O mapeamento de plantas daninhas é uma técnica associada à agricultura de precisão que consiste em identificar, localizar e registrar a ocorrência de espécies invasoras em cada talhão da lavoura.
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O mapeamento de plantas daninhas é uma técnica utilizada para identificar e monitorar a presença de espécies invasoras nas lavouras. Os dados obtidos orientam a aplicação localizada e precisa de herbicidas, reduzindo custos operacionais e o uso excessivo de defensivos químicos.
Como resultado, a adoção dessa técnica minimiza os impactos ambientais e aumenta a sustentabilidade agrícola. Para isso, o produtor precisa investir em tecnologias da agricultura de precisão e de agricultura digital, como sensores, drones e outras ferramentas de sensoriamento remoto.
As informações coletadas são analisadas por softwares agrícolas, que geram mapas georreferenciados. Esses mapas auxiliam o produtor a tomar decisões mais assertivas no manejo, aumentar a produtividade e adotar práticas alinhadas à agricultura sustentável.
Boa leitura!
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As infestações de plantas daninhas podem comprometer seriamente o rendimento das lavouras. Espécies do gênero Euphorbia, por exemplo, como o amendoim-bravo (Euphorbia heterophylla), têm o potencial de reduzir em mais de 80% a produtividade agrícola, tendo grande ocorrência em soja.
Além das perdas de produção, essas daninhas também podem provocar impactos ambientais devido ao manejo inadequado de defensivos agrícolas.
O uso errado de herbicidas pode levar ao surgimento de espécies resistentes, à degradação do solo, à contaminação de recursos hídricos, entre outros problemas.
Para minimizar esses problemas, é importante adotar estratégias que garantam a aplicação localizada e precisa de defensivos. Uma dessas abordagens é o mapeamento de plantas daninhas.
Neste artigo, explicaremos o que é esse mapeamento, sua importância, os benefícios que oferece e como realizar esse processo com o auxílio da tecnologia na agricultura.
O que é o mapeamento de plantas daninhas?
O mapeamento de ervas daninhas é uma técnica avançada que busca identificar e monitorar as espécies invasoras em áreas de cultivo.
Por meio dessa estratégia, o produtor consegue localizar as plantas e detectar outras informações importantes, como a severidade da infestação.
Essa técnica está alinhada à filosofia da agricultura de precisão, que busca otimizar os sistemas de produção por meio do gerenciamento da variabilidade espacial dos fatores que influenciam a lavoura.
Por meio da criação de mapas georreferenciados e precisos, essa estratégia contribui para uma agricultura mais produtiva, rentável e sustentável.
Por que o mapeamento de plantas daninhas é importante na agricultura?
Essa técnica é importante porque permite identificar a localização e a distribuição das plantas daninhas ao longo da área de cultivo, mesmo quando sua detecção é desafiadora.
Esse é o caso de várias espécies invasoras que ocorrem em padrões de agregação, formando as chamadas “reboleiras”. Essa característica biológica, combinada com fatores como umidade do solo, topografia e tipo de solo, pode levar a uma distribuição desigual das plantas, dificultando o controle.
No entanto, com o uso do mapeamento, mesmo as espécies mais difíceis de detectar podem ser localizadas com precisão. Isso possibilita a aplicação localizada de herbicidas, ajustando a quantidade e o volume de defensivos conforme a necessidade.
Como funciona o mapeamento de plantas daninhas?
O processo de mapeamento combina diferentes métodos e tecnologias para identificar e analisar a presença de espécies invasoras na área de cultivo.
Tradicionalmente, esse processo é realizado por equipes que coletam amostras em pontos específicos da lavoura. Com base nessas amostras, é possível identificar as espécies presentes e estimar sua distribuição.
O problema é que esse método convencional exige muita mão de obra e a coleta de um número elevado de amostras para estimar a distribuição das espécies em grandes áreas, o que pode ser inviável em muitas situações.
Com o avanço da agricultura de precisão, o processo se tornou mais eficiente por meio de inovações e tecnologias agrícolas. Elas tornaram os levantamentos mais rápidos e precisos, facilitando o trabalho do produtor.
Por isso, esse processo pode ser feito em dois momentos diferentes da produção agrícola: na pré-emergência e na pós-emergência. Entenda a seguir:
Pré-emergência
Na pré-emergência, o levantamento de dados se inicia com a análise do solo, processo importante para identificar características como teor de argila, matéria orgânica e pH. Essa avaliação pode ser feita em conjunto com o processo de criação de mapas de fertilidade.
