As tecnologias 4.0 passaram a fazer parte da vida no campo
Desde que o produtor rural começou a cultivar a terra com o apoio da tecnologia na agricultura, a lavoura nunca mais foi a mesma. Ao contrário! A história mostra que, de tempos em tempos, as inovações tecnológicas na agricultura propiciam a quebra de paradigmas no modelo de produção agrícola.
Atualmente, o setor passa por uma nova fase de mudanças, marcada por fatores como digitalização, conectividade através da lavoura digital, automação e gestão de dados.
Isso significa que as inovações na agricultura que caracterizam as tecnologias 4.0 passaram a fazer parte da vida no campo, revolucionando a agricultura moderna.
Confira, a seguir, como a tecnologia na agricultura 4.0 pode alavancar a produtividade e as novas tendências da agricultura tecnológica.
CONFIRA: Plantando o futuro
A tecnologia na agricultura ocorre através do uso de recursos como sensores, sistemas de integração de maquinários, GPS, drones, softwares para gestão agrícola, entre outras ferramentas inovadoras que contribuem para o negócio e otimizam a produção da lavoura.
A franca expansão das tecnologias agrícolas digitais, que acontece atualmente a passos largos no mercado brasileiro, foi precedida por um longo processo histórico. Mas, ao analisar essa jornada, é importante observar que a incorporação da agricultura tecnológica sempre foi um divisor de águas na história do campo.
Acredita-se que, por volta de 10.000 anos atrás, a humanidade começou a praticar a atividade agrícola, embora haja indícios de que ela tenha se iniciado muito antes, por volta de 19.000 atrás, segundo a reportagem “Agricultura pode ter começado milênios antes do que se pensava”, publicada pela Revista Veja.
A matéria traz informações sobre uma escavação arqueológica realizada na Jordânia, cujos resultados foram divulgados pela Universidade de Cambridge, na Inglaterra.
Tecnologia na lavoura ajuda a extrair o máximo potencial produtivo da cultura
A pesquisa mostra que, “ao cultivar a terra, o homem passou produzir os alimentos que melhor lhe servissem. Isto permitiu que as pessoas se estabelecessem, já que a comida necessária para a sobrevivência podia ser cultivada em um só local, permitindo o surgimento das cidades”, relata a reportagem.
Assim, é correto afirmar que o desenvolvimento das práticas agrícolas ao longo dos séculos está diretamente relacionado com a evolução da Humanidade.
No modelo tradicional de agricultura, os equipamentos eram rudimentares. No decorrer dos últimos 2.000 anos, alguns avanços tecnológicos foram marcos históricos. Um deles foi o desenvolvimento do primeiro arado de lâmina produzido com madeira, por volta do Século XIII.
Até o início do século XX, o modelo de produção agrícola era basicamente de subsistência, caracterizado pela baixa produtividade e pelo uso reduzido da tecnologia. Perdurou por milênios, ficando conhecido como a Agricultura 1.0.
Na Agricultura 1.0, o transporte de insumos e da produção era feito por carros de boi
SAIBA MAIS: Como a ciência de dados pode potencializar o monitoramento da fazenda
Ainda no início do século XX, a mecanização e o conhecimento científico começaram a mudar o cenário no meio rural. Os animais que puxavam o arado e as carroças deram lugar às máquinas movidas a motores à combustão.
A ciência também passou a se voltar para a produção agrícola. Neste contexto, destacam-se o início da produção em escala, o comércio global, o fornecimento de insumos, dentre outros.
O surgimento dos tratores e de outros equipamentos agrícolas são símbolos da Agricultura 2.0.
As diferenças nas áreas de cultivo começaram a ser levadas em conta nas últimas três décadas com o surgimento da agricultura tecnológica. Variações nos ambientes produtivos, como isso sempre foi avaliado, capazes de alterar a produção, começaram a ser avaliadas.
O monitoramento e a melhor gestão de todos os insumos aplicados na lavoura passaram a ser prioridade. Era o início da chamada Agricultura de Precisão.
Os especialistas comprovaram que partes de uma mesma área produziam mais do que outras. Uma tecnologia que marcou essa fase da produção agrícola foi o Sistema de Posicionamento Global por Satélite (GPS).
Essa tecnologia agrícola ajuda a detectar variações dentro de um mesmo espaço de produção, o que torna possível fazer um manejo mais racional dos recursos através das inovações tecnológicas no campo. Conforme a necessidade de cada área de cultivo, o sistema permite diferentes recomendações para adubação, por exemplo.
Essa fase ficou conhecida como a da Agricultura 3.0, a qual é compreendida, para alguns pesquisadores, entre 1990 e 2010.
