Produtor segura a semente de soja que está pronta para ser semeada
+ Sem tempo de ler o texto todo? Confira os principais destaques!
Existem mais de 2 mil tipos de soja registrados no Ministério da Agricultura. Embora seja difícil conhecer as características de cada um deles, é possível classificar os diferentes tipos de sementes de soja em três grandes grupos distintos: soja convencional, soja RR e soja Intacta.
As sementes convencionais de soja são produzidas de forma tradicional, ou seja, sem o auxílio de tecnologias de OGM’s (Organismos Geneticamente Modificados).
Com o desenvolvimento da biotecnologia, surgiram as sementes de soja RR, que agrupam variedades transgênicas resistentes ao Glifosato.
Outro grupo é composto pelas sementes de soja Intacta, que são produzidas com uma tecnologia mais avançada, capaz de proteger a planta do ataque de lagartas, entre outras pragas.
Como cada um desses grupos reúne diversos cultivares de soja, indicados para diferentes situações, o produtor precisa seguir algumas dicas para escolher a melhor semente.
Conhecer as características da fazenda, pesquisar as propriedades de cada variedade de semente de soja e investir em materiais certificados são algumas das formas para escolher a melhor cultivar para a fazenda.
Boa leitura!
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Dentre os fatores que influenciam no sucesso da lavoura de soja, um dos mais importantes é a escolha do cultivar correto.
Quando essa escolha é feita de acordo com os parâmetros certos, o produtor consegue aumentar o potencial de produção e melhorar o rendimento de sacas por hectare.
O problema é que a grande oferta de cultivares de soja disponíveis no mercado pode dificultar o processo de escolha.
E a melhor forma de solucionar esse desafio é conhecer os principais tipos de sementes de soja do Brasil e seguir as melhores dicas para escolher as cultivares certas para a fazenda.
Saiba como abaixo!
Há alguns anos, o produtor brasileiro não tinha muitas opções de cultivares de soja adaptadas para o solo e o clima locais.
Graças ao avanço da tecnologia e ao investimento em pesquisa, hoje o sojicultor pode escolher entre diversas variedades de sementes de soja, cuja estrutura e fisiologia atendem produtores de diferentes regiões do Brasil.
Esse avanço se reflete nos dados do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), que já registra mais de 2 mil cultivares de soja no país.
Diante dessa variedade, é impossível explicar as vantagens e indicações de cada cultivar de forma individual em apenas um artigo.
Porém, é possível classificar essas cultivares em 3 grupos de sementes de soja distintos, de acordo com as tecnologias utilizadas na sua produção.
Conheça cada uma delas abaixo!
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As cultivares de soja RR são produzidas com a tecnologia Roundup Ready, que torna a planta tolerante à aplicação de herbicidas em função da resistência ao Glifosato.
Ou seja, trata-se de uma soja transgênica resistente ao uso de herbicidas, facilitando o controle químico de diferentes espécies de ervas daninhas na lavoura.
Por isso, o cultivo de soja RR é associado ao aumento da produtividade da lavoura, à economia de recursos, à otimização da colheita, entre outros benefícios.
Diante dessa capacidade, hoje em dia, as sementes de soja RR são as preferidas dos agricultores e já representam mais de 96% dos cultivares disponíveis no mercado.
Porém, o produtor precisa tomar cuidado durante a escolha da variedade adequada para a sua região. Por isso, selecionamos alguns exemplos de cultivares de soja RR indicadas para diferentes contextos.
Semente de soja selecionada para o plantio
A soja Intacta também é um tipo de soja transgênica resistente ao herbicida Glifosato, mas é produzida com tecnologias que permitem o controle das principais lagartas que atacam a soja.
Por isso, o cultivo da soja Intacta está associado à alta produtividade e à redução do uso de defensivos agrícolas, reduzindo os custos de produção.
Porém, o uso dessa tecnologia exige que o agricultor adote algumas práticas de cuidado para garantir a eficiência da semente.
Além de adotar o sistema de Manejo Integrado de Pragas (MIP), o produtor que pretende utilizar sementes intactas também precisa plantar o refúgio e fazer um bom manejo de plantas daninhas.
