Metodologias e ferramentas da agricultura digital ajudam o produtor a monitorar a colheita de soja e reduzir as perdas durante a operação.
Colheita de soja
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O monitoramento da colheita de soja ajuda o produtor a reduzir as perdas e preservar a qualidade dos grãos durante a operação.
Para fazer esse monitoramento, o agricultor pode utilizar diferentes metodologias, como o método do copo medidor desenvolvido pela Embrapa.
Além disso, ele pode utilizar ferramentas da agricultura digital, como sensores, drones e software de gestão agrícola.
Mesmo assim, é importante lembrar que para ter uma colheita bem-sucedida, além do monitoramento, o produtor precisa investir no planejamento da operação, regulação do maquinário, dessecação da lavoura, entre outras medidas.
Boa leitura!
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Estima-se que o produtor brasileiro perca, em média, duas ou mais sacas por hectare durante a colheita da soja.
Caso a operação não seja conduzida de forma eficiente, os prejuízos podem ser ainda maiores, prejudicando a rentabilidade do produtor.
Para evitar esse cenário, os sojicultores precisam utilizar estratégias para otimizar a colheita e reduzir as perdas que podem ocorrer durante esse processo.
Dentre essas estratégias, uma das mais eficientes é o monitoramento da colheita de soja.
Neste artigo, você vai entender por que e como fazer o monitoramento dessa operação para garantir uma colheita de sucesso!
Produtor acompanha no tablet os dados da colheita da soja.
Por que fazer o monitoramento da colheita de soja?
Fazer o monitoramento da colheita beneficia o sojicultor de duas formas diferentes: reduz as perdas e aumenta a qualidade da safra.
Confira abaixo a explicação para cada uma dessas vantagens.
Redução de perdas
As perdas resultantes do processo de colheita podem causar prejuízos significativos aos produtores.
Isso está associado à falta de monitoramento, que impede o produtor de observar detalhes que influenciam no sucesso da operação, como umidade do grão e manutenção do maquinário.
Por outro lado, o produtor que investe no monitoramento da colheita recebe as orientações necessárias para adotar estratégias mais assertivas durante essa operação.
Como resultado, é possível garantir a produtividade e a rentabilidade esperada para a safra de soja.
Aumento da qualidade dos grãos
As sementes geralmente são mais suscetíveis ao dano mecânico durante o processo de colheita mecanizada. No caso da soja, o risco de dano é maior por conta da estrutura da própria semente.
Afinal, as partes vitais do seu eixo embrionário são protegidas por um tecido fino, tornando sua proteção natural pouco eficiente.
Por conta dessas características, os danos mecânicos causados pela colheita podem ser observados tanto no momento da operação ou apenas durante a etapa de armazenamento e semeadura.
Em função disso, caso o produtor não adote medidas para reduzir as perdas e danos provocados aos grãos da soja durante a colheita, ele compromete a qualidade da safra e sua competitividade no mercado.
Afinal, quem vai querer investir na safra de um produtor cuja soja é conhecida por apresentar danos durante o armazenamento ou semeadura?
Por isso, além de reduzir as perdas durante a colheita, é fundamental que o produtor adote medidas para aumentar e preservar a qualidade das sementes.
Vale lembrar que, caso os grãos da soja não alcancem os padrões exigidos pelo mercado, a produção não poderá ser utilizada para semeadura.
Como saber se a soja está boa para colher?
Uma das atividades relacionadas ao monitoramento da soja é verificar se a semente já atingiu o ponto de colheita.
Caso o produtor não preste atenção a esse detalhe, ele corre o risco de registrar perdas qualitativas e quantitativas resultantes da deterioração dos grãos.
Por esse motivo, é importante não perder o timing e começar a colheita na hora certa!
Como o tipo de cultivar e as condições climáticas influenciam no desenvolvimento da planta, não é recomendável iniciar a colheita baseado apenas na estimativa de dias do ciclo de vida da soja.
Na verdade, o produtor precisa ficar atento ao início da fase de maturidade fisiológica da planta, também conhecida como MF, para delinear o momento certo para começar essa operação.
