O que é sequestro de carbono no solo e como funciona esse processo?

Por Equipe FieldView™ em 25/07/2023 07:00:00

Investir em práticas de conservação associadas ao sequestro de carbono no solo é essencial para aumentar a sustentabilidade das atividades agrícolas e aumentar a produtividade do setor.

Um produtor analisando a lavoura através de seu droneProdutor analisando sua terra com um drone.

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O sequestro de carbono no solo se refere ao processo em que o dióxido de carbono (CO₂) da atmosfera é capturado e armazenado no solo. 

Esse processo pode ocorrer de diferentes formas: por incorporação de matéria orgânica, fixação biológica do nitrogênio, fotossíntese e até por meio dos próprios agregados do solo.

Ao adotar práticas que favoreçam a conservação do carbono do solo, o produtor não só ajuda a preservar o meio ambiente, mas também favorece a fertilidade, biodiversidade e infiltração de água no solo, entre outras vantagens.  

Ou seja, o próprio produtor pode ser beneficiado com essas práticas. Porém, para ter acesso a esses benefícios, é importante adotar estratégias conservacionistas, como o Sistema de Plantio Direto (SPD) e o Sistema ILFP, associadas a tecnologias da Agricultura de Precisão e Agricultura Digital.

Boa leitura!

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O aumento da demanda por alimentos associado ao impacto das mudanças climáticas nos sistemas produtivos exige que o setor agrícola exerça um papel de protagonista na luta pela sustentabilidade

Afinal, as práticas de conservação utilizadas pelo setor também são consideradas essenciais para melhorar a conservação do solo e reduzir as taxas de carbono atmosférico. 

Em outras palavras, o agricultor tem um papel decisivo na criação de um mundo mais sustentável do ponto de vista ambiental, econômico e social.

Uma das estratégias que ele pode utilizar para desempenhar esse papel é adotar práticas que ampliem o sequestro de carbono do solo. Além de reduzir a emissão de gases de efeito estufa, essas práticas ainda ajudam o produtor a aumentar sua produção e cuidar do manejo do solo da fazenda.

Apesar da relevância desse tema para a sustentabilidade das atividades agrícolas, ele ainda é pouco discutido entre os produtores e ainda gera muitas dúvidas.

Para ajudar o agricultor a entender esse tema, neste artigo, explicaremos o que, como funciona e quais práticas podem ser adotadas para aumentar o processo de sequestro de carbono no solo da fazenda.

Leia também: Por que o sequestro de carbono pode ser bom negócio para a agricultura brasileira?

O que é sequestro de carbono no solo?

O sequestro de carbono no solo se refere ao processo em que o dióxido de carbono (CO₂) da atmosfera é capturado e armazenado no solo. 

Isso contribui para a formação do chamado Estoque de Carbono do Solo (ECS), que além do CO₂ da atmosfera, também é proveniente de restos animais, vegetais ou de microrganismos presentes em matérias em decomposição.

Como funciona o processo de sequestro de carbono no solo?

O processo de sequestro de carbono no solo pode ocorrer de diferentes formas. Uma delas é através da incorporação de matéria orgânica no solo, como resíduos vegetais, esterco ou restos de culturas agrícolas. 

Essa incorporação é realizada por microrganismos que decompõem a matéria orgânica, liberando o CO₂ e permitindo a integração do carbono na estrutura do solo.

O sequestro de carbono também ocorre por meio das raízes das plantas. Afinal, elas retiram dióxido de carbono da atmosfera por meio da fotossíntese e parte desse carbono é enviado para as raízes, onde é liberado no solo. 

Além disso, o sequestro de carbono também pode ocorrer via fixação biológica do nitrogênio. Isso porque várias espécies de plantas estabelecem uma relação simbiótica com bactérias fixadoras de nitrogênio. 

Essas bactérias transformam o nitrogênio atmosférico em formas utilizáveis, aumentando a biomassa das plantas e, consequentemente, o teor de carbono no solo.

Por fim, os agregados do solo, formados a partir da agregação de partículas minerais e matéria orgânica, estão entre os principais responsáveis pelo sequestro de carbono no solo. 

