O agricultor precisa estar preparado para fazer a “leitura” dos mapas gerados nos diferentes momentos da safra
Na agricultura moderna, não basta gerar mapas durante as operações agrícolas. É necessário ter profissionais capacitados para interpretá-los.
É que a interpretação de mapas na agricultura digital é uma tarefa que exige um pouco de preparo por conta dos inúmeros dados coletados em cada ação no campo e dos diferentes mapas que podem ser gerados.
Ao longo da safra, muitos são os momentos que exigem essa capacidade de interpretação. Um dos principais desafios é a habilidade de analisar as cores dos diferentes mapas que podem ser elaborados, como de produtividade, plantio e pulverização.
Os mapas mais usados são obtidos durante a colheita, quando o produtor tem em mãos o Mapa de Produtividade. Ele precisa ser interpretado com atenção para que seja possível dimensionar o nível de produção das regiões do talhão e planejar bem a próxima safra.
Boa leitura!
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Na agricultura moderna, a possibilidade de mapear as diferentes operações agrícolas e depois gerar mapas que permitem visualizar a lavoura e os manejos realizados no campo revolucionou a vida do produtor.
No último post do blog, nós falamos sobre a importância deste mapeamento para o dia a dia da fazenda e conhecemos os principais tipos de mapas na agricultura.
Mas tão importante quanto poder mapear as operações é saber interpretar os mapas gerados. O problema é que a interpretação de mapas na agricultura digital pode ser desafiadora em função da quantidade de informações que são coletadas.
Inúmeros mapas podem ser elaborados durante a safra e devem ser interpretados adequadamente e comparados uns com os outros. Neste artigo, vamos fazer a interpretação de um dos mais utilizados pelo produtor: o Mapa de Produtividade.
+ LEIA: Quais são os tipos de mapas na agricultura mais utilizados?
Um dos mapeamentos mais requisitados pelo agricultor para avaliar o resultado de sua safra e planejar o próximo ciclo é o Mapa de Produtividade. Ele colhe dados durante a operação de colheita e permite avaliar a variabilidade da produção em cada região do talhão.
Quando falamos que é desafiadora a interpretação de mapas na agricultura de precisão, o Mapa de Produtividade é um bom exemplo. Para se sair bem, é necessário conhecimento e prática. Se liga em algumas dicas para compreender esse tipo de mapa na agricultura.
A oscilação na produtividade de um talhão pode ser interpretada no mapa pelo agricultor a partir das diferentes tonalidades na escala de cores usadas no mapa, que variam de mais claras para mais escuras, de acordo com o volume produzido em cada ponto do talhão.
Além disso, quando o produtor tem o Mapa de Produtividade nas mãos, manchas podem indicar áreas de baixa produtividade no campo, o que pode ser causado por inúmeros fatores. É preciso ficar atento a essa variabilidade de cores do mapa e investigar o que pode ter causado essa menor produção nesses pontos.
Neste caso, a baixa produção pode ser causada, por exemplo, por problemas de drenagem, compactação do solo, baixa fertilidade, presença de pragas e plantas daninhas, entre outros motivos.
Para identificar o que exatamente derrubou a produtividade, o produtor envia um profissional até o local indicado pelas cores do mapa. Muitas vezes, ocorrências como pragas e doenças têm formatos de reboleira no mapeamento.
Mapa de Produtividade permite visualizar o resultado da colheita em um talhão de milho: as cores da legenda do mapa (à dir.) indicam que houve uma grande variabilidade na produção, que oscila entre áreas com alta (mais do que 120 sacas/ha) e com baixa produtividade (menos de 50 sacas/ha)
Mas quando as cores que representam os problemas de produtividade no mapa têm formato de faixas? É possível que o motivo seja um erro operacional do equipamento.
O produtor também pode analisar a baixa produção comparando as áreas indicadas no Mapa de Produtividade com mapeamentos de outras operações durante a safra, como de Plantio e Pulverização. Além disso, também pode usar mapas da área gerados em safras anteriores.
Ao analisar e correlacionar os dados dos mapas, a investigação de problemas de produtividade na área passa a ser embasada, permitindo adotar estratégias assertivas de manejo ou melhorar o planejamento para a próxima safra.