O ideal é que a operação seja iniciada apenas quando as plantas atingirem essa fase. O problema é que o teor de umidade geralmente está alto nesta etapa de desenvolvimento, o que pode atrapalhar o processo de colheita.
Por isso, a recomendação é aplicar um dessecante na lavoura quando as plantas atingirem a fase R7 do seu ciclo reprodutivo.
Essa fase R7 corresponde ao início do processo de amadurecimento e pode ser identificada quando cerca de 70% das vagens da planta apresentam uma coloração marrom ou bronzeada.
Ao aplicar o dessecante, o produtor acelera o amadurecimento da planta, permitindo antecipar o início da colheita.
Quais os cuidados que devo ter na colheita da soja?
Segundo o Guia da Soja, existem algumas medidas que o sojicultor precisa adotar para tornar a colheita mais eficiente. Confira algumas delas abaixo:
Planeje a operação
O primeiro passo para fazer uma colheita bem-sucedida é investir no planejamento da operação. Para isso, o produtor precisa avaliar diferentes fatores, como características do solo e do clima da região da fazenda.
Além disso, ele deve adotar estratégias para eliminar as plantas daninhas e pragas de final de ciclo identificadas na lavoura.
Afinal, as plantas daninhas podem provocar o fenômeno do embuchamento, responsável por danificar a colheitadeira e atrasar a conclusão da colheita.
Já as pragas de fim de ciclo podem prejudicar a floração e maturação das vagens, afetando a qualidade dos grãos.
Faça a dessecação da lavoura
A dessecação da lavoura consiste na aplicação de um defensivo específico responsável por uniformizar a maturação dos grãos e antecipar a colheita.
Além disso, esse procedimento também impede o desenvolvimento de doenças da soja e protege a plantação do ataque de pragas e dos danos causados por plantas daninhas.
Monitore a umidade dos grãos
Mapa de umidade - colheita de soja.
Segundo a Embrapa, o ideal é que a soja seja colhida apenas quando o teor de umidade dos grãos estiver entre 13% e 15%. Nessa faixa, é possível reduzir o registro de problemas mecânicos e perdas durante a colheita.
E para identificar se os grãos atingiram essa faixa de umidade, o agricultor deve coletar uma amostra do talhão e enviá-la para a análise.
O ideal é que esse teste seja feito de 5 a 7 dias antes da data estimada para o início da colheita.
Regule a colheitadeira
Colheitadeira de soja.
Cerca de 70% a 90% das perdas durante a colheita da soja estão relacionadas a problemas na plataforma de corte da máquina. Por isso, o produtor precisa investir na manutenção preventiva e regulagem correta do maquinário antes de iniciar o processo de colheita.
Para isso, além de conferir o funcionamento dos sistemas da máquina, é importante verificar se é necessário lubrificar ou trocar alguma peça.
Vale lembrar que esses ajustes devem ser feitos de acordo com as orientações do fabricante da máquina e com as condições do campo.
Capacite os operadores
Não adianta investir em colheitadeiras eficientes e modernas se não há profissionais qualificados para operá-las corretamente.
Por isso, é fundamental contratar operadores de colheitadeiras capacitados com antecedência, garantindo que eles estejam disponíveis para o trabalho durante o período da colheita.
Como encontrar profissionais qualificados pode ser um desafio para o agricultor, se necessário, ele deve investir na capacitação de operadores que já trabalham ou queiram trabalhar na fazenda.
Leia também: Como a agricultura moderna ajudou na evolução das colheitadeiras
Ajuste a velocidade do maquinário
Velocidade de colheita da soja.
A velocidade da colheitadeira deve estar entre 4 km/h e 6,5 km/h para que a operação seja feita de forma eficiente.
Além de fazer esse ajuste, o produtor também deve regular a velocidade do molinete, peça responsável por recolher os grãos e evitar que a soja seja jogada para fora da máquina.
