Colheita do algodão: passo a passo para ter uma safra bem-sucedida

Por Equipe FieldView™ em 25/03/2024 11:19:22

A colheita do algodão exige a aplicação de técnicas e cuidados específicos para garantir uma safra rentável e de boa qualidade.  

Colheitadeira, colhendo algodãoColheita algodão

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O processo de colheita do algodão pode ser feito de forma manual ou mecanizada. A mecanizada é o método mais utilizado por médios e grandes produtores. Afinal, ela é mais eficiente e permite a redução de custos a longo prazo. 

Esse método mecanizado exige o investimento em colhedoras com sistema picker ou stripper, considerada mais eficiente. Além das colhedoras, o cotonicultor também precisa de um sistema de enfardamento eficiente, que facilite o transporte, armazenamento e processamento do algodão colhido. 

Para maximizar a eficiência dessa operação, o produtor precisa garantir tanto a preparação adequada desse processo quanto os cuidados pós-colheita. Todas essas etapas, do preparo ao pós-colheita, podem ser otimizadas com o apoio de tecnologias, como os recursos da agricultura digital.

Boa leitura!

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A colheita do algodão é considerada uma etapa estratégica para garantir o sucesso da safra. A forma como essa operação é conduzida combinado ao manejo da lavoura determina a qualidade do algodão colhido. 

Além disso, o sucesso da operação também ajuda a reduzir as perdas associadas à colheita. O ideal é que as perdas durante essa operação permaneçam entre 5% e 15%, dependendo das condições da lavoura.  

Para reduzir essas perdas e garantir uma safra de algodão de qualidade superior, o primeiro passo é entender como é o processo de colheita do algodão.

Neste artigo, explicaremos quais técnicas, equipamentos e cuidados que o produtor deve adotar para maximizar os resultados dessa operação.

Como é feita a colheita de algodão?

O processo e a eficiência da colheita influenciam na qualidade e rentabilidade do algodão. Por isso, essa operação exige a atenção e o cuidado do produtor, especialmente em relação aos métodos ou técnicas de colheita de algodão utilizadas na lavoura. 

Conheça abaixo as principais técnicas que podem ser aplicadas nessa etapa de produção

Colheita manual

Na colheita manual, toda a operação é realizada com trabalho braçal. Embora seja um método menos eficiente e mais lento em comparação a técnica mecanizada, a colheita manual ainda é uma alternativa viável para pequenos produtores

Segundo a Circular Técnica da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), essa colheita deve ser realizada apenas quando 60% dos capulhos estiverem abertos, limpos, secos e livres de orvalho. 

Além disso, é fundamental que os trabalhadores sejam treinados para separar o algodão de qualidade superior do inferior. 

Também é recomendado evitar a colheita de capulhos afetados por carimãs, pragas, plantas daninhas e impurezas. Isso é essencial para garantir que o produto colhido mantenha uma alta qualidade.

Assim que o processo de colheita for concluído, o algodão deve ser levado o quanto antes para as usinas de beneficiamento. Isso é essencial para evitar riscos de fermentação e contaminação — problemas que comprometem a qualidade do algodão.

Leia também: Agricultura digital na cultura do algodão: tecnologias melhoram os resultados da cotonicultura brasileira

Colheita mecanizada

A colheita mecânica é resultado da evolução das tecnologias agrícolas, que permitiu o desenvolvimento de colhedoras capazes de maximizar a eficiência da colheita do algodão. 

Embora a aquisição de maquinário exija um investimento inicial elevado, a velocidade e eficiência da colheita mecanizada pode compensar os custos para produtores de médio e grande porte. 

Ela só pode ser realizada em áreas em que o terreno tem um declive inferior a 8%, ou seja, o solo deve estar nivelado. Além disso, é essencial que não haja obstáculos, como tocos e pedras, na área da lavoura, já que isso pode danificar as colhedoras. 

O produtor também deve adotar técnicas para limitar a altura dos algodoeiros, que não podem ultrapassar 1,3 metro de altura.

Se a área da lavoura atender esses requisitos, o produtor pode optar pela colheita mecanizada. 

Segundo a Circular técnica da Embrapa, a colhedora pode começar a operação apenas quando o algodão estiver seco e cerca de 70% a 80% dos capulhos devem estar bem formados e completamente abertos. 

Em caso de chuvas frequentes ou outra condição climática excepcional, o produtor pode antecipar a colheita para quando 50% a 60% dos capulhos estiverem abertos.

Quais equipamentos são utilizados na colheita do algodão?

Produtor com o tablet na mão, observando a plantação de algodãoProdutor observa desenvolvimento do algodão com tablet

Os equipamentos são recursos indispensáveis para fazer a colheita mecanizada do algodão. Atualmente, o produtor que investe nessa técnica de colheita pode adotar três tipos de sistemas ou máquinas de colheita.

Conheça suas características a seguir:

Colhedora com sistema picker

A principal característica das colhedoras de algodão com sistema picker é a presença de fusos cônicos. A rotação desses fusos permite que a máquina extraia o algodão em caroço dos capulhos abertos das plantas, mas sem puxar as casquilhas. 