Embora a colheita seja um momento decisivo da lavoura, podendo ser avaliada em detalhes pelo Mapa de Produtividade, outros momentos da safra também podem ser mapeados pela agricultura digital, gerando:
Para que o uso desses mapas possa potencializar a gestão da propriedade, o agricultor precisa ter um time apto a interpretar esses diferentes mapas, que têm características específicas, e a correlacioná-los ao longo da safra.
Andrielle Andrade, gerente de ativação da experiência do cliente da Bayer, no Mato Grosso, vem nos ensinar como fazer a interpretação de dados na plataforma digital depois da colheita do milho safrinha. Confira!
Durante o PLANTIO, por exemplo, o mapeamento permite que o produtor saiba, por meio das cores que são apresentadas no mapa, se a velocidade da plantadeira é correta ou se a população de sementes que está sendo depositada no sulco é a recomendada.
Ao final da operação, o produtor sabe exatamente, pelas cores discriminadas e legendadas no mapa, onde cada VARIEDADE/HÍBRIDO foi semeado no talhão.
Desde o estabelecimento da lavoura, o produtor pode acompanhar o DESENVOLVIMENTO VEGETATIVO da cultura por meio de imagens de satélite.
Usando funcionalidades como o Diagnóstico FieldViewTM, da plataforma de agricultura digital Climate FieldViewTM, da Bayer, é possível acompanhar a evolução da cultura e identificar áreas que precisam de ações preventivas ou corretivas com precisão, por meio das imagens do Mapa de Monitoramento.
Caso o produtor queira visualizar com maior riqueza de detalhes o desenvolvimento da cultura em determinado talhão, ele pode “estressar” as cores do Mapa de Monitoramento, obtendo o Mapa de Vegetação.
A partir desta interpretação, ele pode enviar uma equipe até pontos da lavoura com baixo desenvolvimento vegetativo para constatar o que está acontecendo e, assim, tomar medidas assertivas, como realizar a PULVERIZAÇÃO de uma área do talhão.
O produtor pode, também, comparar os dados e as cores de um Mapa de Plantio com as imagens do Mapa de Vegetação para avaliar se, por exemplo, áreas plantadas com a variedade “x” tiveram melhor desenvolvimento vegetativo. Ou se o crescimento das plantas no local pode ter sido impactado pela população de sementes que ali foi plantada.
Depois de acompanhar de perto a lavoura, chegou a hora da colheita. Poderá analisar no Mapa de Produtividade qual foi a produção das áreas que apresentaram baixo desenvolvimento vegetativo no Mapa de Vegetação.
Ao interpretar os diferentes mapas e compará-los, terá dados para avaliar as causas do baixo desenvolvimento vegetativo em certas regiões da lavoura, tomar todas as medidas necessárias e planejar a recuperação da produtividade nessas áreas para o próximo ciclo.
Comparação entre o Mapa de Produtividade e o Mapa de Monitoramento: ao comparar os mapas, registrados em diferentes momentos da safra de soja, é possível avaliar se pontos com baixo desenvolvimento vegetativo tiveram produtividade menor do que no resto da área
O processo de criação e análise de mapas pode ser realizado por softwares mais avançados e completos de agricultura digital.
Cada vez mais desenvolvidos em sintonia com tecnologias como ciência de dados e inteligência artificial, esses softwares não só auxiliam na coleta de informações, mas também são capazes de processar maior quantidade de dados e oferecer diversos recursos para facilitar as decisões do agricultor.
+ LEIA AINDA: Gestão agrícola: Veja como é possível lucrar ainda mais com a lavoura
Frente ao gigantesco volume de dados que são coletados pelos softwares durante o mapeamento e que chegam às mãos do produtor por meio de mapas, a interpretação de mapas na agricultura de precisão tem que ser cada vez mais prioridade para o gestor da fazenda.
É que essa possibilidade de mapear as diferentes operações da lavoura, e a capacidade das tecnologias digitais de processar com maior velocidade e precisão os mapas gerados, mostram o quanto a agricultura 4.0 impulsionou para o futuro o dia a dia do produtor rural.
Quem não estiver pronto para esta mudança pode perder grandes oportunidades de alavancar os seus resultados.