Além de investir no uso de tecnologias para a preparação do solo, o produtor também deve ficar atento à época ideal para iniciar o plantio de milho
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Investir no preparo do solo para plantio do milho é essencial para reduzir gastos, evitar a degradação da área de plantio e garantir o desenvolvimento inicial da lavoura.
Para que esse preparo seja realizado da forma correta, o agricultor precisa investir em diferentes técnicas e recursos.
A análise do solo, a integração do cultivo de milho com outros sistemas de produção, o manejo de restos culturais e o uso de recursos da Agricultura Digital são algumas das dicas mais eficientes para ajudar o produtor nesse processo.
Vale lembrar que, embora a preparação do solo para plantar milho seja importante, o sucesso da safra também depende que o plantio seja realizado na época certa.
Boa leitura!
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O milho é a segunda principal cultura cultivada em solo brasileiro, perdendo apenas para a soja em relação ao volume de produção. Mesmo assim, os números associados a essa cultura chamam a atenção.
De acordo com o boletim divulgado pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), apenas para a safra 2021/22, a estimativa é que mais de 21 mil hectares de milho sejam cultivados. Isso deve gerar uma produção de 114,7 milhões de toneladas.
Esse nível de produtividade só foi alcançado porque os agricultores brasileiros investem técnicas e tecnologias eficientes para o manejo adequado de todas as etapas da lavoura. Tais recursos são importantes inclusive para o preparo do solo para plantio do milho, já que influencia no estabelecimento da lavoura.
Diante da importância desse tema, este artigo reúne as 7 principais dicas para ajudar o agricultor no preparo do solo para o plantio de milho.
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Preparo de solo para o plantio.
Importância do preparo do solo para plantio de milho
O manejo adequado do solo é fundamental para evitar a degradação das suas características físicas, químicas e biológicas, prejudicando o desenvolvimento saudável da lavoura.
Essa degradação pode ser resultado de diferentes processos que ocorrem devido a certas práticas adotadas no campo.
A erosão do solo, por exemplo, provocada pelo uso excessivo de defensivos agrícolas e pelo monocultivo, é uma das principais causas da degradação do solo.
Além desse fator, processos como salinização e compactação do solo também são responsáveis por esse fenômeno.
Como consequência dessa degradação, o solo perde sua capacidade produtiva, sofre redução de fertilidade, apresenta baixa capacidade de retenção e infiltração de água, entre outros problemas.
Todos eles dificultam o plantio e o crescimento adequado da plantação, reduzindo a produtividade e a rentabilidade da safra.
Diante desse cenário, o preparo correto do solo é fundamental para maximizar a produção de qualquer cultura, inclusive do milho.
Por meio da adoção de boas práticas de manejo do solo, o produtor não só consegue preservar a integridade e a qualidade do solo, como também contribui para a preservação do meio ambiente.
Semente de milho.
A época do plantio do milho faz a diferença na produção
Adotar boas práticas no preparo do solo para plantio de milho é importante, mas entender qual a melhor época para o plantio é fundamental. Na verdade, os dois fatores são determinantes para o sucesso da produção.
Por isso, devem ser considerados durante o planejamento da safra realizado pelo produtor rural. Assim, ele pode preparar o solo adequadamente para o plantio e ajustar o maquinário agrícola para esse processo.
Para isso, o agricultor precisa ficar atento às especificidades da região na qual sua fazenda está localizada. Afinal, a época de plantio varia de acordo com a região e pode ocorrer em diferentes épocas do ano, segundo as condições climáticas de cada local.
De modo geral, o cultivo de verão ou milho primeira safra é semeado durante o período chuvoso. Por isso, na região Nordeste o plantio ocorre logo no início do ano. No Sul, o plantio começa no fim de agosto, enquanto do Sudeste e Centro-Oeste, a semeadura ocorre entre outubro e novembro.
Já o milho de segunda safra, também conhecido como milho safrinha, geralmente é cultivado entre janeiro e abril. Nesse caso, o cultivo é realizado principalmente nas regiões Centro-Oeste, Sudeste (São Paulo e Minas Gerais) e Sul (Paraná).
Vale lembrar que essas são instruções gerais de plantio. Para evitar problemas, a recomendação é que o produtor utilize diferentes ferramentas para ajudá-lo a entender qual a melhor época de plantio.
Mapas de zoneamento agrícola e previsões agrometeorológicas, por exemplo, são fundamentais para entender as condições climáticas locais.
Além disso, é importante que o produtor consulte o calendário agrícola anual divulgado pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) e pela Conab.
Todos esses recursos são essenciais para guiar o produtor durante o planejamento da safra de milho.
Planta de milho ainda bem pequena.
Como preparar o solo para o plantio de milho?
A preparação do solo para plantar milho exige a aplicação de diferentes técnicas e a observação de vários fatores que influenciam no desenvolvimento da cultura.
Essas técnicas e fatores variam de acordo com as características da propriedade rural e das condições climáticas. Por isso, é importante contar com uma orientação técnica especializada.
Apesar disso, o produtor pode seguir algumas dicas básicas para favorecer o plantio do milho e o estabelecimento da lavoura. Confira sete dessas dicas abaixo:
1. Invista na análise do solo
A análise de solo permite que o produtor conheça suas características e obtenha um diagnóstico preciso das condições de fertilidade do solo.
