A agricultura regenerativa é uma abordagem que visa criar sistemas agrícolas mais sustentáveis, produtivos e resilientes. Entenda por que ela é considerada a solução para o futuro do setor agrícola e como se adaptar a essa tendência.
Plantio de Trigo sobre Mix de Cobertura - Sementes Aurora/RS. Foto: Eduardo Debortoli
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A agricultura regenerativa é apontada como a solução para conciliar o aumento da produção de alimentos com a necessidade de combater as mudanças climáticas.
Isso se deve aos pilares dessa abordagem, que valorizam a manutenção do solo, a integração de animais, a preservação das plantas vivas, entre outros princípios.
Ou seja, ela reúne valores alinhados à demanda global por uma agricultura sustentável do ponto de vista ambiental e econômico.
Por isso, ao investir em uma fazenda regenerativa, o agricultor não só torna sua produção mais sustentável, mas também reduz custos operacionais, aumenta sua rentabilidade, ganha um diferencial competitivo.
Para construir esse tipo de fazenda, o produtor precisa investir em práticas agrícolas conservacionistas e nas tecnologias digitais, essenciais para tornar o manejo da lavoura mais eficiente.
Boa leitura!
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A agricultura regenerativa pode ser considerada o futuro do agronegócio. Para se ter uma ideia da relevância desse tema, ele foi abordado na reunião do Fórum Econômico Mundial, realizada em 2023.
Isso porque esse modelo agrícola é apontado como a solução mais eficiente para vencer o desafio de conciliar o aumento da produção agrícola com o combate às mudanças climáticas e a conservação dos ecossistemas.
Portanto, o agricultor que deseja se preparar para o futuro e tornar sua produção mais competitiva no mercado, precisa entender o que é e como funciona a agricultura regenerativa.
Quer saber mais sobre esse assunto? Continue a leitura e conheça as características desse modelo!
O que é agricultura regenerativa?
Uso da agricultura digital para gerir a fazenda.
A agricultura regenerativa é um modelo de gestão de terras agrícolas que visa criar sistemas agrícolas mais sustentáveis e resilientes, bem como melhorar e revitalizar ecossistemas.
Essa abordagem foi desenvolvida pelo americano Robert Rodale no início da década de 1980, que resgatou e melhorou os princípios da agricultura orgânica utilizados na década de 1940.
Ela se baseia no entendimento de que a produção agrícola não pode ser avaliada de forma desconexa do todo.
Afinal, a agricultura depende dos organismos vivos que vivem abaixo e acima do solo e de fatores ambientais, como água, temperatura e nutrientes, para acontecer.
Ou seja, ela é resultado de uma rede ambiental complexa e delicada. Caso não seja preservada, a própria agricultura pode entrar em crise.
Considerando esses fatores, o modelo regenerativo adota práticas que permitem a conciliação entre a produção de alimentos a longo prazo e a conservação dos recursos naturais para as futuras gerações.
Ou seja, essa abordagem vai além da simples sustentabilidade e redução dos impactos associados à atividade agrícola. Ela também visa restaurar e fortalecer os ecossistemas que sustentam a agricultura.
Em outras palavras, a agricultura regenerativa beneficia tanto o meio ambiente quanto o produtor rural. Por esse motivo, suas práticas são consideradas essenciais para o futuro do agronegócio e para o combate às mudanças climáticas.
Quais são os pilares da agricultura regenerativa?
Esse modelo de cultivo é baseado em cinco pilares ou princípios fundamentais. Conheça cada um deles a seguir:
1. Redução do revolvimento do solo
O revolvimento do solo é uma prática que modifica a camada superficial do solo antes do início do plantio.
Essa prática geralmente é amplamente utilizada na agricultura convencional e pode promover a degradação progressiva de aspectos físicos, químicos e biológicos do solo. Como resultado, ela gera problemas como a erosão e mudança da estrutura do solo.
Por isso, o modelo regenerativo propõe a adoção de práticas que minimizem o revolvimento do solo, como o plantio direto.
Além de reduzir a erosão do solo, essa técnica aumenta o estoque de matéria orgânica e melhora a biodiversidade local. Assim, é possível criar um ambiente mais saudável e sustentável para o estabelecimento das lavouras.
2. Manutenção da cobertura do solo
A qualidade da cobertura do solo influencia no controle da erosão e no manejo de doenças e pragas agrícolas, bem como de plantas daninhas.
Caso o produtor utilize práticas que retirem essa cobertura do solo, poderá enfrentar problemas relacionados a esses fatores.
Para evitar esse cenário, o modelo regenerativo propõe o investimento em culturas de cobertura. Além de contribuir para o manejo de microrganismos e controlar a erosão, essa prática aumenta a fertilidade do solo e ainda favorece o sequestro do carbono.
3. Manutenção de plantas vivas
Sistema de gotejamento - uso otimizado da irrigação da lavoura.
