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Capim-Amargoso: O Que É e Como Identificar na Lavoura?

Escrito por Equipe FieldView™ | 24/05/2021 22:42:26

Plantas daninhas, como o capim-amargoso, são grandes pesadelos dos produtores de soja. Entenda como proteger sua lavoura dessas invasoras e evitar prejuízos financeiros.

 

Capim amargoso - Digitaria Insularis em estágio ideal de controle (Crédito: Embrapa)

 

Lidar com uma planta daninha perene e que se reproduz rapidamente é um problema que o agricultor faz de tudo para evitar. 

Ainda, quando é observada a resistência da planta a alguns dos principais herbicidas do mercado, como o glifosato, por exemplo, tudo se torna um grande pesadelo, o que dificulta ainda mais seu controle.

Esse é o caso do Capim amargoso - Digitaria insularis, que possui alta capacidade de propagação, e, consequentemente, potencial de competição com o cultivo principal, prejudicando a produtividade da safra em um piscar de olhos.

Que tal saber um pouco mais sobre esse grande problema nos campos e compreender de que forma é possível minimizar danos econômicos em sua produção?

Separamos, a seguir, informações valiosas sobre a espécie e dicas sobre o que fazer para evitar essa adversidade.

 

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O que são plantas daninhas?

“Na agricultura, é daninha toda planta que concorre diretamente com a cultura agrícola, podendo hospedar e servir de alimento para pragas”, explica Felipe Stefaroli, engenheiro agrônomo e Gerente de Herbicidas para o Brasil da Bayer.

Existem dois tipos de prejuízos das plantas daninhas. O primeiro é o dano direto:  quando se desenvolvem junto com a cultura, principalmente nos estágios iniciais, competindo diretamente por luz, água, nutrientes e espaço.

E o segundo é o dano indireto, que ocorre, por exemplo, na colheita. Especificamente em soja, a infestação dificulta a operação. 

“A máquina acaba colhendo muita planta daninha junto com a cultura, o que causa problema de umidade de grão, de perda de grão na colheita, grãos danificados.

 

A planta daninha concorre com a cultura, podendo hospedar e servir de alimento para pragas

 

Além disso, muita soja pode cair da máquina e acaba germinando posteriormente na área”, enfatiza Stefaroli.

Existem inúmeras espécies de plantas daninhas, como o capim-amargoso, o capim pé-de-galinha e a buva, presentes nas lavouras de grãos, cereais e demais cultivos de todo o mundo.

No Brasil, até o momento, segundo a Weed Science, 52 dessas espécies foram selecionadas como resistentes a um ou mais modos de ações de herbicidas. Confira algumas delas:

  • Buva - Conyza spp
  • Capim amargoso - Digitaria insularis
  • Capim pé-de-galinha - Eleusine indica
  • Caruru - Amaranthus palmeri
  • Leiteiro - Euphorbia heterophylla
  • Vassourinha-de-botão - Borreria verticillata

O Brasil possui, atualmente, 52 espécies de plantas daninhas resistentes a 1 ou mais modos de ação de herbicidas (Fonte: Weed Science)

 

O que é capim amargoso e como ele surge?

Capim-amargoso (Digitaria insularis) é uma espécie de planta daninha perene que possui facilidade de dispersão e cresce em variados tipos de solo, clima e altitude.

Sua dispersão se torna facilitada por alguns motivos, como sua capacidade de produção de sementes - em torno de 100 mil por planta - e o peso das mesmas. 

Por serem muito leves, o vento, os pássaros e os maquinários agrícolas podem espalhá-las por diferentes talhões, fazendas e até municípios.

Devido a presença de rizomas, estruturas parecidas com caules subterrâneos, o capim amargoso acumula substâncias nutritivas no solo, o que o torna bastante difícil de ser controlado

A daninha está presente em quase todo território nacional, tendo maior presença no Centro Oeste, Sudeste e Sul do país. 

No oeste paranaense, em 2008, foi relatado o primeiro caso de seleção para resistência dessa planta a herbicidas, em lavouras de grãos como soja e milho safrinha.

 

O Brasil possui, atualmente, 52 espécies de plantas daninhas resistentes a 1 ou mais modos de ação de herbicidas (Fonte: Weed Science)

 

Milho e Soja, os cultivos mais afetados

O capim-amargoso "rouba" da cultura espaço, água, nutrientes e luz. Ou seja, prejudica o desenvolvimento da lavoura, uma vez que compete com as plantas por todos esses recursos.

