O aumento da produtividade da lavoura de café exige a adoção de boas práticas de manejo, tecnologias agrícolas e estratégias que potencializam os resultados da cultura.
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O Brasil é o maior produtor de café do mundo. A produtividade média do café brasileiro está estimada em 28,8 sacos por hectare na safra 2024, sendo que esse valor pode variar conforme a espécie cultivada.
Esses dados podem ser explicados pela combinação de vários fatores, como a adoção de novas tecnologias agrícolas, melhoramento genético das plantas e práticas de manejo mais eficientes.
Para garantir o aumento da produtividade da lavoura do café, o produtor deve investir em estratégias específicas. Planejar o plantio, fazer a adubação correta e investir no manejo integrado de pragas e doenças são algumas práticas que vão ajudá-lo a alcançar esse resultado.
Boa leitura!
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O Brasil ocupa o posto de maior produtor e exportador de café do mundo, contribuindo com cerca de 38% da produção global do grão.
Segundo o 3º Levantamento da Safra de Café da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), a produção nacional está estimada em 54,79 milhões de sacas de 60 kg somente na safra 2024. Um dos fatores que explicam esses dados é o aumento da produtividade da lavoura de café no país.
Embora os números sejam positivos, sempre há espaço para melhorar e aumentar a rentabilidade do cafeeiro. Neste artigo, explicaremos quais as melhores estratégias para aumentar a produção dessa cultura.
Qual a produtividade do café?
Segundo a Conab, a produtividade média de café no Brasil na safra 2024 está estimada em 28,8 sacos por hectare, valor 1,9% menor em relação ao ano anterior. Porém, os números variam conforme a espécie cultivada.
Para o Coffea arabica (café arábica), a principal variedade do país, a produção está projetada em 39,5 milhões de sacas, com uma produtividade média de 26 sacas por hectare. Já o Coffea canephora (café conilon) é estimado em 15,2 milhões de sacas e 40,2 sacas por hectare.
Esses resultados refletem a influência da bienalidade positiva, um fenômeno natural que alterna anos de alta produtividade com outros de produção reduzida.
O ciclo bienal alterna um ano com grande florada por outro com florada menos intensa. Como resultado, a planta consegue se recuperar para produzir melhor na safra seguinte. No entanto, a bienalidade positiva não aumentou a produção de café como estimado em outros levantamentos.
Segundo a Conab, isso ocorreu por conta dos efeitos das adversidades climáticas, como estiagens prolongadas em Minas Gerais e São Paulo, durante as fases de floração até a expansão dos frutos do cafeeiro.
Apesar dos desafios climáticos, a produtividade do café no Brasil continua alta em relação a outros países produtores.
Como aumentar a produtividade do café?
Os números da cafeicultura brasileira são resultados de uma combinação de fatores, como o uso de tecnologia na lavoura de café, melhoramento genético das plantas e práticas agrícolas eficientes.
E ainda há espaço para melhorar a produção por hectare, consequentemente, a rentabilidade do cafeeiro.
Confira abaixo 7 dicas para garantir o aumento da produtividade da lavoura de café.
1. Planeje o plantio
O planejamento do plantio é uma das etapas mais importantes para o sucesso da lavoura de café. Nessa fase, o produtor precisa definir diversos aspectos que influenciam no crescimento saudável das plantas.
Um deles é a área de cultivo. O cafeeiro deve ser cultivado em uma área com condições climáticas e topográficas adequadas para o manejo da cultura, considerando fatores como altitude, solo e clima da região da fazenda.
Outro fator importante é a operação de plantio. O produtor precisa investir no cultivo de mudas saudáveis e de cultivares adequados à região.
O plantio dessas mudas também deve respeitar os espaçamentos que favoreçam o manejo, a aeração da cultura e a movimentação de máquinas em campo.
2. Adube corretamente
A adubação correta para aumentar produtividade do café deve ser baseada na exigência nutricional do cafeeiro, na disponibilidade de nutrientes no solo e na eficiência da aplicação de fertilizantes.
Por isso, a nutrição correta da cultura exige o investimento na análise de solo antes do plantio e na análise foliar durante o ciclo da cultura. A avaliação do solo permite identificar as condições físico-químicas e ajustar a aplicação de corretivos e fertilizantes.
