O aumento da produtividade do algodão exige que o cotonicultor adote estratégias que otimizem todas as etapas da produção, desde o plantio até a colheita. Entenda aqui o que o produtor deve fazer para alcançar esse objetivo.
Colheita de algodão.
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A produtividade do algodão é influenciada por diversos fatores, como condições climáticas, preparo do solo, infestações de pragas e doenças, entre outros parâmetros.
Para aumentar essa produção, o cotonicultor precisa adotar práticas que utilizem esses fatores a seu favor.
Ao mesmo tempo, elas devem garantir a manutenção da qualidade do algodão e a sustentabilidade da cadeia produtiva, demandas cada vez mais valorizadas pelo mercado.
Para isso, o produtor deve adotar diferentes estratégias, preparo do solo, plantio na época certa e boas práticas de colheita.
Para maximizar os resultados dessa prática, também é importante investir nos recursos da Agricultura de Precisão e Agricultura Digital. Assim, fica mais fácil garantir uma lavoura de algodão produtiva.
Boa leitura!
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O Brasil é um dos maiores produtores de algodão do mundo. A expectativa é que o país se torne o maior exportador de algodão do planeta a partir de 2030.
Essa estimativa se deve a vários fatores, como o aumento da área plantada e da produtividade do algodão brasileiro nos últimos anos, impulsionados pela adoção de tecnologias agrícolas na lavoura.
Como resultado, o cotonicultor conseguiu otimizar o manejo do algodoeiro e até melhorar a qualidade do algodão produzido no país.
Para comprovar essa afirmação, basta avaliar a série histórica de produção de algodão no país, consolidada pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).
Na safra 2012/13, por exemplo, estima-se que o país produziu cerca de 3.329,1 milhões de toneladas de algodão em caroço.
Para a safra de 2023/24, a previsão é que essa produção seja de 7.285,9 milhões de toneladas. Isso significa que, nos últimos 10 anos, a produção brasileira de algodão em caroço mais que dobrou.
Embora esses números sejam impressionantes, eles ainda podem melhorar. Para isso, o agricultor brasileiro terá que vencer o desafio de aumentar a produtividade do algodão de maneira sustentável e preservando a qualidade da fibra.
Neste artigo, explicaremos como o cotonicultor pode alcançar esses objetivos e garantir uma safra de algodão mais lucrativa e sustentável.
Quais fatores influenciam na produção do algodão?
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A fertilidade do solo não é o único fator que impacta na produtividade do algodoeiro. Além do solo fértil, o cultivo do algodão é afetado por condições que também influenciam o desenvolvimento de outras culturas.
As diferenças se resumem às especificidades da cultura, como ciclo de vida, espécies de pragas e plantas daninhas, bem como a escolha de variedades.
Confira abaixo uma lista que resume quais fatores o cotonicultor precisa ficar atento para garantir uma safra de sucesso.
- Condições climáticas;
- Definição da época de plantio;
- Manejo e preparo do solo;
- Estratégias e insumos utilizados para adubar o solo;
- Qualidade da semente;
- Tipos de cultivares e variedades escolhidos para o plantio;
- Espaçamento e densidade da semeadura utilizados na lavoura;
- Controle de pragas e doenças que atacam a cultura do algodão;
- Controle de plantas daninhas;
- Tipo de irrigação adotado na lavoura;
- Início da colheita do algodão e manejo dos equipamentos usados no processo.
Melhores práticas para maximizar a produtividade do algodão
Existem várias estratégias que ajudam o produtor a melhorar a produtividade do algodão. Essas medidas são baseadas nos fatores que influenciam no cultivo dessa cultura.
Por isso, elas permitem que o cotonicultor utilize esses fatores ao seu favor para otimizar o plantio e a colheita do algodão.
Confira abaixo as 10 melhores estratégias que o agricultor precisa seguir para maximizar sua produção.
1. Planeje a safra de algodão
O primeiro passo para garantir uma safra de algodão produtiva é fazer um bom planejamento da lavoura.
Para isso, o cotonicultor precisa considerar vários parâmetros, como as características da cultura, o histórico de uso da área de plantio, as perspectivas de mercado, as metas financeiras, entre outros fatores.