Equipamentos agrícolas cada vez mais inteligentes
A Agricultura de Precisão foi a principal responsável pela busca por novas tecnologias do campo e avanços na lavoura. A reboque desse processo, diferentes soluções foram desenvolvidas com foco em aumentar a produtividade e a rentabilidade. Nesse período, chegaram no setor agrícola o conceito de sustentabilidade e as soluções de automação.
Além disso, com o objetivo de aumentar a produtividade e melhorar a qualidade das decisões na rotina da fazenda, o produtor começou a coletar dados da lavoura, o que seria a base para o surgimento das tecnologias digitais.
CONFIRA O NOSSO PODCAST: Agricultura de Precisão vs. Agricultura Digital - Afinal, é tudo a mesma coisa?
No início do Século XXI, o modelo de produção agrícola, caracterizado pela Agricultura de Precisão, evoluiu rapidamente. Dentro do novo contexto, passam a ser usadas máquinas, veículos autônomos, drones, robôs com sensores.
As informações são coletadas e encaminhadas de forma digital para a nuvem. Essas informações são analisadas e permitem que as decisões sejam tomadas com maior precisão, acuracidade e assertividade.
Nasce a Agricultura 4.0, também conhecida como Agricultura Digital, caracterizada pela automação e conectividade.
Com foco em otimizar todas as etapas do processo produtivo, melhorar o monitoramento, a gestão e o controle do negócio, todas as inovações tecnológicas do agronegócio, estão, cada vez mais, integradas e conectadas.
Uma era em que a incorporação das tecnologias digitais no campo ganha uma velocidade surpreendente. A importância da tecnologia no campo é um modelo usado não apenas pelos grandes produtores rurais, mas também pelos médios e pequenos agricultores.
A Agricultura de Precisão propiciou o surgimento de diferentes soluções focadas em aumentar a produtividade e a rentabilidade no campo
A Agricultura 4.0 está conectada com um processo intenso de desenvolvimento tecnológico, muito maior do que se havia testemunhado até então, e que atingiu a sociedade contemporânea como um todo: a Tecnologia 4.0.
Isso tem relação com a 4a Revolução Industrial, que é caracterizada como a fase de digitalização do setor de produção.
Este processo é impulsionado pelo aumento do volume de dados, pela potência dos sistemas computacionais e pela conectividade, levando transformações significativas a vários segmentos econômicos, como indústria, comunicação, saúde e energia.
No setor agrícola, o novo patamar tecnológico originou a Agricultura 4.0.
De modo geral, a tecnologia na agricultura trouxe vários benefícios ao campo, como o melhor controle de produção e qualidade, a redução de custos, e o menor risco de erros nas operações, que passam a ser automatizadas com as inovações tecnológicas para a lavoura.
VEJA TAMBÉM: Agricultura de precisão, agricultura 4.0 e agricultura digital: é a mesma coisa?
Ao se abordar a agricultura 4.0 e a aplicação das tecnologias digitais na lavoura, é possível enumerar diferentes vantagens para o produtor, como:
Agricultura digital permite tomada de decisão mais rápida e certeira
Apesar dos inúmeros benefícios, o produtor também tem que estar atento a alguns desafios da tecnologia 4.0 na agricultura. Por isso é importante mostrar ao agricultor a viabilidade da adoção das novas soluções, adequadas à sua realidade. Os ganhos em economia de insumos, produtividade e gestão mais sustentável são muitos, quando inserimos a tecnologia no campo e na cidade.
SAIBA MAIS: A digitalização do campo pode ser caminho para uma agricultura mais sustentável
Além disso, como ocorre em todo processo de incorporação de uma nova ferramenta, é necessário investimento em qualificação e treinamento da mão de obra, visando atingir o máximo potencial da tecnologia.
Esse desafio é uma oportunidade para melhorar a qualificação e a remuneração dos trabalhadores do campo.
A conectividade no campo é um dos desafios da Agricultura 4.0 na América Latina
Um fator de atenção é que algumas plataformas exigem conexão para a agricultura tecnológica ou a lavoura digital é a dificuldade de conectividade no campo, o que no Brasil é um grande desafio
De acordo com dados do estudo “Conectividade Rural na América Latina e no Caribe – Uma Ponte para o Desenvolvimento Sustentável em Tempos de Pandemia”, no Brasil 47% da população rural têm acesso à conectividade, com sinal de qualidade e equipamento adequado.
O estudo foi realizado pelo Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura (IICA), em parceria com o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) e a Microsoft.
OUÇA EPISÓDIO DO NOSSO PODCAST: ConectarAgro - A associação que promove conexão 4G no campo
De acordo com Joaquim Arias, economista do IICA, em geral, na América Latina e no Caribe, a população urbana tem duas vezes mais acesso de qualidade à internet do que a população rural.
