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Monitoramento de pragas: o manejo que pode salvar sua lavoura

Escrito por Farmbox | 20/01/2020 20:23:05

O monitoramento de pragas é uma prática fundamental para garantir a produtividade nos cultivos agrícolas.

Através deste manejo de pragas é possível:

  • Saber o momento da entrada da praga no campo,
  • Determinar a situação destas na cultura,
  • Avaliar o nível de dano econômico e 
  • Realizar a aplicação de defensivos no momento certo e com mais efetividade.

As Vantagens do Monitoramento de Pragas

Conhecendo quais as pragas incidentes no cultivo é possível determinar qual o melhor controle a ser realizado na lavoura. Tudo isso, reduz custos ao produtor e permite uma melhor tomada de decisão.

Segundo a EMBRAPA através do monitoramento de pragas é possível reduzir até 50% dos custos com aplicação. Além disso, durante o monitoramento é possível registrar também a presença de inimigos naturais e escolher um defensivo que seja seletivo a estes, favorecendo a dinâmica populacional das espécies no cultivo.

No entanto, cada cultivo tem sua especificidade em relação ao modo de realizar o monitoramento, por isso é fundamental conhecer estas diferenças para realizar o manejo corretamente.

Quando iniciar o monitoramento de pragas?

O monitoramento de pragas começa antes do início da safra, assim é possível registrar toda a incidência das pragas desde o início, a fim de tomar a melhor decisão para controle.

O monitoramento é realizado através de amostragens periódicas no campo, que são diferentes entre os cultivos agrícolas, como veremos a seguir. O manejo deve ser realizado regularmente para que se conheça a densidade populacional e o Nível de Dano Econômico (NDE). 

NDE: o que é e qual sua importância no monitoramento de pragas?

O Nível de Dano Econômico (NDE) é uma informação valiosa para tomada de decisão no controle de pragas. Este índice mede a densidade populacional de uma praga que é capaz de causar prejuízo de igual valor ao seu custo de controle.

A fórmula para cálculo de NDE é bem simples,

NDE (%) = (Valor da produção da cultura / Valor da aplicação) x 100

Como base de cálculo o investimento no controle só se justifica quando a densidade populacional atingir um nível que ocasione perda de 10% na produção. 

Como fazer o monitoramento de pragas?

Como já comentado neste artigo, cada cultivo apresenta uma incidência de diferentes espécies de pragas e por isso a forma de realizar o monitoramento é diferente.

Leia Também: Como fazer o controle de pragas da soja corretamente

Monitoramento de pragas no cultivo da soja

No cultivo da soja as principais pragas são:

  • o percevejo-marrom-da-soja (Euschistus heros);
  • percevejo-verde-pequeno (Piezodorus guildini);
  • percevejo-verde (Nezara viridula).

Além destas, as lagartas desfolhadoras também podem causar danos severos ao cultivo como:

  • a lagarta-da-soja (Anticarsia gemmatalis);
  • a lagarta-do-cartucho (Spodoptera frugiperda);
  • a falsa-medideira (Chrysodeixis includens);
  • a lagarta-elasmo (Elasmopalpus lignosellus). 

Para monitoramento destas espécies é utilizada a técnica do pano-de-batida que consiste utilizar um pano ou plástico branco de 1 m de comprimento por 1 m de largura preso entre duas varas.

Para iniciar o monitoramento primeiramente se estende o pano entre duas fileiras da cultura. Após, deve-se sacudir as plantas das duas linhas sobre o pano, a fim de coletar as pragas. Com os insetos já no pano, começa a verificação e contagem das espécies, verifica-se o número de adultos e jovens e realiza-se o registro da amostragem.

A recomendação é que sejam realizadas no mínimo seis amostragens como esta em lavouras de até 10 ha, oito para lavouras de até 30 ha e 10 para lavouras de até 100 ha. A avaliação deve ser realizada semanalmente. 

 

 

Monitoramento de pragas no cultivo do algodão

As principais pragas do cultivo do algodão são:

  • o bicudo do algodoeiro (Anthonomus grandis);
  • a broca da raiz (Eutinobothus brasilienis);
  • a mosca branca (Bemisia tabaci);
  • o pulgão do algodoeiro (Aphis gossupii);
  • o percevejo castanho (Scaptocoris castanea);
  • o ácaro-rajado (Tetranychus urticae);
  • ácaro vermelho (Tetranychus ludeni);
  • o ácaro branco (Polyphagotarsonemus latus);
  • as lagartas do gênero Spodoptera.
Como é possível verificar, a cultura do algodão apresenta pragas de diversas espécies, por isso o monitoramento deve ser realizado levando em consideração essas especificidades. 

A recomendação para monitoramento no algodão é dividir as áreas em talhões de 100 ha, realizar amostragens em 100 plantas/talhão, escolhendo 20 pontos com 5 plantas. Nessa análise, deve-se registrar todas as pragas presentes na planta para entender quais as de maior incidência e quais as mais prováveis de chegarem ao Nível de Dano Econômico.

A frequência de amostragem é entre 3 e 7 dias, mas pode ser maior caso alguma praga esteja em um nível mais alto de infestação. 

Veja mais: Agricultura 4.0

Referências 

CORREA-FERREIRA, B.S. Amostragem de pragas da soja. In: HOFFMAN-CAMPO, C.B. et al. Soja - Manejo integrado de insetos e outros artrópodes-praga. Brasília: Embrapa, 2012. Cap.9, p.631-672. 

EMBRAPA – EMPRESA BRASILEIRA DE PESQUISA AGROPECUÁRIA. Manejo Integrado de pragas do algodoeiro no cerrado brasileiro.

EMBRAPA – EMPRESA BRASILEIRA DE PESQUISA AGROPECUÁRIA. Manejo Integrado de Pragas (MIP) na cultura da soja: um estudo de caso com benefícios econômicos e ambientais

 

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