O monitoramento de pragas é uma prática fundamental para garantir a produtividade nos cultivos agrícolas.
Através deste manejo de pragas é possível:
Conhecendo quais as pragas incidentes no cultivo é possível determinar qual o melhor controle a ser realizado na lavoura. Tudo isso, reduz custos ao produtor e permite uma melhor tomada de decisão.
Segundo a EMBRAPA através do monitoramento de pragas é possível reduzir até 50% dos custos com aplicação. Além disso, durante o monitoramento é possível registrar também a presença de inimigos naturais e escolher um defensivo que seja seletivo a estes, favorecendo a dinâmica populacional das espécies no cultivo.
No entanto, cada cultivo tem sua especificidade em relação ao modo de realizar o monitoramento, por isso é fundamental conhecer estas diferenças para realizar o manejo corretamente.
O monitoramento de pragas começa antes do início da safra, assim é possível registrar toda a incidência das pragas desde o início, a fim de tomar a melhor decisão para controle.
O monitoramento é realizado através de amostragens periódicas no campo, que são diferentes entre os cultivos agrícolas, como veremos a seguir. O manejo deve ser realizado regularmente para que se conheça a densidade populacional e o Nível de Dano Econômico (NDE).
O Nível de Dano Econômico (NDE) é uma informação valiosa para tomada de decisão no controle de pragas. Este índice mede a densidade populacional de uma praga que é capaz de causar prejuízo de igual valor ao seu custo de controle.
A fórmula para cálculo de NDE é bem simples,
NDE (%) = (Valor da produção da cultura / Valor da aplicação) x 100
Como base de cálculo o investimento no controle só se justifica quando a densidade populacional atingir um nível que ocasione perda de 10% na produção.
Como já comentado neste artigo, cada cultivo apresenta uma incidência de diferentes espécies de pragas e por isso a forma de realizar o monitoramento é diferente.
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No cultivo da soja as principais pragas são:
Além destas, as lagartas desfolhadoras também podem causar danos severos ao cultivo como:
Para monitoramento destas espécies é utilizada a técnica do pano-de-batida que consiste utilizar um pano ou plástico branco de 1 m de comprimento por 1 m de largura preso entre duas varas.
Para iniciar o monitoramento primeiramente se estende o pano entre duas fileiras da cultura. Após, deve-se sacudir as plantas das duas linhas sobre o pano, a fim de coletar as pragas. Com os insetos já no pano, começa a verificação e contagem das espécies, verifica-se o número de adultos e jovens e realiza-se o registro da amostragem.
A recomendação é que sejam realizadas no mínimo seis amostragens como esta em lavouras de até 10 ha, oito para lavouras de até 30 ha e 10 para lavouras de até 100 ha. A avaliação deve ser realizada semanalmente.
As principais pragas do cultivo do algodão são:
A recomendação para monitoramento no algodão é dividir as áreas em talhões de 100 ha, realizar amostragens em 100 plantas/talhão, escolhendo 20 pontos com 5 plantas. Nessa análise, deve-se registrar todas as pragas presentes na planta para entender quais as de maior incidência e quais as mais prováveis de chegarem ao Nível de Dano Econômico.
A frequência de amostragem é entre 3 e 7 dias, mas pode ser maior caso alguma praga esteja em um nível mais alto de infestação.
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CORREA-FERREIRA, B.S. Amostragem de pragas da soja. In: HOFFMAN-CAMPO, C.B. et al. Soja - Manejo integrado de insetos e outros artrópodes-praga. Brasília: Embrapa, 2012. Cap.9, p.631-672.
EMBRAPA – EMPRESA BRASILEIRA DE PESQUISA AGROPECUÁRIA. Manejo Integrado de pragas do algodoeiro no cerrado brasileiro.
EMBRAPA – EMPRESA BRASILEIRA DE PESQUISA AGROPECUÁRIA. Manejo Integrado de Pragas (MIP) na cultura da soja: um estudo de caso com benefícios econômicos e ambientais.
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