A partir desses dados, o produtor deve criar um planejamento financeiro, um plano operacional e um cronograma agrícola eficiente para conduzir o plantio e manejo da lavoura de algodão.
2. Prepare o solo
O próximo passo é preparar o substrato para o plantio. Isso significa que o produtor deve escolher a técnica de manejo e fazer a adubação correta do solo.
A técnica de manejo utilizada depende da análise de vários critérios, como textura do solo, umidade, resíduos vegetais, entre outras.
Atualmente, a técnica do Plantio Direto tem ganhado mais destaque por promover a proteção e recuperação do solo. Por isso, ela é considerada uma prática conservacionista.
3. Otimize a aplicação de fertilizantes
Conforme explicado, uma das etapas de preparo do solo é a adubação, que consiste na aplicação de fertilizantes na área de plantio.
Isso é necessário porque o plantio de algodão exige que o produtor invista na correção e na adubação do solo.
Quando esses processos são feitos sem a orientação e os cuidados adequados, surge o problema da aplicação excessiva de fertilizantes.
Além de aumentar os custos da produção, esse excesso pode prejudicar o desenvolvimento das plantas e ainda causar danos ao meio ambiente.
Para evitar esses problemas, o produtor precisa investir na aplicação eficiente dos fertilizantes na lavoura. Ou seja, ele deve adotar práticas capazes de fornecer a dose adequada de nutrientes que o algodoeiro precisa para se desenvolver.
Para isso, é necessário investir na análise do solo da área de plantio, processo essencial para identificar a quantidade e os tipos de nutrientes que devem ser aplicados para garantir o bom desenvolvimento da cultura.
Vale lembrar que o uso correto e equilibrado de fertilizantes não só aumenta a produtividade, mas também melhora a sustentabilidade da lavoura. Isso é essencial para o agricultor adequar sua produção aos princípios do ESG, cada vez mais valorizados pelo mercado externo.
4. Defina espaçamentos adequados para a cultura
Para evitar problemas resultantes da competição por recursos entre os algodoeiros, o produtor precisa definir o espaçamento correto para o cultivo dessa espécie.
Dessa forma, ele garante a máxima produtividade das plantas e a expressão de todas as suas características.
Geralmente, o espaçamento entre fileiras na lavoura de algodão fica entre 0,76 m e 0,90 m. Caso o agricultor opte pelo cultivo adensado, esse espaçamento cai para 0,45 a 0,5 m.
5. Plante na época certa
Colheita de algodão.
A cultura do algodão apresenta um bom desenvolvimento em regiões com alta incidência solar e com temperaturas médias acima de 20ºC.
Além disso, em seu período vegetativo, ela precisa de volumes de chuvas entre 500 e 1500 mm. Em outras palavras, o algodoeiro “gosta” de climas quentes, úmidos e com boa precipitação.
Como o Brasil é um país de proporções continentais, as regiões produtoras apresentam essas condições climáticas em diferentes períodos do ano. O período de plantio de algodão na Bahia é diferente daquele adotado no Mato Grosso do Sul, por exemplo.
Nesse cenário, a melhor forma de garantir que o plantio seja feito na época certa é consultar o calendário agrícola e o Zoneamento Agrícola de Risco Climático (ZARC) da região da fazenda.
Assim, o produtor garante que o plantio do algodão ocorra em condições climáticas favoráveis à sua produtividade.
6. Faça o manejo integrado de pragas
De acordo com o Guia de Identificação de Pragas do Algodoeiro, publicado pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), mais de 25 pragas podem atacar a cultura do algodoeiro e reduzir drasticamente a produtividade da lavoura.
Para evitar esses prejuízos, o cotonicultor deve investir no Manejo Integrado de Pragas (MIP), composto por um conjunto de técnicas que visam monitorar e controlar as pragas que atacam a lavoura de forma mais eficiente e estratégica.
Assim, além de aumentar a rentabilidade da safra, o produtor reduz os gastos com insumos e melhora o manejo de resistência das pragas aos defensivos agrícolas.