Embora esse tipo de colhedora seja mais cara e tenha um custo de manutenção mais elevado, ela reduz as impurezas do algodão. Por isso, seu uso melhora a qualidade e a rentabilidade do algodão

Colhedora com sistema stripper 

A colhedora com stripper funciona com o auxílio de um “pente fino gigante”, responsável por arrancar os capulhos inteiros da planta. Esse pente atua em conjunto com o molinete, que desprende a fibra que não se soltou da planta. 

No entanto, esse sistema aumenta a quantidade de impurezas no algodão, diminuindo a qualidade da fibra. Apesar disso, a colhedora com sistema stripper é uma opção mais econômica e ainda reduz as perdas durante a operação, permitindo a coleta de quase todo o algodão da lavoura

Sistema de enfardamento

O sistema de enfardamento consiste em uma máquina capaz de compactar o algodão colhido em fardos, facilitando o transporte, armazenamento e processamento desse produto. 

Atualmente, o produtor pode optar entre dois sistemas usados para essa finalidade. O mais convencional é a máquina ou prensa enfardadeira. Nesse caso, quando a colhedora completa o cesto de armazenagem, o operador da máquina deve fazer a descarga do produto no cesto de transporte. 

Depois disso, esse cesto é transportado até a prensa, que formará os fardos de algodão. No entanto, esse processo é considerado mais lento e pode causar perdas durante a operação. 

Uma alternativa mais eficiente e moderna a esse sistema é a colheitadeira de enfardamento automático. Nesse caso, a própria máquina compacta o algodão colhido e forma fardos cilíndricos com um filme de polietileno. 

Em seguida, os fardos são descarregados na lavoura enquanto a colhedora ainda está em movimento. Isso otimiza o processo de enfardamento, que se torna mais rápido, prático e eficiente.

Como preparar a colheita do algodão?

Um pulverizador, pulverizando a plantação de algodão Pulverizador Jacto

Antes de iniciar qualquer método de colheita de algodão, o produtor precisa planejar e se preparar para realizar essa operação. 

No caso da colheita mecanizada, que é o método mais utilizado atualmente, a recomendação é que o cotonicultor siga as seguintes recomendações:

  • Faça manejo de plantas daninhas antes da colheita, já que essas plantas podem prejudicar o funcionamento da máquina e o sucesso da operação;
  • Use reguladores de crescimento para garantir o desenvolvimento uniforme da lavoura, que não deve ultrapassar 1,3 metro de altura;
  • Aplique desfolhantes quando 60% a 70% dos capulhos estiverem abertos para garantir a abertura mais uniforme dos capulhos e reduzir as impurezas nas plumas;
  • Monitore a umidade do algodão em capulho. A operação mecanizada deve iniciar preferencialmente quando a umidade for menor do que 12%;
  • Invista no monitoramento de pragas de fim de ciclo e, se necessário, utilize defensivos para controlar as infestações antes de iniciar a colheita.

Como cuidar do pós-colheita do algodão?

Além de fazer a colheita da lavoura, o cotonicultor é responsável por realizar o chamado pré-processamento do algodão. Essa etapa integra a fase de pós-colheita da cultura e pode influenciar na qualidade do algodão colhido. 

Conforme a Circular Técnica da Embrapa, esse pré-processamento envolve a realização de três processos básicos: a secagem, o beneficiamento e a armazenagem. Cada um deles exige cuidados específicos, como armazenamento do produto colhido em local seco, limpo e arejado, além de monitoramento contínuo da umidade do algodão. 

Para saber mais detalhes sobre cada uma dessas etapas, a recomendação é consultar a Circular Técnica da Embrapa mencionada anteriormente e o Manual de Beneficiamento do Algodão, elaborado pelo Instituto Mato-Grossense do Algodão (IMAmt).

Use a tecnologia para otimizar a colheita do algodão!

Assim como outras etapas da produção agrícola, a colheita também pode ser otimizada com o apoio de ferramentas da agricultura digital e agricultura de precisão.

Recursos como GPS agrícola, piloto automático, sensores e imagem facilitam tanto o monitoramento das colhedoras quanto o manejo de pragas, plantas daninhas e qualquer outro fator que influencie na colheita.

A eficiência dessas e outras tecnologias pode ser potencializada com o auxílio de um bom software de gestão agrícola, como o Climate FieldView™a plataforma digital da Bayer. 

Além de integrar e analisar os dados coletados por esses recursos, o FieldView™ consegue gerar relatórios e mapas agronômicos que orientam e facilitam as tomadas de decisão do produtor. 

Esses e outros dados relevantes ainda podem ser acompanhados em tempo real remotamente, por meio de aplicativos e plataforma web. 

Caso o produtor perceba alguma falha ou problema na operação, ele consegue fazer os ajustes necessários para reduzir perdas, preservar a qualidade da produção e melhorar a produtividade do algodão.

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