parte desse grupo. A melhor forma de prevenir e controlar as infestações desses insetos é investir em técnicas e práticas associadas ao Manejo Integrado de Pragas (MIP). 

Uma dessas técnicas é o monitoramento constante da lavoura, que deve ser feito com o auxílio de tecnologias como a plataforma de agricultura digital.

Boa leitura!

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Os números da produção de milho no Brasil impressionam. Segundo dados da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), estima-se que a colheita do cereal alcance 130 milhões de toneladas apenas na safra 2022/23. 

Um dos fatores que explicam esses números é o investimento em estratégias de controle de pragas agrícolas na cultura do milho, como as ferramentas da agricultura digital. 

Graças a essas estratégias, o produtor pode proteger a lavoura e até eliminar infestações de insetos potencialmente destrutivos, como as pragas sugadoras do milho.

Mas quais são essas estratégias e como elas auxiliam o produtor a controlar o problema de infestações?

Para responder essa pergunta, neste artigo, explicaremos o que são pragas sugadoras, quais as principais pragas que atacam a cultura do milho e como realizar o controle eficiente desses insetos-pragas.

Veja também: Maiores produtores agrícolas do mundo e o que eles ensinam sobre agricultura digital

O que são pragas sugadoras?

Imagem de uma cigarrinha do milho vista de cima Cigarrinha-do-Milho Dalbulus maidis - CRÉDITO EMBRAPA 

As pragas sugadoras são insetos que possuem um aparelho bucal sugador, estrutura especializada para sugar a seiva vegetal. Por conta desse aparelho, o inseto perfura a superfície da planta para se alimentar.

Assim, ele suga os nutrientes essenciais para o crescimento do vegetal, causando danos como redução da fotossíntese e do crescimento da planta, murchamento e até transmissão de doenças.

Por isso, infestações de pragas sugadoras podem comprometer o desenvolvimento, a produtividade e a qualidade da plantação. Caso não sejam controladas, esses insetos podem provocar prejuízos significativos ao produtor. 

Quais são as principais pragas sugadoras do milho?

A cultura do milho pode ser infestada por diferentes espécies de insetos. No entanto, quando o assunto são pragas sugadoras, seis deles se destacam por conta do seu potencial de destruição da lavoura.

Confira abaixo em quais insetos sugadores o produtor de milho precisa ficar atento:

1. Cigarrinha-do-milho (Dalbulus maidis)

A cigarrinha-do-milho é um inseto sugador capaz de transmitir as bactérias Mollicutes durante a sua alimentação. Essas bactérias são responsáveis pelo desenvolvimento da virose do raiado fino e do enfezamento pálido e vermelho. 

Por conta dessas doenças, a planta passa a apresentar sintomas como enfraquecimento, entrenós mais curtos e formação de uma camada de fungos na superfície da folha, também conhecida como fumagina.

Se a cigarrinha não for controlada e a lavoura for contaminada pelo enfezamento, o produtor pode perder até 100% da sua plantação.

Veja também: Cigarrinha-do-milho: saiba como identificar o inseto e as doenças que transmite à cultura

 

2. Percevejo-castanho (Scaptocoris castanea)

O percevejo castanho é um inseto que aparelho sugador para a seiva das raízes das plantas. Esse ataque prejudica o sistema vascular das plantas, que desenvolvem deficiência nutricional e hídrica. Em casos graves, esses sintomas podem levá-las à morte.

Por conta das suas pernas escavadoras, essa espécie de percevejo pode ser encontrada tanto na superfície do solo, onde atacam em reboleiras, ou escavar o solo em até 2 metros de profundidade.

3. Percevejo barriga-verde (Dichelops melacanthus)

O percevejo barriga-verde é uma praga que se se alimenta principalmente da base das plântulas de milho. Durante esse processo, o inseto utiliza seu aparelho sugador para liberar toxinas no tecido vegetal da planta. 

Por conta disso, o desenvolvimento do milho fica comprometido, já que as toxinas provocam sintomas como murchamento das folhas centrais (coração morto) e lesões com bordas amareladas nas folhas. 

Caso a praga não seja controlada, pode causar a redução do stand da plantação e o secamento parcial ou total da lavoura.

4. Percevejo marrom (Euschistus heros)

O percevejo marrom é um inseto muito parecido com o percevejo barriga-verde. No entanto, eles podem ser diferenciados por conta de algumas características físicas e comportamentais. 

Além da coloração marrom-escuro, o percevejo marrom possui dois alongamentos laterais que facilitam sua identificação. Outra diferença é que o percevejo marrom geralmente ataca a lavoura de milho cultivada após a colheita de soja

Afinal, o inseto também pode atacar a oleaginosa. Em compensação, essa praga é menos agressiva à lavoura do milho. 

