O controle fitossanitário exige a adoção de técnicas de manejo químico, físico, biológico, mecânico e cultural visando minimizar a ocorrência de pragas, doenças e plantas daninhas na lavoura.
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O controle fitossanitário é um conjunto de estratégias utilizadas para minimizar os danos causados por pragas, doenças e plantas daninhas nas lavouras.
Negligenciar essa prática pode resultar em grandes prejuízos para o produtor, já que diversas pragas, microrganismos e ervas invasoras comprometem a saúde das plantas e o desenvolvimento da lavoura.
Para evitar essas perdas, o produtor pode adotar diferentes métodos de controle, como o manejo químico, biológico, cultural, físico e mecânico. Cada um deles possui características específicas e é indicado para diferentes situações.
Porém, a eficácia dessas estratégias depende de uma abordagem integrada, o que exige a adoção do Manejo Integrado de Pragas (MIP). Para potencializar seus resultados, o produtor pode investir em diferentes tecnologias, como sensores, drones e outras ferramentas da agricultura de precisão.
Boa leitura!
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O controle fitossanitário é um conjunto de práticas e técnicas essenciais para proteger as culturas agrícolas contra os danos causados por pragas, doenças e plantas daninhas.
Seu objetivo é evitar que esses agentes prejudiciais atinjam níveis capazes de comprometer a produtividade da lavoura. Negligenciar esse controle pode resultar em grandes prejuízos para o produtor.
Segundo a FAO (Food and Agriculture Organization), cerca de 40% da produção agrícola global é perdida anualmente devido a esses problemas, gerando prejuízos que ultrapassam US$ 220 bilhões.
Além da redução da produtividade, as infestações podem comprometer a qualidade dos alimentos, reduzindo a aceitação dos produtos no mercado.
Neste artigo, explicaremos os principais métodos e tecnologias utilizadas para fazer um controle fitossanitário eficiente e proteger a produtividade da lavoura.
Quais as principais ameaças às culturas no Brasil?
Pulverização
Os produtores brasileiros enfrentam vários desafios fitossanitários que podem comprometer seriamente a produtividade e a qualidade das lavouras. Esses problemas variam de acordo com a cultura hospedeira, ou de acordo com a praga, doença ou daninha presente na região.
Dentre as pragas, algumas se destacam por sua frequência e impacto econômico, como lagartas, percevejos, pulgões, larvas, ácaros e nematoides.
Além disso, bactérias e fungos também podem comprometer o desenvolvimento da lavoura, causando doenças que afetam o desenvolvimento das plantas. Em casos extremos, eles podem levar à perda total da produção.
Pragas, doenças e daninhas de maior risco fitossanitário para soja no Brasil
Para orientar um controle mais eficiente, o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) conduziu um estudo que identificou 83 pragas e doenças de alto risco fitossanitário no Brasil.
Cultura mais produzida no Brasil, a soja é, por exemplo, uma atividade agrícola que exige controle fitossanitário para que possa expressar o máximo potencial produtivo. Confira algumas das pragas, doenças e daninhas que mais levam dor de cabeça para o sojicultor brasileiro.
Doenças
- Míldio (Peronospora manshurica);
- Ferrugem asiática (Phakopsora pachyrhizi);
- Antracnose (Colletotrichum truncatum);
- Cercosporiose (Cercospora sojina);
- Podridão das raízes (Fusarium solani, Pythium spp., Phytophthora sojae);
- Mofo branco (Sclerotinia sclerotiorum);
- Oídio (Microsphaera diffusa);
- Mosaico da soja (Soybean mosaic virus, SMV).
Pragas
- Lagarta-da-soja (Anticarsia gemmatalis);
- Lagarta helicoverpa (Helicoverpa armigera);
- Cigarrinha da soja (Empoasca kraemeri);
- Percevejo-marrom (Euschistus heros);
- Percevejo-verde (Nezara viridula);
- Mosca-branca (Bemisia tabaci);
- Formiga-cortadeira (Atta spp.);
- Ácaro-rajado (Tetranychus urticae);
- Broca da soja (Nezara viridula).
Plantas daninhas
- Buva (Conyza spp.);
- Capim-amargoso (Digitaria insularis);
- Samambaia (Nephrolepis exaltata);
- Carrapicho (Xanthium strumarium);
- Picão-preto (Bidens pilosa);
- Andropogon (Andropogon spp.);
- Erva-de-rato (Spermacoce latifolia);
- Dente-de-leão (Sonchus oleraceus);
- Trapoeraba (Commelina benghalensis).
Métodos de controle fitossanitário
Uso de pano de batida em soja - Crédito foto - Andre Mateus Prando - Embrapa
Os produtores podem adotar diferentes medidas fitossanitárias para garantir a proteção da lavoura e a qualidade dos produtos agrícolas. Confira os principais métodos a seguir:
Controle químico
O controle químico é um dos métodos mais utilizados no manejo fitossanitário. Ele envolve a aplicação de defensivos agrícolas, como inseticidas, fungicidas, herbicidas e nematicidas.
Esses produtos podem ser aplicados em diferentes estágios da cultura, como no tratamento de sementes, no solo, na parte aérea ou na pós-colheita. No entanto, o uso excessivo de defensivos pode levar à resistência das pragas, causar impactos ambientais e representar riscos à saúde humana.
Para minimizar esses problemas, é importante seguir as regulamentações de órgãos como o MAPA, e adotar estratégias como a rotação de ingredientes ativos e o uso de produtos multissítios.
Controle biológico
O controle biológico na agricultura é um método sustentável que utiliza organismos vivos para combater pragas e doenças. Ele pode envolver o uso de predadores naturais, parasitoides, microrganismos (como fungos e bactérias) e até substâncias naturais, como feromônios.
