Ser agricultor no Brasil é um desafio. Diariamente, o produtor enfrenta inúmeros imprevistos para manter a sua fazenda em pé, muitos dos quais fogem do seu controle. Para se ter ideia, o Brasil perde, anualmente, cerca de 2,4 milhões de toneladas nas culturas de soja e milho, as maiores no plantio de grãos do País.
Em termos econômicos, essa conta – que inclui problemas com armazenamento e gargalos logísticos - chega a espantosos R$ 2 bilhões, segundo estudo da Esalq/USP. É necessário, ainda, lidar com condições climáticas adversas, oscilações com o custo de produção - na maior parte dolarizado - problemas mecânicos, entre outros aspectos que colocam a atividade do campo diretamente em risco.
Mas não para por aí. Outras variáveis, como a incidência de pragas e de plantas daninhas, também podem afetar a rentabilidade daquela propriedade ao final da safra. Nesse sentido, ter informações em um único lugar, que consigam auxiliar os produtores no momento da tomada de decisão, é fundamental para manter níveis elevados de produtividade. Dados, como o histórico de produção, podem ser bons facilitadores no monitoramento da fazenda.
Fazenda sendo monitorada através da agricultura digital
Por isso, a agricultura digital e o uso cada vez mais frequente da ciência de dados no campo fornecem aos produtores instrumentos que se tornam indispensáveis, uma vez que contribuem diretamente para amenizar incertezas no dia a dia.
Essas informações são úteis, por exemplo, na hora de realizar o manejo correto da área, nas operações de plantio, durante a pulverização e também na colheita. Utilizar dados para olhar a fundo a característica de cada parte do talhão e tratar a área de acordo com sua real necessidade trazem mais segurança e assertividade em cada etapa dos processos.
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Um dos momentos-chave é justamente a escolha da área para iniciar o monitoramento de pragas, ervas daninhas ou doenças, em que é comum a coleta de amostras baseada em "talhões problemáticos", já que fazer o caminhamento em 100% da fazenda é uma tarefa árdua e que requer grande desperdício de tempo.
Mas será que os produtores realmente sabem quais são estes "talhões problemáticos"? É possível ser surpreendido com uma escolha equivocada? Existem talhões mais críticos onde o monitoramento da fazenda deveria começar? Em caso positivo, quais são eles? São essas dúvidas que a ciência de dados aplicada na agricultura pode ajudar a responder.
Sistema para monitoramento de fazenda e o uso da tecnologia na prática
Para acompanhar a evolução da safra, os produtores utilizam dispositivos com alto grau de tecnologia aliados à ciência de dados através de sistema de monitoramento de fazendas. Isso resulta em um controle mais assertivo dos níveis de produtividade e do desenvolvimento do grão. Com a Climate FieldView™, plataforma de agricultura digital da Bayer, é possível receber alertas indicando os talhões que potencialmente apresentam algum problema.
Isso acontece por meio da combinação de algoritmos que analisam os mapas do Diagnóstico FieldView™ registrados através do monitoramento por satélite, onde é possível verificar a variação vegetativa em comparação à outras partes da fazenda e a evolução da biomassa por talhão.
Imagine a seguinte situação: um agricultor tem 25 talhões, de 100 hectares cada, em sua fazenda. Dentro do FieldView™, ele recebe 25 novas imagens do desenvolvimento vegetativo de seus talhões a cada passada do satélite, desde que nenhum deles estivesse encoberto por uma nuvem. Por onde ele começa a sua análise? Será que algum desses talhões precisa de uma maior atenção?
Como mencionado, os algoritmos são os grandes responsáveis por ajudar o produtor que utiliza o FieldView™ a ter maior facilidade em priorizar as áreas que merecem uma visita com urgência, uma vez que o produtor é notificado por mensagem com o talhão que apresenta um menor desenvolvimento vegetativo.
Ao cruzar esses dados durante o monitoramento da fazenda, o produtor pode agir com assertividade quando for exigido a tomar uma decisão, como no momento da aplicação de um defensivo, na correção de áreas irregulares ou solos arenosos, no acompanhamento de uma nova cultura de cobertura e na mensuração do seu impacto em safras futuras. Tudo na palma da mão para simplificar a vida de quem trabalha e vive no campo.
Referências:
https://exame.abril.com.br/revista-exame/agricultura-do-futuro-vai-depender-da-analise-de-dados/
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