Mesmo assim, sua infestação pode provocar a redução da produtividade da safra, causada pela má formação dos grãos, ataque a ramos e hastes, entre outros sintomas.

5. Pulgão do milho (Rhopalosiphum maidis)

O pulgão do milho é um inseto que se diferencia por liberar um excremento açucarado, conhecido como honeydew, enquanto suga a seiva das plantas. Esse excremento favorece o desenvolvimento de fungos nas folhas. 

Por isso, em plantações infestadas por esse pulgão, as plantas podem desenvolver sintomas como murcha, clorose (folhas amareladas) e pendoamento da cultura, que prejudica a polinização e provoca o surgimento de espigas incompletas ou inférteis.

6. Mosca-branca (Bemisia tabaci) 

A mosca-branca é um inseto sugador que ataca diversas culturas, como soja, algodão e milho, bem como plantas daninhas, o que dificulta o seu controle.

Além de provocar a descoloração das folhas, prejudicando o processo de fotossíntese das plantas, esse inseto também atua como vetor de várias doenças. Por isso, o ataque de moscas-brancas pode gerar alterações no desenvolvimento do milho.

Veja também: Como reduzir custos na lavoura de milho?

Como prevenir a infestação de pragas sugadoras?

Um medidor de produtividade e colheita, sendo analisado pelo fator da cigarrinha de milho Produtividade X Colheita  

Para prevenir infestações de pragas sugadores na cultura do milho, o produtor deve investir na nas técnicas integradas do Manejo Integrado de Pragas (MIP). 

O MIP é um sistema que associa os ambientes de produção com a dinâmica populacional da espécie. Por isso, ele é considerado a estratégia mais efetiva de controle de pragas na agricultura.

Conheça abaixo algumas técnicas do MIP que ajudam a proteger a lavoura de milho do ataque de pragas:

Fazer a dessecação antecipada da lavoura;

Como controlar as pragas sugadoras do milho?

Ao identificar infestações de insetos sugadores na lavoura de milho, o produtor precisa adotar medidas de controle o mais rápido possível para evitar danos significativos à plantação.

Para isso, mais uma vez ele deve utilizar os métodos associados ao Manejo Integrado de Pragas (MIP), já que a adoção de uma ação isolada pode não resolver o problema. 

Nesse sistema, o primeiro passo para controlar as infestações é identificar corretamente a espécie de inseto-praga presente na plantação. 

Isso também exige que o produtor invista no monitoramento da lavoura. Assim, ele conseguirá entender se os níveis de danos econômicos à cultura foram atingidos e se justificam o uso de algum tipo de controle químico, por exemplo.

Nesse caso, além do tratamento de sementes, o produtor também pode realizar a aplicação de defensivos específicos para a praga identificada. 

Para isso, ele deve consultar o agrônomo e definir qual o princípio ativo indicado para eliminar a infestação de acordo com a fase de desenvolvimento do inseto. 

Além do controle químico, o produtor também pode utilizar o controle biológico dos insetos-pragas. Isso pode ser feito com predadores ou parasitoides que atacam ovos de diversos percevejos, por exemplo, como as espécies Telenomus podisi (Ahsmead) e Trissolcus basalis (Wollaston).

O monitoramento da lavoura é essencial para o controle efetivo de pragas

Um milho na espiga aberta em uma lavoura enorme só de milho verde Lavoura de milho

O monitoramento da lavoura utiliza técnicas e tecnologias específicas que facilitam a identificação precoce de infestações de pragas na plantação. 

Graças a esse processo, o produtor pode direcionar seus esforços de controle de forma mais assertiva e eficiente, eliminando a infestação antes que ela cause danos significativos à lavoura. 

Como resultado, além de proteger a lavoura, é possível reduzir custos com defensivos e assegurar a produtividade da lavoura. 

Para atingir esses objetivos, o agricultor pode utilizar diferentes recursos que facilitam o monitoramento da lavoura, como as plataformas de agricultura digital. 

Esses softwares se destacam por integrar e processar dados agrícolas relevantes, facilitando o diagnóstico da plantação e direcionando as ações do agricultor.

Com o Climate FieldView™, plataforma de agricultura digital da Bayer, por exemplo, o agricultor pode gerar mapas agrícolas por meio do Diagnóstico FieldView™. Assim, é possível identificar falhas no desenvolvimento de cada talhão com mais facilidade

Com base no processamento de dados e comparação de diferentes mapas de produtividade, a própria plataforma pode enviar um alerta ao produtor indicando a incidência de algum problema na lavoura. 

Com base nessa informação, o produtor pode verificar se o problema é resultado de uma infestação e, em caso positivo, adotar as medidas necessárias para combater os insetos.

Dessa forma, ele protege a lavoura, adota medidas de controle mais eficientes e ainda melhora a rentabilidade da safra.

 

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