Como estamos falando de uma planta com grande potencial destrutivo, torna-se necessário a implantação de medidas estratégicas para controlá-la. 

Segundo estudo da Embrapa, no cultivo de soja, por exemplo, observa-se a perda de 44% da produtividade.

No Brasil, o capim amargoso pode interferir consideravelmente no desenvolvimento do milho, soja entre outras culturas, como algodão e girassol. 

Mas é nas lavouras de grãos que o vilão se mostra mais agressivo, uma vez que por exemplo, ao estar presente no milho, torna o manejo mais dificultado por também ser um gramínea.

Já para a soja é importante lembrar que o Brasil é o maior produtor e exportador mundial desse grão, portanto, os problemas causados por esta daninha são uma ameaça à principal cultura do país.

 

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O Brasil possui, atualmente, 52 espécies de plantas daninhas resistentes a 1 ou mais modos de ação de herbicidas (Fonte: Weed Science)

 

Métodos e controle para acabar com o capim amargoso

O controle de capim amargoso resistente exige métodos combinados entre controle químico e cultural.

O ideal é que a planta daninha seja controlada desde seu banco de sementes, para que o herbicida pré-emergente evite o seu crescimento. 

As chances de maior controle das plantas daninhas resistentes são maiores com medidas preventivas, ou seja, antes delas aparecerem. 

Depois que o campo já está infestado, as ações se tornam mais difíceis e o sucesso no controle diminui drasticamente. 

Isso fica ainda mais complicado quando são encontradas outras plantas daninhas na mesma área. Por isso, é recomendado o manejo preventivo.

Para um controle químico, o melhor período para realizar o manejo do capim amargoso é na entressafra. 

 

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Isso se dá devido ao número maior de possibilidades de utilização desse tipo de controle, mas claro que cuidando sempre para que as condições climáticas estejam favoráveis para aplicação dos defensivos.

Um eventual controle químico tardio demandará aplicações sequenciais para esgotar as reservas do capim amargoso, já que este apresenta o rizoma.

Portanto, mais difíceis de serem afetadas. O objetivo é impedir a rebrota.

De maneira geral, faz-se uma aplicação inicial de herbicidas sistêmicos, como glifosato associado a graminicidas, e na sequência a aplicação de herbicidas de contato. 

 

A aplicação de defensivos contra a daninha deve ocorrer em condições climáticas favoráveis

 

Manejo Mecânico ou cultural

O controle mecânico ou cultural tem como objetivo assegurar que toda reboleira e presença dessa planta seja retirada do campo. 

Ele engloba o uso de boas práticas agrícolas, como rotação de culturas, integração de lavoura e pecuária, época de plantio e arranjo espacial de plantas e cobertura do solo na entressafra.

 

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Tecnologia, aliada no combate ao surgimento do Capim Amargoso

É preciso ter conhecimento sobre o capim amargoso para evitar perdas de produtividade.

O uso de tecnologias digitais pode ser um grande aliado no momento da identificação e manejo de plantas daninhas.

Um dos desafios encontrados pelos produtores é a apuração de locais com focos de capim amargoso.

Para solucionar esse problema, o sensoriamento remoto aéreo é uma ótima opção.

Imagens de satélite apoiam o produtor na identificação de variabilidades no desenvolvimento da lavoura.

 

 

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Agricultura digital facilita a criação de planos de ação contra daninhas

Após a visita à área, o produtor pode confirmar se a variação se deve à presença de plantas daninhas, como o capim amargoso ou, a outro fator.

Em áreas onde o problema com daninhas é recorrente, a identificação fica facilitada.

Com base nos dados obtidos, plataformas de agricultura digital podem facilitar a criação de planos de ação para controlar a propagação e garantir uma safra saudável e rentável para o agricultor.

O uso da tecnologia no controle de plantas daninhas, torna o processo rápido e mais fácil, onde inclusive a mão de obra se torna mais barata.

 

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Com ferramentas como esta, fica muito mais fácil identificar problemas e tomar decisões para que a produtividade não seja impactada.

A plataforma da Bayer tem ainda a funcionalidade de marcação georreferenciadas (PIN's) que auxilia na identificação dos focos do problema.

Por esses PIN's o produtor pode fazer o upload de imagens da área, incluir anotações de manejo e ter a localização exata do problema.

Além disso, ele pode acompanhar o progresso do manejo realizado no local, entendendo se o problema foi resolvido.

Ainda, durante a colheita, o produtor pode ver qual foi a produtividade daquele pedaço do talhão.

 

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