Afinal, esses agregados contribuem para a estruturação do substrato e impedem sua decomposição, permitindo que o solo atue como estoque de carbono por mais tempo.

Quais os benefícios do sequestro de carbono do solo para o produtor?

Um grande plantio direto de soja Plantio direto de soja

Além de reduzir as concentrações de CO₂ na atmosfera, contribuindo para a mitigação das mudanças climáticas, o sequestro de carbono também pode melhorar a qualidade do solo. 

Por isso, o produtor que adota práticas agrícolas que possibilitem a captura do carbono, associadas à agricultura de baixa emissão de carbono, também é beneficiado.

Entre as vantagens de se investir nesse tipo de prática, estão:

  • Aumenta a fertilidade, a porosidade, a infiltração e a capacidade de retenção de água no solo;
  • Permite que o sistema radicular das plantas alcance profundidades maiores;
  • Melhora a resistência do solo à erosão;
  • Aumento a biodiversidade do solo, especialmente de microrganismos que favorecem a produtividade agrícola e a sustentabilidade dos ecossistemas;
  • Previne os efeitos que as mudanças climáticas podem provocar nos sistemas agrícolas, como secas ou chuvas intensas, infestação de pragas e doenças, entre outros problemas.

Em outras palavras, o sequestro de carbono no solo favorece não só a preservação do meio ambiente, mas também a resposta da planta e a qualidade do solo. Como consequência, todo o sistema agrícola é beneficiado.

Vale lembrar que o produtor que investe em práticas que favorecem o sequestro de carbono no solo também pode obter vantagens econômicas. Afinal, ele pode ingressar no mercado de carbono e obter um retorno financeiro em função da atividade de capturar e estocar carbono em sua propriedade.

Leia Também: Aprenda o que é agricultura de baixo carbono, como adotar e saiba como o plantio direto pode influenciá-la

5 práticas de manejos para sequestro de carbono no solo

 imagem aérea de plantio de trigo em cima do nabo forrageiroPlantio de trigo em cima do nabo

Existem pelo menos 5 práticas de manejo que podem ser adotadas para melhorar o sequestro de carbono do solo em sistemas agrícolas. 

Conheça cada um deles seguir:

1. Sistema de Plantio Direto

O Sistema de Plantio Direto (SPD) é considerado uma das melhores práticas de conservação associadas à agricultura de baixo carbono. Afinal, ela combina a utilização de diferentes estratégias de manejo que permitem o aumento da produtividade, a redução de custos e a sustentabilidade do sistema produtivo. 

Além disso, os sistemas produtivos baseados em plantio direto têm a vantagem de exigirem menos infraestrutura e força de trabalho humano. 

Eles também permitem a redução do consumo de combustíveis fósseis e da aplicação de defensivos, bem como favorecem o manejo integrado de pragas, doenças e plantas daninhas

Como resultado, o SPD contribui para a melhoria da qualidade de solo, aumenta a produtividade da lavoura e, por consequência, a renda do produtor.

Para implementar o plantio direto na fazenda e aproveitar essas vantagens, o agricultor pode combinar a adoção de práticas como rotação e consorciação de culturas, cultura de cobertura e ausência ou mínimo revolvimento do solo. 

Outra estratégia importante do SPD é realizar a cobertura do solo com palhada

Essa técnica aumenta a umidade do solo e diminui sua temperatura, permitindo que o processo de decomposição da planta de cobertura seja mais lento. Assim, o carbono pode ser estocado no solo e as perdas de CO₂ para a atmosfera são menores.

2. Rotação de culturas

A rotação de culturas é uma estratégia do SPD que aumenta a proteção do solo por meio do plantio alternado de diferentes culturas em uma mesma área, por um determinado período.

Na prática, o produtor realiza o plantio de diferentes espécies vegetais. Essa prática melhora as condições físico-químicas e biológicas do solo, já que permite sua recuperação e contribui para o aumento da sua fertilidade. 

Ao mesmo tempo, a rotação de culturas é uma estratégia que permite a interrupção do ciclo de vida de pragas, doenças e plantas daninhas nocivas às lavouras. 