Isso permite a geração de mapas mais precisos e completos, que indicam onde e em que quantidade os herbicidas devem ser aplicados. O objetivo é ajustar as doses de defensivos aplicados de maneira precisa, evitando desperdícios e reduzindo riscos ao cultivo e ao ambiente.
Pós-emergência
Na pós-emergência, a técnica pode ser realizada de forma preventiva, utilizando imagens captadas por satélites e drones, ou em tempo real, por meio de sensores acoplados a pulverizadores.
No caso dos sensores, eles detectam a presença de plantas daninhas poucos segundos antes da aplicação do herbicida. Os dados coletados são usados para criar mapas interativos, acessíveis em tempo real pelo agricultor.
Se forem detectadas infestações, o mapa orienta ajustes automáticos na dosagem e no direcionamento do herbicida, garantindo alta precisão e eficiência no controle das plantas daninhas.
Tecnologias utilizadas no mapeamento de plantas daninhas
O processo moderno de levantamento de espécies invasoras utiliza tecnologias avançadas ligadas à agricultura de precisão. Isso inclui os recursos necessários para a execução da técnica de sensoriamento remoto, como drones, sensores e imagens de satélite.
Uma das inovações mais promissoras desse grupo é o uso de drones equipados com sistemas de percepção avançados. Esses dispositivos oferecem uma resolução espacial avançada, operando em altitudes baixas e mesmo em condições climáticas adversas, como dias nublados.
Por isso, eles conseguem mapear plantas daninhas com elevada precisão, superando as limitações de satélites ou aeronaves tripuladas.
Já os sensores podem ser instalados em máquinas agrícolas, drones ou pontos fixos na lavoura. Os modelos mais modernos permitem detectar e avaliar os níveis de infestação das espécies invasoras, com potencial para identificar até mesmo o gênero e a espécie presente nas entrelinhas da cultura.
As imagens e dados gerados por essas ferramentas são integrados e processados por softwares de gestão agrícola, responsáveis por criar mapas georreferenciados e precisos.
Além disso, os dados obtidos podem ser utilizados para monitorar outras condições da lavoura, como o estado nutricional das plantas, a presença de doenças e pragas, e as características do solo.
Mapas de NDVI: ferramenta pode auxiliar no controle das daninhas
O produtor também pode utilizar mapas de NDVI (Normalized Difference Vegetation Index), gerados a partir de satélite. Exemplo é a ferramenta Diagnóstico FieldView, que utiliza as imagens de satélite para avaliar o índice de desenvolvimento vegetativo de cada talhão.
Essa ferramenta do FieldView gera mapas, cujas cores permitem supor que existe a ocorrência de plantas daninhas.
Além disso, caso seja possível constatar pelos mapas que a cultura agrícola tem problema de desenvolvimento em determinada área do talhão, o produtor pode enviar uma equipe até o local para verificar o motivo.
Caso a causa do menor desenvolvimento vegetativo seja a incidência de daninhas, é possível registrar com PINs georrefericiados do FieldView o ponto exato da infestação, o número de plantas por metro quadrado e até fazer o upload de fotos, entre outras informações. Assim, posteriormente o produtor pode adotar uma estratégia localizada de controle.
Benefícios do mapeamento de plantas daninhas para a agricultura sustentável
Essa técnica ajuda o produtor a tornar sua produção mais sustentável. Isso porque ela permite a identificação precisa da localização e intensidade da infestação de espécies invasoras.
Essas informações podem ser utilizadas para orientar a aplicação localizada de herbicidas, reduzindo o uso de defensivos.
O mapa também fornece dados que orientam o ajuste das doses dos herbicidas de acordo com as plantas daninhas e características específicas de cada área, como tipo de solo, pH e matéria orgânica. Isso aumenta a eficiência no controle das infestações e ainda minimiza desperdícios.
Além de diminuir os custos de produção, essa técnica evita o uso excessivo de herbicidas, que pode levar à contaminação do solo, da água e da biodiversidade local. Por esse motivo, ela também contribui para a manutenção da diversidade e a preservação dos recursos ambientais.
Em outras palavras, essa estratégia promove a sustentabilidade da lavoura, o que ajuda o produtor a atender as demandas dos mercados internacionais por uma agricultura sustentável. Assim, ele se torna mais competitivo enquanto preserva a capacidade produtiva da fazenda.
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