Vale lembrar que o agricultor pode cultivar diferentes tipos de soja Intacta, sendo que a escolha deve se basear nos cultivares adaptados para a região de cultivo. Confira alguns exemplos:
Planta de soja cresce no meio de um monte de sementes
A soja convencional é aquela que passa por um processo de melhoramento genético natural, sem tecnologias de OGM’s (Organismos Geneticamente Modificados). Apesar disso, ela pode apresentar alta produtividade e resistência a pragas.
Afinal, esse tipo de semente tem recuperado espaço no mercado à medida que são identificadas variedades de plantas daninhas e plantas voluntárias resistentes aos defensivos agrícolas aplicados na lavoura.
Além disso, o plantio de soja convencional também dispensa o pagamento de royalties, o que reduz os custos de produção e atrai muitos produtores.
Cabe ressaltar que existem várias opções de soja convencional disponíveis no mercado. Por isso, o produtor também precisa usar um cultivar de soja convencional compatível com as características de sua área de plantio.
Confira alguns exemplos de cultivares:
A escolha dos cultivares ideais para cada fazenda não depende apenas das características de cada semente, mas também das propriedades agronômicas e climáticas da fazenda.
Por esse motivo, especialistas defendem que a escolha do melhor cultivar depende da análise cuidadosa de vários fatores.
Saiba como analisar esses fatores com as dicas abaixo:
As características do solo, o zoneamento climático, a vegetação, o relevo, a região, entre outros parâmetros influenciam no desenvolvimento da soja e na produtividade da lavoura.
O mesmo ocorre com o histórico de pragas, doenças e plantas daninhas que já infestaram a fazenda e o entorno, já que tornam a lavoura suscetível a novas infestações.
Por isso, o primeiro passo para escolher os melhores cultivares é obter todos esses dados sobre a propriedade.
Afinal, o cultivar ideal deve apresentar características compatíveis com as condições de solo, volume de chuva, presença de plantas daninhas, entre outros fatores específicos da região onde será semeado.
Soja preta: é importante conhecer as características dos cultivares que serão plantados na área
Cada cultivar é desenvolvido através de um processo de melhoramento genético diferente.
Por esse motivo, as plantas geradas a partir de cada tipo de semente apresentam características fisiológicas e estruturais específicas.
Em função disso, cada material apresenta resistência a diferentes pragas e doenças e se adapta melhor a certas condições ambientais e climáticas.
Além disso, o grupo de maturidade e a propagação produtiva de cada cultivar, como pureza, vigor, germinação e sanidade, também variam de acordo com suas características.
E todos esses parâmetros influenciam na produtividade e estabilidade das plantas na lavoura e contribuem para que a semente se adapte melhor em determinadas regiões em detrimento de outras.
Por isso, esses dados devem ser analisados com cuidado, sempre considerando as características do cultivar e sua adaptação com a região de plantio.
CONFIRA: Previsão do tempo na agricultura: soluções tecnológicas para a lavoura
A definição da época e do sistema de plantio também influenciam na escolha do cultivar adequado.
Caso o agricultor decida investir no milho safrinha, por exemplo, o ideal é escolher um cultivar precoce, que favoreça o plantio durante a entressafra da soja.
Em compensação, cultivares com ciclos mais longos beneficiam a produtividade da lavoura. Portanto, a decisão deve levar em conta as prioridades do produtor.
Além disso, é importante lembrar que o tipo de manejo realizado ao longo da safra também deve influenciar nessa escolha.
Para a semeadura de soja Intacta, por exemplo, é fundamental que o produtor adote o MIP (Manejo Integrado de Pragas).
Sendo assim, a escolha da semente também está relacionada ao sistema de plantio adotado.
Enquanto avalia as sementes compatíveis com as características da sua fazenda, o produtor também precisa conferir se os cultivares que ele deseja plantar já foram plantados na região da sua propriedade.
Para isso, ele pode entender quais as sementes são cultivadas por outros produtores da região, quais foram seus resultados e os desafios enfrentados no cultivo de cada cultivar.
Os estudos realizados pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), que investe no desenvolvimento de vários cultivares de soja, também devem ser utilizados como fonte de pesquisa sobre as sementes.
