Mapa de prescrição para fertilizantes: benefícios, como criar e aplicar na prática

Por Clivonei Roberto em 13/03/2025 13:35:39

Os mapas de prescrição para fertilizantes orientam a aplicação desses insumos, reduzindo o desperdício e aumentando a eficiência da adubação.

Mapa de Prescrição de Fertilizantes

 

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Os mapas de prescrição para fertilizantes são ferramentas da agricultura digital que permitem a aplicação de insumos em taxa variável, conforme as necessidades de cada região do talhão. Na prática, eles indicam as quantidades específicas de fertilizantes para cada área da lavoura.

O uso dessas ferramentas ajuda o produtor a melhorar a eficiência da adubação, reduzir custos, aumentar a produtividade e tornar a produção mais sustentável. Para criar esses mapas, o produtor precisa do apoio de tecnologias agrícolas, como sensoriamento remoto e SIG (Sistemas de Informações Geográficas). 

Além disso, ele precisa investir em análises detalhadas do solo e no uso de softwares de gestão agrícola. Esse recurso é utilizado para gerar as prescrições personalizadas conforme as necessidades da área mapeada.

Boa leitura!

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O Brasil está entre os maiores consumidores de fertilizantes do mundo. Segundo a Secretaria Especial de Assuntos Estratégicos (SAE-PR), o país responde por cerca de 8% do consumo global. No entanto, mais de 80% desses insumos são importados, o que eleva os custos para o produtor.

Além disso, a eficiência no uso dos fertilizantes ainda é baixa. Dados da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) mostram que, em média, apenas 40% a 50% do nitrogênio (N), 20% a 30% do fósforo (P) e 70% do potássio (K) são aproveitados pelas plantas.

Esses números indicam a necessidade de usar soluções que otimizem a aplicação desses insumos. Uma das estratégias mais indicadas para isso é o uso de mapas de prescrição para fertilizantes.

Neste artigo, explicaremos o que são esses mapas, seus benefícios e como implementá-los na lavoura para aumentar a eficiência da adubação e reduzir custos operacionais.

O que são mapas de prescrição para fertilizantes?

Os mapas de prescrição para fertilizantes são representações gráficas que orientam a aplicação desses insumos conforme as necessidades específicas de cada área da lavoura.

Na prática, eles indicam a quantidade exata de nutrientes para cada região do terreno, levando em conta a variação da fertilidade do solo e as exigências das culturas.

Utilizar a agricultura digital para gerar mapas de prescrição permite a aplicação de fertilizantes em taxa variável, caso o produtor detenha essa tecnologia em seus equipamentos, garantindo maior eficiência na adubação.

Quais os benefícios de usar mapas de prescrição na aplicação de fertilizantes?

Mais do que uma simples ferramenta de consulta, os mapas de prescrição são aliados estratégicos da gestão agrícola, contribuindo diretamente para o aumento da produtividade. Quando bem utilizados, oferecem diversas vantagens ao produtor. Confira as principais a seguir:

Melhora a gestão de insumos agrícolas

Conforme explicado, o produtor pode usar esses mapas para fazer a aplicação de fertilizantes em taxa variável. Essa prática permite que cada área da lavoura receba a quantidade exata de insumos necessária para atender às demandas da cultura. 

Isso evita a subdosagem (pode causar deficiência de nutrientes) e a superdosagem (que pode resultar em desequilíbrios no solo). Assim, o processo de adubação se torna mais preciso e eficiente, proporcionando um maior retorno econômico ao agricultor.

Reduz custos operacionais

Segundo a Embrapa, fertilizantes podem representar até 40% dos custos de produção em algumas culturas. Com a orientação proporcionada pelos mapas, é possível reduzir esses gastos. Afinal, eles orientam a aplicação precisa de insumos, o que evita desperdícios e reduz os custos operacionais.

Aumenta a produtividade

O produtor usa as orientações do mapa para fornecer a cada zona de manejo os nutrientes necessários para o pleno desenvolvimento das culturas. Assim, as plantas crescem de maneira mais saudável e uniforme. Isso aumenta o potencial produtivo da cultura e melhora o rendimento da safra. 

Melhora a sustentabilidade agrícola

O uso inadequado de fertilizantes pode causar sérios impactos ambientais. Para se ter uma ideia, estima-se que cerca de 80% do nitrogênio aplicado nas lavouras seja perdido para o meio ambiente, afetando a qualidade da água, do solo e da biodiversidade. 

Além dos desafios que esses impactos podem gerar no longo prazo, eles aumentam a pressão do mercado internacional por práticas agrícolas sustentáveis. Esse cenário exige que o produtor adote estratégias para minimizar esses efeitos ambientais.