Manter as plantas e suas raízes vivas é fundamental para preservar a estrutura do solo e fornecer os nutrientes necessários para a alimentação dos microrganismos que vivem no local.
Isso aumenta o equilíbrio do ecossistema da área da lavoura, favorecendo a retenção de nutrientes, o controle de pragas, a fertilidade do solo, entre outros fatores.
Na prática, esse pilar complementa a importância do plantio de culturas de cobertura ou pastagens permanentes para garantir que o solo seja sempre protegido e alimentado pelas plantas.
4. Investimento na biodiversidade
A construção de solos saudáveis e ecossistemas mais equilibrados depende do investimento em diversidade.
Isso é fundamental para a criação de uma fazenda regenerativa, que não só favorece a biodiversidade, mas também permite que o agricultor diversifique sua renda.
Para isso, o produtor pode investir em várias técnicas, como a adoção de rotação ou consórcio de culturas, investimento em sistemas agroflorestais, uso inteligente de fertilizantes, entre outras práticas.
5. Integração dos animais à lavoura
A integração de animais à lavoura permite o uso inteligente dos recursos naturais e melhora a produtividade da fazenda.
Isso porque a presença de animais, especialmente a atividade de pastoreio de gado, ajuda a reciclar nutrientes do solo, aumenta sua matéria orgânica e ainda reduz a necessidade de fertilizantes.
Afinal, o gado ajuda a arejar o solo, dispersar sementes e adubar a área de terra com esterco, fatores que promovem o crescimento saudável da lavoura.
Por esse motivo, o modelo regenerativo também propõe a adoção de sistemas de Integração Lavoura-Pecuária (ILP), que combinam o crescimento da lavoura com a criação de animais.
Assim, o produtor melhora a sustentabilidade da sua fazenda, aumenta sua produtividade e diversifica suas atividades agrícolas.
Quais as vantagens da Agricultura Regenerativa?
Agricultura regenerativa otimiza o uso de fertilizantes.
A agricultura regenerativa oferece várias vantagens, tanto ambientais quanto econômicas, em comparação com abordagens convencionais de agricultura.
Entenda abaixo os principais benefícios de investir nesse modelo agrícola:
- Aumenta a produtividade e o rendimento da lavoura;
- Diminui os gastos com fertilizantes e defensivos agrícolas;
- Melhora a saúde e a fertilidade do solo;
- Permite o uso eficiente dos recursos naturais;
- Aumenta a qualidade dos produtos agrícolas;
- Favorece a biodiversidade.
- Aumenta o sequestro carbono da atmosfera;
- Melhora o estoque de carbono do solo;
- Reduz a emissão de gases do efeito estufa;
- Ajuda a combater as mudanças climáticas;
- Permite que o produtor acesse o mercado de carbono;
- Alinha a produção agrícola com as demandas globais por sistemas mais sustentáveis;
- Garante vantagens competitivas ao agricultor.
Como as tecnologias digitais podem ser usadas na Agricultura Regenerativa?
Agricultura regenerativa - menor uso de defensivos
As tecnologias digitais são essenciais para implementar a agricultura regenerativa na fazenda. Afinal, elas fornecem recursos importantes para otimizar processos que impactam a produtividade e a sustentabilidade da lavoura.
A automação do maquinário, por exemplo, permite a aplicação precisa de insumos, como fertilizantes e pesticidas, reduzindo o desperdício e minimizando os impactos ambientais.
O agricultor também pode usar sensores e sistemas de irrigação controlados por computador para otimizar o uso da água, reduzindo o desperdício e contribuindo para a conservação hídrica.
Outras ferramentas da agricultura digital, como imagens de satélite, drones e radares meteorológicos, por exemplo, podem ser utilizadas para coletar dados agronômicos e ambientais relevantes.
O Big Data também facilita esse processo, uma vez que permite a coleta e análise de grandes conjuntos de dados.
Esses dados podem ser enviados para softwares agrícolas, como o Climate FieldViewTM, plataforma digital da Bayer. Com o auxílio da inteligência artificial e ciência de dados, esse software consegue processar e integrar essas informações.
Assim, ele gera mapas agrícolas e relatórios detalhados que orientam o produtor durante as tomadas de decisão da sua propriedade. Dessa forma, o agricultor consegue produzir insights precisos sobre padrões climáticos, tendências de crescimento de culturas e eficácia de práticas agrícolas.
Por conta desses e outros recursos, as tecnologias digitais são essenciais para ajudar o produtor a lidar com a complexidade da produção agrícola e com o desafio de tornar a propriedade rural mais sustentável.
Isso será fundamental para criar uma fazenda regenerativa, que utiliza a inovação para se tornar mais produtiva, eficiente e ambientalmente correta.
Veja como a Climate FieldViewTM te ajuda a preparar sua fazenda para o futuro!