Já a análise foliar serve para avaliar as demandas nutricionais em cada fase do cafeeiro. Durante a frutificação, por exemplo, as plantas precisam de um maior aporte de nutrientes.
Por isso, a recomendação é aplicar fertilizantes antes da florada para suprir as necessidades das plantas e otimizar o desenvolvimento dos frutos.
3. Faça o manejo da florada
A florada é determinante para o potencial produtivo da lavoura. Geralmente, mais flores significam mais frutos e, por consequência, maior produção. Porém, uma florada excessiva pode ser sinal de plantas com poucas folhas, reduzindo sua capacidade fotossintética e prejudica a formação dos grãos.
Por conta disso, é importante fazer o manejo da florada por meio da adoção de estratégias focadas nessa fase de desenvolvimento. Uma delas é o manejo integrado de pragas e doenças.
A mancha-de-phoma e a mancha-aureolada, por exemplo, são doenças que podem ocorrer nesse período e que devem ser controladas com a aplicação de fungicidas.
Já a aplicação de inseticidas deve ser feita com cuidado para evitar a eliminação de polinizadores. Por esse motivo, a recomendação é utilizar inseticidas específicos para o alvo e seletivos para inimigos naturais.
Outra estratégia importante é garantir o suprimento nutricional das plantas para melhorar o pegamento das flores e o desenvolvimento dos frutos.
4. Planeje a poda
A poda é uma prática essencial para renovar o cafezal, estimular a formação de novos ramos produtivos e evitar problemas como o fechamento da lavoura ou a perda de ramos inferiores.
No entanto, para obter os melhores resultados, a prática deve ser planejada e realizada no momento certo. Antes de podar, o produtor deve avaliar a idade, sanidade e o vigor das plantas.
Cafezais muito velhos ou infestados por pragas, doenças ou plantas daninhas, por exemplo, tendem a não responder bem à técnica. Já cultivares vigorosas exigem podas mais frequentes para manter a produtividade.
Além desses fatores, o ideal é realizar a poda em anos de alta produção, logo após a colheita, para garantir maior tempo de recuperação das plantas.
5. Faça o manejo de pragas do cafeeiro
Pragas como a broca-do-café (Hypothenemus hampei) e o bicho mineiro (Leucoptera coffeella) podem causar sérios prejuízos à qualidade e ao volume da produção.
Para evitar essas perdas, o produtor deve investir no Manejo Integrado de Pragas (MIP), abordagem que combina diferentes métodos de controle cultural, biológico e químico.
Por exemplo, plantio com espaçamento mais largos, utilização de inimigos naturais das pragas do café e pulverização de defensivos adequados.
6. Teste o manejo de polinização assistida
A introdução de colônias de abelhas manejadas no cafezal pode aumentar a produção e a qualidade do café. Um estudo da Embrapa Meio Ambiente demonstrou que a polinização assistida aumentou a produtividade do cafezal em até 16,5%.
Além disso, ela melhorou a classificação dos grãos em 2,4 pontos, que passaram a ser classificados como grãos especiais, elevando o valor da saca. A técnica também promove a conservação de polinizadores, fundamentais para a sustentabilidade agrícola.
Para implementar a técnica, é recomendável buscar orientação de um agrônomo para selecionar e manejar adequadamente as colônias de abelhas no cafezal.
7. Monitore a lavoura
O monitoramento da lavoura é outra prática indispensável para identificar precocemente quaisquer problemas com potencial de interferir na produtividade do cafezal.
Isso inclui infestações de pragas e doenças, sinais de deficiência nutricional causados por plantas daninhas, entre outras situações que podem prejudicar a saúde dos cafeeiros.
Esse monitoramento deve ser feito a partir da combinação de estratégias, como visitas periódicas a campo, sensoriamento remoto, imagens de satélite e dados capturados por drones.
As informações coletadas por essas fontes devem ser integradas e analisadas por um software de gestão agrícola, como o Climate FieldViewTM, plataforma digital da Bayer.
Com o auxílio da inteligência artificial e ciência de dados, a ferramenta consegue integrar e processar dados de diferentes fontes para gerar diferentes mapas agrícolas. A plataforma ainda conta com uma função chamada Tela Dividida, um recurso exclusivo que permite a comparação de diferentes mapas.
Assim, fica mais fácil detectar variações em cada talhão, investigar o que está causando essa diferença e adotar as medidas necessárias para garantir uma lavoura mais uniforme e produtiva.
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