A agricultura é uma das principais atividades econômicas no mundo. Sua prática é estratégica para assegurar a disponibilidade de alimentos dos países, além de garantir uma importante fonte de renda.
Os 5 maiores produtores agrícolas do mundo são China, Estados Unidos, Brasil, Índia e Rússia. Estas potências agronômicas têm investido em diferentes tecnologias, o que tem garantido o aumento significativo e a diversificação da produção do campo nas últimas décadas.
Diante do desafio global de se cultivar alimentos para uma população mundial crescente, a agricultura digital ganha cada vez maior importância, pois permite aos produtores elevar a produção na mesma área plantada, além de otimizar o uso de insumos.
Boa leitura!
Índice de Conteúdo
Quais são os cinco maiores produtores agrícolas do mundo?1. China, o maior produtor de alimentos do mundo
2. Estados Unidos, o maior exportador agrícola do mundo
3. O Brasil é o maior produtor e exportador de soja do mundo
4. Índia, um dos maiores produtores de trigo e leite do mundo
5. Rússia, que teve crescimento de 20% nas exportações agrícolas em 2020
Você saberia dizer quais são os maiores produtores agrícolas do mundo e quais são os seus principais cultivos?
Confira, neste artigo, os números impressionantes de produção destas potências agrícolas e como a agricultura 4.0 está impulsionando a produção do campo.
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O primeiríssimo lugar no ranking dos maiores produtores agrícolas do mundo vai para a China, que tem o desafio de prover alimentos para mais de 1,4 bilhão de habitantes.
Esse país é o maior produtor mundial de arroz, mas esse não é o seu único cultivo de importância. Os chineses também se destacam na produção de milho, cevada, oleaginosas (como a soja), algodão, carne suína, peixe, batata, maçã, dentre outros.
Vasta lavoura de arroz em uma das áreas rurais da China, que é o maior produtor de alimentos do mundo
A produção agrícola da China vem crescendo há anos. Em 2017, segundo a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura, a agricultura chinesa já tinha superado o valor de US$ 865 bilhões. Atualmente, o país é responsável por um quarto de toda a comida produzida no mundo.
Acredite se quiser, mas apesar desses números, a produção agrícola chinesa só representa 10% do Produto Interno Bruto do país. Porém, o setor é significativo não só pelo seu valor financeiro, mas também por empregar cerca de um terço de toda a mão de obra do país.
Com um quinto da população mundial em seu território, o governo chinês estabeleceu uma estratégia de autossuficiência alimentar baseada na produção doméstica de grãos, dentre outros produtos agrícolas, sempre com a aplicação de muita tecnologia, além da importação do que é necessário.
Com o uso de novos manejos e tecnologias avançadas no campo, como a agricultura digital, o país aumentou a produtividade das terras agrícolas de maneira relevante, alavancando a produção, modernizando a distribuição dos produtos e desenvolvendo a cadeia agroindustrial.
De acordo com o Ministério da Agricultura e Assuntos Rurais da China, em 2019 havia mais de 2.500 empresas de máquinas agrícolas no país e a mecanização do setor excedeu 70%.
Esse processo é tão expressivo que, hoje, uma nova geração de máquinas vem sendo desenvolvida e testada: as máquinas autônomas. Sem a necessidade de uma pessoa para conduzir, recebem suas coordenadas via GPS, atuam com precisão e permitem que o agricultor gaste menos insumos e tempo.
Os drones também têm destaque na agricultura chinesa. Com sistemas de Inteligência Artificial e sensoriamento remoto, aplicam defensivos de forma precisa. Com ele, é possível aplicar o produto somente nas áreas afetadas, gerando economia de insumos e aumento da renda do produtor.
Os pulverizadores usados nos drones são atualizados para que uma gota de defensivo possa ser dividida em gotas menores, pulverizando uma área agrícola maior, explica Justin Gong, vice-presidente da XAG, uma empresa de serviços de drones.
A receita com exportações agrícolas dos Estados Unidos deverá bater recorde ao final de 2021, atingindo cerca de US$164 bilhões, o que será um patamar 21% superior ao registrado em 2020, segundo o Departamento de Agricultura norte-americano (USDA).
O setor agrícola emprega mais de um milhão de pessoas no país, com uma produção diversificada e com cultivos distribuídos por diferentes regiões do mapa (conhecidos como cinturões agrícolas, ou belts).
Os dois produtos agrícolas mais comercializados são a soja e o milho, cultivados principalmente no Meio-oeste, em estados como Illinois, Iowa e Nebraska.
Máquina colhe milho em lavoura situada em Iowa, nos Estados Unidos
Na terceira posição do ranking de produtos agrícolas mais exportados estão os frutos secos. Já o quarto lugar fica com a carne bovina, criada nos campos do Texas, Nebraska e Kansas. Por fim, o quinto produto entre os mais vendidos é o algodão.