Assim, ele contribui para o controle desse problema e para a redução do uso de defensivos. Por fim, a rotação de culturas também viabiliza a adoção de culturas de cobertura e adubação verde, práticas de conservação que aumentam a produtividade e a sustentabilidade da lavoura.

3. Sistema ILPF

O sistema de Integração-Lavoura-Pecuária-Floresta (ILPF) é uma estratégia que combina a adoção de diferentes sistemas produtivos em uma mesma área. Esses sistemas, que podem ser agrícolas, pecuários e florestais, devem ser integrados por meio de cultivo consorciado, sucessão ou rotação de culturas. 

Dessa forma, o sistema ILPF otimiza o uso da terra e o manejo do solo, melhora o aproveitamento dos insumos agrícolas e favorece a produtividade. Ao mesmo tempo, essa estratégia permite que o agricultor diversifique a produção e aumente sua renda. 

Tudo isso de forma sustentável, mitigando a emissão de gases que causam o efeito estufa e favorecendo o sequestro de carbono.

Vale lembrar que os sistemas ILPF podem ser implementados e adaptados por propriedades rurais de pequeno, médio e grande porte em todos os biomas brasileiros. 

Além disso, o produtor não precisa integrar todos os sistemas produtivos, já que é possível combinar apenas dois ou três componentes.

4. Recuperação de pastagens degradadas

A recuperação de pastagens degradadas é apontada como uma estratégia eficaz para aumentar o estoque de carbono no solo e até melhorar a qualidade da sua matéria orgânica. Estudos comprovam que boas práticas de manejo de pastagem favorecem a manutenção e até o aumento do estoque de carbono no solo. 

Um dos motivos para isso é que o sistema radicular das gramíneas utilizadas como pastagem no Brasil, como a braquiária, é robusto e pode alcançar grandes profundidades quando bem desenvolvido. 

Os exsudatos do sistema radicular e a decomposição das raízes mortas são usadas como fonte de carbono, aumentando a fertilidade e o estoque do elemento no solo.  Dessa forma, é possível até mesmo superar as perdas de carbono causadas pelas emissões de gases associadas ao sistema pecuário.

5. Tratamento de resíduos

O tratamento de resíduos agrícolas é outra prática de conservação que contribui para o sequestro de carbono do solo. Afinal, embalagens vazias de defensivos agrícolas, dejetos de animais, palhas, cascas, entre outros resíduos, têm alto poder contaminante. 

Por isso, além de aumentar os riscos de danos ambientais, sua decomposição e descarte inadequado contribui para a emissão de gases de efeito estufa. 

Por outro lado, a adoção de estratégias de tratamento adequado de resíduos, como reciclagem, produção de adubo e tratamento de esgoto, evita a contaminação do solo e da água. 

Além disso, ele reduz o volume de resíduos em aterros sanitários, e melhora a capacidade produtiva do sistema agrícola.

Tecnologia ajuda o produtor a fazer o sequestro de carbono no solo

Muda de planta é associada a tecnologia do sequestro de carbono no soloUma muda de planta e suas tecnologias 

Tecnologias associadas à Agricultura de Precisão e Agricultura Digital ajudam o produtor a maximizar a produção e implementar práticas que favorecem o sequestro de carbono. 

O uso de drones, sensores, GPS, imagens de satélites, entre outros recursos, facilita a coleta precisa e eficiente de diferentes dados agrícolas da propriedade. 

Essas informações podem ser armazenadas, integradas e analisadas com o auxílio de softwares agrícolas, como o Climate FieldViewTM, plataforma de agricultura digital da Bayer. 

Com o auxílio da inteligência artificial e ciência artificial, a plataforma pode gerar relatórios e mapas detalhados que facilitam o monitoramento da lavoura em tempo real. 

Com base nesses dados, é possível otimizar a gestão do solo e até ajustar as práticas de manejo para otimizar o sequestro de carbono na propriedade.

Conheça outras funcionalidades do Climate FieldViewTM e transforme a gestão da fazenda!

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