Afinal, a agência também reúne informações relacionadas às características, desenvolvimento e indicações de plantio de diversos cultivares, aumentando o número de dados relevantes para que o produtor consulte antes de escolher as sementes.
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Nem mesmo a correção do solo e o investimento em adubação são capazes de melhorar os resultados de uma lavoura cultivada com sementes de baixa qualidade.
Por esse motivo, o produtor precisa investir em sementes oferecidas por fornecedores confiáveis, que atestem qualidade, origem, germinação (que deve ser superior a 85%) e vigor dos cultivares.
Em função disso, o ideal é investir em sementes certificadas, que são produzidas dentro de regras rígidas de controle de qualidade estabelecidas pelo Ministério da Agricultura.
Esse tipo de semente também é conhecido como semente S1 ou S2 (produzidas a partir das sementes S1).
Como consequência desse controle de qualidade, as sementes certificadas oferecem segurança ao agricultor quanto à genética e à biotecnologia utilizada na produção do cultivar.
Além disso, o uso de sementes certificadas evita que o produtor seja enganado pelas chamadas sementes piratas, cujo desenvolvimento e cultivo podem colocar em risco a produção.
Afinal, nenhum estudo atesta a qualidade e a procedência dessas sementes. Por isso, ninguém sabe ao certo como são suas taxas de produção e estabilidade na lavoura.
Planta de soja germinando no talhão: é importante o sojicultor escolher as melhores sementes para cada região da lavoura
Mesmo com todas essas dicas, o sojicultor ainda pode ter dúvidas sobre quais sementes de soja utilizar na lavoura.
Por isso, antes de fazer esse investimento, é importante consultar um agrônomo, que é o profissional capacitado para avaliar a fazenda e prescrever os tipos de sementes de soja corretas para o plantio.
Além deste parecer técnico, o agricultor também pode contar com o auxílio das ferramentas da Agricultura Digital para testar o cultivo de diferentes cultivares.
Assim, o produtor terá acesso a dados e mapas de produtividade que vão auxiliar na escolha das melhores sementes para as próximas safras.
+ CONFIRA TAMBÉM: 5 testes de plantio para implementar com apoio da agricultura digital
Definir quais variedades de soja devem ser alocadas em cada talhão é uma das decisões que mais impacta os resultados da safra.
Uma boa dica é plantar diferentes materiais em um mesmo talhão e usando o mesmo manejo. Essa é uma das maneiras mais eficazes de descobrir qual é o melhor material para cada ambiente.
Mas atenção: um talhão pode ter zonas com diferentes potenciais produtivos e isso deve ser levado em conta na hora de planejar o teste.
Lembre-se de garantir que os materiais testados sejam plantados em regiões parecidas ou que sigam a mesma variabilidade. Caso contrário, os resultados podem ser "injustos".
Avaliar imagens históricas de satélite pode ajudar nessa definição de diferentes ambientes. Abaixo, confira alguns exemplos de como testar diferentes híbridos ou variedades de soja no mesmo talhão e com o apoio da agricultura digital.
- Faixas: plantar uma faixa de cada material lado a lado no talhão é uma prática bastante conhecida. No exemplo abaixo, o produtor testou cerca de 60 híbridos diferentes.
Nesse exemplo, em um talhão foram plantados lado a lado cerca de 60 híbridos diferentes de milho: a implementação e o acompanhamento dos resultados deste teste foram possíveis pelo apoio da agricultura digital
- Lado a lado: também é comum plantar um material já conhecido na maioria do talhão e experimentar um novo híbrido ou variedade em parte da área.
- Split Planting: este teste ainda é pouco utilizado no Brasil, mas bastante comum nos Estados Unidos. Trata-se de colocar 2 materiais na plantadeira, dividindo o plantio ao meio, daí o significado da palavra em inglês – split (dividir) e planting (plantio). A intenção é submeter os materiais às mesmas condições do talhão como manchas de compactação, umidade, fertilidade, altitude, sendo possível comparar a performance de cada um de maneira mais efetiva. O importante aqui é escolher materiais que tenham o grau de maturidade parecidos para não prejudicar a colheita.
Conheça os recursos da plataforma de agricultura digital da Climate FieldView e saiba como podemos te ajudar na escolha dos materiais que irá plantar na sua fazenda.
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