Para ampliar a produção nacional até 2050, o maior produtor exportador agrícola mundial pretende criar novos mercados, remover barreiras comerciais e continuar a investir em aumento da produtividade por meio do uso de tecnologias como a agricultura digital que, nos últimos 20 anos, já revolucionou as lavouras do país.
Segundo pesquisa da McKinsey & Company, atualmente, cerca de 95% dos agricultores norte-americanos usam alguma tecnologia da agricultura de precisão e mais de 30% investem significativamente nesta tecnologia.
Nos Estados Unidos, já é possível perceber uma forte tendência: o ingresso de grandes companhias mundiais de tecnologia e plataformas de distribuição, como Microsoft e Amazon, no setor de alimentos.
O resultado desse processo tende a ser o fortalecimento de uma poderosa integração entre as empresas que fornecem insumos agrícolas, como defensivos, tratores, drones etc, e aquelas que atuam com fluxo de dados e têm acesso aos consumidores.
Também já começa a tomar forma uma nova revolução no agronegócio: a Agricultura 5.0. Com a consolidação dos dados no ambiente rural, é hora de incluir mais tecnologias para potencializar a produção, como robótica e Inteligência Artificial - em conjunto com a análise de dados -, o que trará maior autonomia e precisão às operações em campo.
“A agricultura 5.0 oferece a capacidade de utilizar a tecnologia para converter dados precisos em conhecimento para conduzir e apoiar a tomada de decisões complexas”, explica o empresário Robert Saik, da AGvisorPRO.
Esse movimento está em consonância com os grandes desafios da agricultura moderna. “Para alimentar uma população cada vez maior, precisamos aumentar a produção de alimentos, reduzir os insumos e aumentar a sustentabilidade. Esses desafios exigem investimentos e adoção de tecnologias novas e emergentes”, afirma Steve Pitstick, vice-presidente da Associação de Produtores de Soja de Illinois.
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Atualmente, o Brasil é o maior produtor de soja do mundo de acordo com a Embrapa, o maior produtor mundial de açúcar, café e o maior exportador de milho, responsável por 50% do mercado mundial desse grão.
O Brasil também está entre os maiores produtores e exportadores de alimentos do mundo. Em 2020, o país teve como carros-chefes os cultivos de carne, soja, milho, algodão e produtos florestais.
Além disso, o país é o 4º maior produtor de grãos, com 7,8% da produção global, situado atrás de EUA, China e Índia.
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E os números das lavouras brasileiras impressionam. A produção nacional alimenta nada menos do que 10% da população do mundo, tendo a sua participação no mercado mundial saltado de US$ 20,6 bilhões para mais de US$ 101 bilhões na última década.
Uma boa notícia é que esses números tendem a continuar em alta. O estudo “Projeções do Agronegócio: Brasil 2018/2019 a 2028/2029” prevê que a área plantada tenha aumento de 75,4 milhões de ha para 85,68 milhões, crescimento de 13,63% até o final desta década.
Drone monitora a lavoura de soja no pôr-do-sol em fazenda do Mato Grosso, na região Centro-Oeste do Brasil
Mas, com a adoção cada vez maior de tecnologias no campo e o consequente aumento da produtividade, a produção agrícola deve crescer num ritmo maior do que a expansão da área plantada no país. O Ministério da Agricultura estima que a produção nacional de grãos, por exemplo, cresça 27% até 2030.
E a agricultura digital tem sido fundamental nesse processo de crescimento sustentável. Em uma pesquisa da McKinsey & Company, pelo menos 47% dos produtores agrícolas brasileiros usaram tecnologias de alta precisão na safra de 2019 em suas fazendas.
Acredite se quiser, mas isso significa que as fazendas brasileiras já usam mais recursos digitais que as dos Estados Unidos!
Essas tecnologias têm impactado tanto a maneira de produzir no agro brasileiro que a Universidade de São Paulo (USP) passou a oferecer, em agosto de 2020, a disciplina de agricultura digital na Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz” (Esalq/USP).
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No Brasil, o uso das ferramentas digitais cresce nas áreas rurais em que há conectividade, destinando-se, segundo o estudo Agricultura Digital no Brasil, às mais diferentes aplicações, como:
De acordo com o trabalho “O Estado Atual da Agricultura Digital no Brasil”, a oferta de tecnologias para o produtor rural vem se expandindo no país e os dois protagonistas são: as empresas de máquinas e equipamentos, e as startups agrícolas.