Uma delas é justamente o uso desses mapas de prescrição. Conforme explicado, eles orientam a aplicação precisa de fertilizantes. Isso evita a superdosagem de produtos e reduz os danos ambientais associados ao uso excessivo desses insumos.

Tecnologias envolvidas na elaboração dos mapas de prescrição

A criação desse tipo de mapa envolve o uso de ferramentas da agricultura digital, capazes de coletar, analisar e aplicar diversos dados agronômicos. Confira a seguir as principais tecnologias utilizadas nesse processo:

Sensoriamento remoto

O sensoriamento remoto não é uma tecnologia isolada, mas uma técnica que depende de diferentes recursos tecnológicos para capturar informações da lavoura à distância. Esses recursos incluem imagens de satélite, drones agrícolas e sensores.

Essa técnica permite mapear a variabilidade da fertilidade do solo, identificar deficiências nutricionais e otimizar o uso de insumos agrícolas. Além disso, pode ser utilizada para gerar imagens NDVI, que ajudam a estimar o vigor da vegetação e sua relação com a fertilidade do terreno. 

GPS

Sistema de Posicionamento Global (GPS) é uma tecnologia de orientação por satélite que permite determinar, com alta precisão, a localização e a velocidade de um receptor GPS em qualquer lugar do planeta.

Na agricultura, o receptor pode estar acoplado a equipamentos e máquinas agrícolas. Ele também pode ser utilizado em dispositivos eletrônicos, como smartphones e tablets manuseados pelo produtor ou funcionários da fazenda.

SIG

Os Sistemas de Informação Geográfica (SIG) são softwares especializados no processamento e análise de dados georreferenciados, como informações de sensoriamento remoto, amostras de solo e histórico da lavoura.

Esses sistemas permitem integrar e organizar esses dados em camadas, possibilitando a criação de um modelo detalhado da fertilidade da área cultivada. 

Ou seja, eles não geram diretamente o mapa de prescrição, mas elaboram mapas de fertilidade que servem de base para a recomendação de insumos.

Softwares de Gestão Agrícola

Os softwares de gestão agrícola analisam e interpretam dados coletados de diferentes fontes, como SIG, GPS e sensores. Utilizando modelos preditivos, essas ferramentas integram essas informações com dados históricos para recomendar uma estratégia de adubação personalizada para a área estudada.

Com base nessa análise, são gerados mapas de prescrição precisos, que otimizam a gestão da nutrição das plantas e a aplicação de fertilizantes.

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Passo a passo para implementar mapas de prescrição na lavoura

A criação de mapas de prescrição envolve diversas etapas que precisam ser seguidas corretamente para garantir precisão e eficiência na recomendação de fertilizantes. Confira o passo a passo a seguir:

1. Planeje o processo

O primeiro passo é planejar o mapeamento. Isso envolve determinar a área que será mapeada, a cultura que será cultivada e as tecnologias que serão utilizadas no processo. 

Caso seja necessário, o produtor precisa providenciar os recursos que devem ser utilizados no processo de criação, como softwares agrícolas e equipamentos com taxa variável, de preferência.

2.  Colete os dados

O próximo passo é reunir informações detalhadas sobre o solo e a produtividade da área. Para isso, o produtor deve fazer a amostragem do solo

As amostras coletadas devem ser enviadas para análise laboratorial, a fim de identificar os níveis de nutrientes, pH, matéria orgânica e outras características físico-químicas de cada ponto amostrado.

Além de dados de amostragem, o produtor deve usar tecnologias como sensores, drones e imagens de satélite para complementar a análise. Afinal, essas avaliações também fornecem dados importantes sobre a variabilidade da fertilidade do solo.

3.  Integre e processe as informações coletadas

Após a coleta, os dados devem ser processados em plataformas de agricultura digital, como a Climate FieldView. Assim, as informações são analisadas e interpoladas para estimar valores de fertilidade em áreas não amostradas.

Esse processo permite a criação de um mapa de fertilidade, que indica a distribuição espacial dos nutrientes, pH e outras características do solo. 

4. Crie o mapa

Com base no mapa de fertilidade, em dados históricos da área e nas características da cultura, o mapa de prescrição de fertilizantes é gerado pela ferramenta de Prescrições Manuais FieldView.

A plataforma gera automaticamente um mapa personalizado de prescrição. Assim, o produtor tem condições de definir as taxas de fertilizantes que devem ser aplicadas em cada região do talhão.

Isso simplifica o processo, otimiza o tempo do produtor, melhora a qualidade da aplicação e possibilita economia no uso de insumos.

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