“No Brasil, 53% da população do campo está sem acesso à conectividade e o hiato de conectividade de qualidade entre a população urbana e rural é de 31%”, afirma.
Uso de drone em aplicação localizada de defensivos na lavoura de milho
A revolução proporcionada pela tecnologia 4.0 abriu caminho para que diferentes possibilidades tecnológicas chegassem ao setor agrícola.
O desenvolvimento de soluções digitais, integradas e conectadas entre si, muitas vezes fomentadas por startups brasileiras e internacionais, passaram a fazer parte da vida do homem do campo com inovações tecnológicas para a agricultura.
Um cenário em que a lavoura torna-se terreno fértil com a riqueza de dados e passou a ser uma "lavoura digital" com a conexão de inúmeras tecnologias digitais, como Tecnologia da Informação, Inteligência Artificial, Internet das Coisas, Blockchain, dentre outras.
Cada uma está focada em atender uma demanda objetiva do mundo agrícola.
Previsão das condições climáticas é aliada da agricultura
O que todas essas tecnologias na agricultura têm em comum? A oferta de ferramentas que visam otimizar todas as etapas do processo produtivo, melhorando o monitoramento, a gestão e o controle do negócio.
Além disso, elas se caracterizam pela interconexão com diferentes áreas do conhecimento e dialogam com outras plataformas tecnológicas, com a própria Agricultura de Precisão.
Mas esses são apenas alguns exemplos. Para a Agricultura 4.0, apenas o céu é o limite.
As ferramentas digitais otimizam todas as etapas do processo produtivo
O surgimento da Agricultura 4.0 vem ao encontro de uma demanda mundial: a produção de mais alimento para uma população mundial crescente, que deverá atingir 8,5 bilhões de pessoas em 2030.
Um contexto desafiador, mas também de oportunidades para o Brasil, que tem grande presença no cenário mundial de produção de alimentos. É nessa conjuntura que a Climate FieldView™, plataforma de agricultura digital da Bayer, tem muito a impactar a agricultura do país.
A plataforma apoia o produtor por meio de serviços e soluções baseadas em ciência de dados, auxiliando no gerenciamento de suas operações com mais eficiência durante toda a safra, do plantio à colheita.
ENTENDA: Os passos para o desenvolvimento dos produtos da agricultura digital
Com esse apoio, o agricultor tem condições de tomar decisões mais assertivas em todos os manejos e operações adotados no dia a dia da lavoura. Afinal, cada ação pode ser tomada sob medida, a partir da análise de dados gerados a partir da realidade de cada metro quadrado da fazenda.
E o acesso a essas informações pode ser feito pelo smartphone ou tablet, de forma ágil e simples.
Para o agricultor, as tecnologias digitais tornaram-se uma aliada e tanto para reduzir custos e alcançar altos patamares de produtividade ao final de cada safra.
A plataforma permite correlacionar Mapa de Produtividade com imagens geradas por satélite pelo Diagnóstico FieldViewTM
Se a Agricultura 4.0 já trouxe um turbilhão de novidades tecnológicas para o setor agrícola, que dirá o que vem pela frente.
Uma nova tendência da agricultura está nascendo a partir do conceito de Sociedade 5.0. Originário no Japão, está relacionado a uma nova forma de planejar o desenvolvimento tecnológico, focado na saúde e no bem-estar humano e na preservação da biodiversidade.
Ainda nesta década, chegará ao campo a Agricultura 5.0, em que a automação e a conectividade serão aplicadas à robotização na gestão do sistema. Especialistas, inclusive, afirmam que, a partir de 2022, as máquinas trabalharão com mais autonomia, inclusive na lavoura.
O produtor rural deve ficar atento: tecnologias ainda mais disruptivas estão a caminho
VEJA AINDA: A engenharia em Climate FieldView™: inovação no coração da agricultura digital
Ao se falar sobre tendência da agricultura, a cobrança social por uma produção agrícola mais sustentável também ganhará força na Agricultura 5.0. Em sintonia com essa demanda, a Bayer já saiu na frente, com a implementação da Iniciativa Carbono Bayer.
O projeto visa oferecer recompensas para os agricultores que adotarem práticas de sequestro de carbono. Cerca de 500 produtores rurais brasileiros foram selecionados para participar da iniciativa, principalmente de cultivos de soja e milho.
Os agricultores escolhidos utilizam a plataforma Climate FieldView™, que tem papel importante nas medições e na implementação do programa.
CONFIRA: Por que o sequestro de carbono pode ser bom negócio para a agricultura brasileira?