Vale lembrar que a aplicação desse método exige conhecimento sobre o alvo a ser controlado e a escolha adequada das cepas de microrganismos.
Controle cultural
O controle cultural envolve a adoção de práticas que tornam o ambiente menos favorável ao desenvolvimento de pragas e doenças. Esse método inclui o investimento de estratégias como:
- Rotação de culturas;
- Manejo do espaçamento e da época de plantio;
- Adubação equilibrada;
- Fechamento rápido das entrelinhas;
- Respeito ao vazio sanitário;
- Destruição de restos culturais.
Controle físico e mecânico
O controle físico envolve a manipulação de aspectos ambientais, como temperatura, umidade e radiação, para reduzir as condições favoráveis ao desenvolvimento de pragas, doenças e plantas daninhas. Para isso, o produtor pode utilizar técnicas como a solarização e a refrigeração.
O agricultor também pode utilizar estratégias como barreiras físicas (como telas e coberturas) e diferentes tipos de armadilhas para atrair e capturar insetos, auxiliando no monitoramento e controle populacional.
O método mecânico complementa essas estratégias. Ele consiste em práticas como a aração e gradagem, que aceleram a decomposição de restos culturais e reduzem o inóculo de patógenos.
Esse tipo de controle também envolve a remoção manual de plantas doentes ou pragas. Porém, essa técnica é limitada a áreas menores devido à demanda de mão de obra.
A importância do Manejo integrado de pragas (MIP)
A eficácia do controle fitossanitário depende de uma abordagem integrada, combinando essas técnicas dentro de um programa de manejo sustentável. Por isso, o Manejo Integrado de Pragas (MIP) é um importante aliado nesse processo de controle.
O MIP é uma estratégia que une diferentes métodos de manejo biológicos, culturais, comportamentais, químicos e físicos, para prevenir e reduzir infestações. O objetivo é manter as populações de insetos abaixo do nível de dano econômico (NDE), evitando perdas na lavoura.
Além de prevenir e controlar as pragas, o MIP reduz os custos operacionais e os impactos ambientais da atividade agrícola. Afinal, o produtor passa a aplicar defensivos de forma precisa e estratégica.
Assim, ele evita o desenvolvimento de resistência, minimiza os gastos com produtos químicos e reduz a contaminação do solo, da água e do ar. Por isso, essa estratégia é considerada um dos pilares da agricultura sustentável.
Tecnologias no controle fitossanitário
As tecnologias agrícolas são grandes aliadas no controle de pragas, daninhas e doenças. Isso porque elas permitem a detecção precoce de problemas, ajudando os produtores a definirem estratégias de manejo mais eficientes. Confira algumas ferramentas tecnológicas utilizadas para esse fim:
Monitoramento do desenvolvimento da cultura
Relatório de pulverização do FieldView™
O monitoramento da lavoura é um processo importante para identificar infestações de pragas, daninhas e doenças antes que elas causem danos à lavoura.
No controle de pragas, técnicas tradicionais, como uso de pano de batida, armadilhas e visitas em campo, ainda são muito utilizadas, mas o investimento em tecnologias de monitoramento da lavoura, como sensores em equipamentos e imagens de satélite e de drones, têm otimizado esse processo.
Os sensores agrícolas podem ser acoplados a equipamentos no campo para coletar dados sobre umidade do solo, temperatura, crescimento das plantas e presença de pragas.
Além disso, sensores ópticos e espectrais conseguem identificar mudanças sutis na coloração e na saúde das folhas, indicando doenças antes mesmo do surgimento dos sintomas visíveis.
Já os drones agrícolas são utilizados para capturar imagens aéreas detalhadas das lavouras. Essas imagens podem revelar áreas com estresse hídrico, focos de doenças ou infestações iniciais de pragas.
Os drones também podem cobrir grandes áreas em pouco tempo, reduzindo a necessidade de mão de obra e aumentando a eficiência do monitoramento.
Para monitorar a lavoura, o produtor pode acompanhar com eficiência o desenvolvimento vegetativo de cada um de seus talhões utilizando imagens de satélite, como as que são geradas pelo Diagnóstico FieldView, que é a ferramenta de monitoramento do FieldView - plataforma de agricultura digital da Bayer.
A partir das imagens produzidas por esta ferramenta, são gerados mapas de alta precisão dos talhões. Assim, qualquer anormalidade indicada no mapa pode ser investigada com assertividade pelo produtor. Isso facilita identificar, por exemplo, a ocorrência de problemas fitossanitários, como pragas, daninhas e doenças.
Aplicação precisa de defensivos agrícolas
As tecnologias da agricultura de precisão também são aliadas importantes de um manejo fitossanitário eficiente. Afinal, elas podem ser utilizadas para garantir a aplicação precisa e racional dos defensivos.
Para isso, o produtor pode utilizar diferentes dados, como mapas históricos e de monitoramento da lavoura, para gerar Prescrições de Aplicação de Defensivos na plataforma FieldView.
Assim, terá em mãos um mapa com a recomendação precisa da dose ideal a ser aplicada de defensivo em cada região do talhão, otimizando a aplicação do produto. E o agricultor pode melhorar ainda mais a qualidade da operação fazendo esta aplicação do insumo em taxa variável.
Caso tenha esta tecnologia em seus pulverizadores, o produtor poderá usar os mapas de prescrição de defensivos para orientar a aplicação do produto em taxa variável nos talhões da lavoura, assegurando que a pulverização ocorra exatamente de acordo com o que está indicado no mapa.
Mapa de Monitoramento - Pulverização
Com o apoio desses recursos da agricultura digital, fica mais fácil reduzir danos provocados por pragas, daninhas e doenças e aumentar a produtividade da fazenda.
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