7. Faça o manejo de plantas daninhas
As plantas daninhas competem com o algodoeiro por recursos como água e nutrientes. Como resultado dessa competição, o desenvolvimento da lavoura é prejudicado, reduzindo sua produtividade.
Para evitar esses problemas, a melhor solução é fazer o manejo de plantas daninhas, aplicando técnicas de controle cultural, como uso de cobertura morta, rotação de culturas, adubação equilibrada e limpeza do maquinário.
Além disso, é importante investir no monitoramento dessas plantas e, caso necessário, na aplicação de herbicidas.
Com o auxílio da agricultura digital, esse processo é realizado de forma mais fácil, eficiente e barata. Existem casos em que a tecnologia reduziu infestações de plantas daninhas com até 60% de economia na aplicação de herbicidas.
8. Escolha as melhores sementes
Investir em sementes de qualidade, bem como escolher as variedades de algodão adequadas para a região de cultivo, também aumentam a produtividade da safra.
Para isso, o produtor deve escolher sementes certificadas e híbridos resistentes às limitações e problemas encontrados na área de plantio. Por exemplo, pragas, doenças e adversidades climáticas. Assim, é possível garantir uma lavoura mais resistente e saudável.
9. Adote boas práticas na colheita
Não adianta monitorar e cuidar todas as etapas de desenvolvimento da lavoura de algodão e negligenciar o processo de colheita e pós-colheita. Afinal, quando feitas da forma incorreta, elas também causam perdas significativas à produção.
Para isso, os engenheiros agrônomos Samir Costa Júnior, técnico da área de desenvolvimento de mercado para o algodão na Bayer, e Rafael Mendes, líder da área de sementes e biotecnologias para algodão, também da Bayer, recomendam que o cotonicultor siga algumas estratégias.
Segundo os especialistas, fazer a regulação das máquinas e fazer a pré-limpeza do algodão na colheitadeira é o primeiro passo para garantir uma boa colheita.
Além disso, o produtor precisa monitorar a umidade do algodão antes de iniciar a colheita. Afinal, o excesso de umidade pode causar o “encarneiramento” do algodão tanto na colheitadeira quanto no processo de beneficiamento do produto.
“Nossa recomendação é que o algodão seja colhido com uma umidade de 8 a 10%”, este é o percentual ideal de umidade para o algodão ser beneficiado, lembra Samir.
Outro ponto que merece a atenção do cotonicultor é o local de armazenamento dos fardos, que deve ser submetido a uma medição constante da umidade.
“Isto ajuda a evitar o desenvolvimento de fungos e outros patógenos no algodão colhido”, informa Rafael Mendes.
10. Use as tecnologias como aliadas
Produtor observa desenvolvimento do algodão com tablet.
As ferramentas da Agricultura de Precisão e da Agricultura Digital são fundamentais para maximizar a produção agrícola.
Recursos como sensores, drones, imagens de satélite e softwares de gestão agrícola auxiliam o cotonicultor a coletar e analisar dados da lavoura em tempo real.
Assim, seu planejamento se torna mais preciso e suas estratégias mais assertivas, já que elas passam a ser baseadas em dados robustos e confiáveis.
Como resultado, o cotonicultor, que normalmente faz um investimento alto por hectare, pode melhorar seu retorno sobre o investimento e identificar com mais facilidade quando e onde é necessário fazer algum ajuste.
Para coletar, armazenar, processar e integrar todos esses dados agronômicos, o cotonicultor pode utilizar o Climate FieldView™, a plataforma de agricultura digital da Bayer.
“Ferramentas como o FieldView™ ajudam o cotonicultor a ter a visibilidade de todo o processo. Por meio de mapas e relatórios, ele monitora a evolução da lavoura e os resultados da colheita; faz correlações entre todos os manejos e analisa as decisões tomadas por meio da produtividade final”, explica Rafael Mendes.
Graças a esses e outros recursos, o FieldView™ ajuda o cotonicultor a tomar decisões que maximizam sua produção e garantem uma safra de algodão mais rentável.
Melhore a produtividade da lavoura de algodão com a Climate FieldView™!