Com base nessas informações, o agrônomo é capaz de determinar o volume e os tipos de fertilizantes corretos que devem ser aplicados para promover a produtividade da lavoura.
Para isso, o profissional responsável pela área pode criar um cronograma de preparação do solo, considerando os nutrientes essenciais para o desenvolvimento do milho.
Assim, o produtor evita a aplicação excessiva de insumos e ainda reduz os gastos com esse tipo de produto.
2. Faça a integração do plantio do milho com outras culturas
A depender das limitações e especificidades da região na qual a fazenda está localizada, é recomendável que o cultivo de milho seja integrado com outros sistemas de produção, como o Sistema Integração Lavoura-Pecuária (ILP).
Além de otimizar o uso da terra e permitir o aumento da renda líquida do produtor, esses sistemas favorecem a ciclagem de nutrientes no solo.
Eles também contribuem para a melhora da qualidade e das características da terra. Como consequência, o produtor não só preserva a integridade do solo, mas também torna sua fazenda mais sustentável.
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Preparo de solo para o cultivo de trigo.
3. Planeje as vias de acesso da fazenda
Caso não sejam projetadas corretamente, as estradas de acesso a propriedade rural podem favorecer a erosão ou a compactação do solo.
Nos dois casos, o solo pode sofrer alterações em diversas características, prejudicando o desenvolvimento e a produtividade das plantas próximas às vias de acesso.
A depender das condições climáticas e das características da propriedade, pode ser necessário construir canais de escoamento e bacias de armazenamento e de infiltração do excesso de água, por exemplo.
Por isso, é fundamental que o produtor receba a orientação técnica adequada para planejar os talhões da lavoura e evitar problemas causados por vias de acesso mal planejadas.
4. Aumente a densidade da cobertura vegetal
O produtor pode utilizar diferentes tecnologias e práticas que favorecem a proteção do solo e reduzem os efeitos dos agentes promotores de degradação.
Para isso, o agricultor pode escolher um cultivar de milho que permita o desenvolvimento de uma cobertura mais densa do solo. Isso protege a terra do impacto da chuva e cria um microclima favorável ao crescimento da cultura.
Além disso, é recomendável reduzir o espaçamento entre as plantas, aumentando a densidade por hectare, mas sem desrespeitar o limite máximo recomendado para o plantio de milho.
5. Faça o manejo dos restos culturais
A permanência dos restos culturais no solo ajuda a controlar a erosão e contribuem para o aumento da qualidade da área de terra.
Além disso, essa prática minimiza o impacto da chuva, reduz o processo de compactação do solo e ainda diminui a amplitude térmica.
Assim, o manejo dos restos culturais também contribui para a conservação da umidade e favorece a atividade biológica do solo.
Vale lembrar que essa prática deve ser adotada sob orientação técnica adequada, já que o excesso de palha pode prejudicar a passagem do maquinário, a emergência das plântulas e favorecer o desenvolvimento de algumas pragas e doenças que atingem o milho.
6. Escolha um sistema de preparo do solo
Existem diferentes tipos de sistemas de preparo do solo, que variam de acordo com as técnicas utilizadas.
A escolha do sistema ideal de preparo do solo para o plantio de milho depende da topografia e de suas características físicas e químicas, bem como da forma como cada um deles favorece o agricultor a longo prazo.
Conheça abaixo as principais diferenças entre esses sistemas:
Preparo Convencional
Ocorre em duas etapas, que envolvem a aração e a gradagem do solo. Esse método é eficiente para controlar plantas daninhas e pragas na lavoura.
Além disso, ele retira os torrões solo e favorece a aeração da camada arável. Por outro lado, ele aumenta o risco de erosão, exige mais mão de obra e favorece a perda de umidade.
Equipamento prepara o solo para plantio.
Preparo Conservacionista
É realizado através da implantação do Sistema de Plantio Direto (SPD), indireto ou por cultivo mínimo. Todos eles se caracterizam pela redução ou eliminação do processo de revolvimento do solo.
Por essa razão, eles permitem a permanência dos restos culturais na superfície do terreno, favorecendo a proteção e a preservação de vários atributos do solo.
Em função disso, essas práticas são consideradas mais sustentáveis e ainda promovem a redução de custos operacionais da fazenda.
7. Use a tecnologia a seu favor
Soluções em Agricultura Digital ajudam o agricultor a coletar, processar e analisar dados que facilitam a tomada de decisões em todas as etapas do cultivo.
Por essa razão, o uso dessas tecnologias, como softwares e dispositivos, também pode ser utilizado para facilitar o planejamento e o preparo do solo para o plantio de milho.
Para isso, o produtor pode integrar os dados da análise de solo com as informações de uma plataforma de agricultura digital, por exemplo.
Dessa forma, ele obtém mapas com dados precisos sobre as características do solo de cada talhão. Como consequência, o agricultor otimiza os investimentos da lavoura e cria um planejamento mais assertivo para o plantio.
O produtor pode acessar esses e outros recursos utilizando o Climate FieldView™, a plataforma digital da Bayer.
Além das vantagens desse tipo de ferramenta digital, com o apoio dessa plataforma o agricultor também tem acesso à correlação dos mapas do Diagnóstico FieldView™.
Assim, o produtor permite a correlação de mapas, recomendação de fertilizantes e até a comparação com dados de safras anteriores.
Com esses recursos, fica muito mais fácil preparar o solo e aumentar a produção de milho.
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