Caso esses ajustes não sejam feitos, o agricultor pode atrasar a conclusão da colheita, perder parte da produção ou prejudicar a qualidade dos grãos, que podem ser danificados durante o processo.
Quais métodos podem ser usados para fazer o monitoramento da colheita da soja?
Existem várias metodologias e ferramentas que ajudam o produtor a reduzir e quantificar as perdas registradas durante a colheita da soja. Porém, a mais eficiente e prática para uso em campo é conhecida como copo medidor.
O copo medidor de perdas faz parte de uma metodologia desenvolvida pela Embrapa na década de 1980 e tem um funcionamento bem simples.
Esse método consiste na coleta dos grãos caídos no solo ou ainda dentro das vagens logo após a passagem da máquina colheitadeira.
A coleta deve ser realizada numa área de 2,0 m2, que pode ser delimitada com o auxílio de uma armação fixada no solo.
Depois disso, os grãos coletados são colocados no copo, que indica o nível de perda tolerável e se ocorreu desperdício na área amostrada.
O resultado indicado pelo copo é confiável porque se baseia na relação entre peso e volume dos grãos, facilitando a estimativa de perdas no ponto no qual a amostra foi coletada.
Vale lembrar que a Embrapa também desenvolveu o chamado Kit de monitoramento de perdas na colheita de soja, que inclui todos os materiais necessários para a realização desse teste.
Esse kit é composto por um copo medidor de perdas, um manual de instruções, uma armação de 2,0 m2 (4 m x 0,5 m) e quatro pinos de fixação.
Dessa forma, o produtor tem acesso a todos os elementos e orientações necessárias para aplicar o método do copo medidor.
Monitoramento por imagem e sensores
O método do copo medidor ajuda a monitorar as perdas durante a operação da colheita. Já o monitoramento por imagens obtidas a partir de satélites e drones, permitem que o produtor gere e acompanhe os mapas de produtividade e colheita.
Dessa forma, além de acompanhar a colheita de cada talhão, o agricultor pode identificar anomalias antes e depois do início da operação.
Assim, caso seja necessário, ele pode adotar medidas para eliminar plantas daninhas e pragas, ajustar a colheitadeira, entre outros exemplos.
Vale lembrar que os sensores instalados no maquinário também facilitam esse monitoramento, já que esses dispositivos coletam dados sobre a operação da colheitadeira em tempo real.
Dessa forma, se for identificado algum problema, o produtor pode ajustar a máquina e evitar os prejuízos causados pela operação inadequada do maquinário.
Leia Também: Confira um passo a passo para fazer uma colheita de soja bem-sucedida!
A agricultura digital aumenta a eficiência da operação da colheita da soja
Agricultor armazena dados sobre o ponto ideal de colheita da soja.
Conforme explicado, as ferramentas da agricultura digital, como drones e sensores, auxiliam o produtor a monitorar a operação da colheita da lavoura.
Com o apoio dos dados coletados por esses dispositivos, o agricultor tem acesso a informações seguras e consistentes para orientá-lo durante o processo de colheita.
Assim, ele tem a oportunidade de adotar medidas necessárias para evitar prejuízos causados por perdas resultantes desse processo.
Porém, para que todos esses dados sejam convertidos em informações que realmente orientam o produtor durante a tomada de decisão, o agricultor precisa de outro aliado da agricultura digital: o software de gestão agrícola.
Com a Climate FieldviewTM, plataforma de agricultura digital da Bayer, o produtor consegue gerar dados sobre a colheita em tempo real, avaliar os testes realizados em campo, monitorar a umidade dos grãos e gerar diferentes mapas agronômicos.
Além disso, o usuário ainda pode utilizar essa plataforma para monitorar a velocidade das máquinas, produzir relatórios, entre outros recursos úteis para o manejo eficiente da lavoura em todas as suas fases de desenvolvimento.
Com tantas informações relevantes, fica muito mais fácil adotar as decisões certas para garantir o sucesso da lavoura!
Saiba mais sobre como a Climate FieldviewTM te ajuda a otimizar as operações da fazenda!