O mercado dispõe de um número cada vez maior de AgTechs, que buscam desenvolver soluções que atendam as demandas do agricultor brasileiro. Elas vêm se organizando em torno de hubs de inovação no entorno de pólos tecnológicos, oferecendo tecnologias em diferentes áreas, como biológica, logística, gestão etc.
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O quarto lugar no ranking de maiores produtores agrícolas do mundo vai para a Índia. É o segundo país mais populoso do mundo, onde cerca de 58% da população trabalha no campo - atividade que representa 18% do Produto Interno Bruto indiano, de acordo com Prasanna Rao, diretora Administrativa de uma companhia que faz a integração da cadeia de valor do agronegócio no país, a Arya Collateral.
A Índia passou por uma grande evolução nesse setor ao longo dos últimos 14 anos, com crescimento anual de 11%. Com isso, a produção agrícola indiana foi de US$86 bilhões anuais para U$397 bilhões.
Agricultores de algodão da Índia consultam dados no notebook para avaliar o desenvolvimento da lavoura
O país é o maior produtor mundial de leite. Também se destaca em outros produtos, como trigo (a Índia vem em 2o no ranking mundial desse grão) e frutas (2o no ranking), registrando grande produção de banana, goiaba, manga, limão e mamão.
Outros cultivos relevantes na Índia são o grão-de-bico e temperos, como gengibre, pimenta e chilli. Além disso, o país é o terceiro maior produtor mundial de peixes, o quarto de ovos e o quinto em aves.
Toda essa evolução agrícola não aconteceu por acaso. É resultado de um investimento em tecnologia no campo, como em soluções digitais e em equipamentos modernos. Foi investido um montante de US$1,7 bilhão entre 2014 e 2019, o que tem sustentado o crescimento agrícola impressionante do país.
Uma das ferramentas que mais têm contribuído para esse salto é a adoção da Inteligência Artificial. De acordo com Narendra Singh Tomar, ministro indiano da agricultura e bem-estar dos agricultores, a “IA pode ser usada em vários segmentos da agricultura, como clima, previsão de safra e de preço, e estimativa de rendimento”.
Na visão do governo indiano, o uso da tecnologia de ponta fornece informações preciosas aos agricultores, que têm condições de tomar medidas mais assertivas visando elevar a produtividade. Ferramentas como a IA permitem aos produtores escolher a cultura certa para cultivar e minimizar os riscos do negócio.
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O quinto lugar na nossa lista de potências agrícolas é ocupado pelo maior país do mundo: a Rússia, onde 124 milhões de hectares são de terras cultivadas.
Cerca de metade da área produtiva na Rússia é coberta por lavouras de grãos, como o trigo (principal cultivo do país), centeio, cevada, aveia e milho. Com isso, o país produz cerca de 70% do total de grãos consumidos nacionalmente.
Outro produto de grande relevância na Rússia é a beterraba, que serve de matéria-prima para a produção de açúcar no país. Também é importante por lá o cultivo de batata.
Em 2020, a exportação de produtos agrícolas russos aumentou 20%, atingindo recordes históricos. Cerca de 16% dos empregos no país são gerados pelo setor, que é responsável por aproximadamente 6% do Produto Interno Bruto.
Para tornar as terras agricultáveis mais produtivas, a Rússia tem investido forte na agricultura digital. Esse mercado movimentou cerca de US$ 5 bilhões apenas em 2020, valor que deve quintuplicar até 2026.
Num país com dimensões continentais e dificuldade de conectividade em várias áreas rurais, uma tecnologia que tem sido adotada são os Sistemas de Inteligência Artificial para Veículos Autônomos. Eles permitem que a operação seja realizada pelas máquinas com precisão, mesmo sem acesso à internet.
A empresa russa Cognitive Technologies trouxe para o mercado um sistema que permite que a própria colheitadeira, por exemplo, detecte no trajeto alterações no relevo e obstáculos, como pedras, árvores e animais, evitando acidentes com o equipamento.
“O sistema não é cego. Os obstáculos são identificados com o uso de uma câmera”, diz Olga Uskova, presidente da empresa.
Outros cinco países completam o ranking das 10 maiores potências agrícolas do mundo atualmente: França; México; Japão; Alemanha e Turquia.
O que os grandes produtores agrícolas mundiais têm em comum? O uso cada vez maior de tecnologias, a fim de aumentar a produtividade agrícola, assegurando o aumento da produção de alimentos sem precisar expandir na mesma proporção a área cultivada.
O uso da tecnologia tem sido estratégico para os países garantirem a oferta de alimentos à população, além de tornar os produtos do campo uma importante fonte de receita.
Em tempos em que o aumento sustentável da produção agrícola ganha cada vez maior relevância, não por acaso as plataformas de agricultura digital, como a Climate FieldViewTM, da Bayer, conquistam produtores rurais pelo mundo afora.