A trajetória da agricultura mundial não seria a mesma se não fossem algumas grandes Revoluções Agrícolas que aconteceram ao longo da história.
Foram grandes momentos de transformação do campo, marcados pela incorporação de novas tecnologias e de práticas de manejo disruptivas, o que permitiu o desenvolvimento da atividade e o crescimento exponencial da produção rural.
A seguir, vamos conhecer as transformações da agricultura, os benefícios que isso trouxe para o produtor e as características da nova revolução agrícola que está em curso: a transformação digital.
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A Revolução Agrícola ou Revolução Neolítica foram as transformações que ocorreram na cultura agrícola que influenciaram na história da humanidade que migraram do sistema de caça e coleta para sobreviver passando a utilizar a agricultura como principal fonte de cultivo do solo para plantação de alimentos.
Além disso, foram responsáveis por mudanças significativas no modelo de cultivar o solo e por saltos na disponibilidade de alimentos.
De 1800 até 2015, a população mundial aumentou 6.5 vezes. E o ritmo continua: o mundo deverá chegar a 8,5 bilhões de pessoas em 2030, o que evidencia um desafio para o setor agrícola: manter a expansão da produção de alimentos e fibras.
Ao longo da história, as grandes transformações da agricultura ocorreram em diferentes momentos. Vamos falar sobre elas!
A agricultura começou a ser praticada por volta de 12 mil a.C. Mas a 1ª Revolução Agrícola ocorreu entre 8 mil a.C. e 5 mil a.C., no período Neolítico, quando ocorreu um processo que mudou o futuro da Humanidade.
É nessa fase que o homem descobriu o fogo, o que permitiu dominar a produção de alimentos. Também passou a criar animais e as tribos deixaram de ser essencialmente caçadoras e coletoras.
Se antes as pessoas se deslocavam em busca de água e alimentos, agora elas passaram a se fixar para cultivar o solo, o que propiciou o surgimento das cidades.
Iniciaram o uso de instrumentos para a produção agrícola, produzidos com pedra polida. Eram machados, enxadas primitivas, pás, raspadores etc. O uso da cerâmica também se tornou comum para a preservação dos alimentos.
A 2ª Revolução Agrícola visava diversificar a produção no campo e aumentar a produtividade dos cultivos. Essa segunda onda marcante ocorreu na Europa entre os séculos 18 e 19.
Dentre as mudanças adotadas na agricultura, vale destacar algumas:
1) Uso de cavalos nas operações rurais, o que aumentou a produtividade e reduziu a necessidade do emprego da força humana;
2) Plantio em larga escala de novos produtos, como a batata e o milho, que tinham grande demanda de uma população cada vez mais urbana;
3) Concentração de terras;
4) Aumento da atividade pecuária;
5) Investimento em pesquisas em diferentes áreas, como em fertilidade do solo;
6) Produção de fertilizantes, aumentando a média produtiva das áreas agrícolas.
A grande evolução no campo foi resultado da Revolução Industrial, entre meados do Século 18 e início do Século 19. Assim, o surgimento de máquinas nas indústrias contribuiu para a criação de tecnologias aplicadas no trabalho rural.
Era o início do processo de mecanização do campo, o que ajudou a elevar significativamente a realização das tarefas rurais.
Na virada para o Século 20, com a introdução do motor de combustão, outras mudanças drásticas ocorreram. A tração animal foi substituída por máquinas a gasolina.
E novos tratores substituíram enormes modelos movidos a vapor que eram, então, os responsáveis por rebocar e reabastecer semeadeiras, colheitadeiras, pulverizadores, entre outras máquinas. Isso aumentou a produção em um nível nunca antes visto.
Tomavam forma novas transformações profundas no campo, que ficaram conhecidas como Revolução Verde.
Esse processo de mudanças ganhou força após a Segunda Guerra Mundial, preparando o setor agrícola para suportar a explosão demográfica registrada na segunda metade do século.
Paralelamente, avançavam as pesquisas com defensivos e fertilizantes. A Revolução Verde foi caracterizada por um forte processo de modernização da agricultura, que permitiu aumentar a produção de alimentos a partir das décadas de 1960.
Trouxe inúmeras inovações agrícolas, que foram fruto do investimento de governos, de instituições e de cientistas pelo mundo afora.
Iniciativa estratégica para o fortalecimento da agricultura brasileira foi a criação da Embrapa, em 1972.
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O melhoramento varietal foi muito beneficiado por esse processo de transformações, especialmente com o avanço da engenharia genética e a chegada das biotecnologias.
O desenvolvimento de novas cultivares com diferentes atributos genéticos ficou mais preciso, eficiente e, eventualmente, mais rápido.
Como o caso da primeira soja geneticamente modificada, a Soja RR (Roundup Ready), tolerante ao herbicida glifosato, o que flexibilizou muito o manejo das plantas daninhas no campo.
Também foi desenvolvida a biotecnologia Bt, permitindo que cultivos, como os de soja, milho e algodão, estivessem protegidos do ataque de pragas-chave, como lagartas desfolhadoras.
O campo também assistiu outros avanços, como o desenvolvimento das defensivos agrícolas mais seguros e tecnológicos, de máquinas e implementos, de melhores práticas de manejo, de técnicas de irrigação e adubação, e o avanço da agricultura de precisão.
Na esteira desse processo, os produtores rurais puderam desenvolver seus manejos e incorporar inúmeras tecnologias, obtendo resultados como:
Segundo a FAO, a produção agrícola mundial triplicou nos últimos 50 anos, principalmente devido à maior produtividade por unidade de terra e intensificação dos cultivos.
A produtividade média brasileira de soja, por exemplo, mais que dobrou comparando com 50 anos atrás, de acordo com a Esalq.
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Um longo caminho foi percorrido pelo setor agrícola desde a introdução da mecanização no campo, passando pelo desenvolvimento de variedades mais tolerantes, uso de produtos defensivos agrícolas e, mais recentemente, o melhoramento genético.
Foram grandes passos em prol da produtividade. Mas o que vem depois disso tudo?
A resposta é a disrupção. Esse termo foi criado pelo professor de Harvard, Clayton Christensen, para descrever inovações que oferecem produtos outrora inacessíveis, acabando por criar novos mercados e formas de consumo.
Pode não parecer, mas esse processo disruptivo abriu caminho para uma das maiores revoluções agrícolas da história, que se iniciou no final do Século 20 e ganhou força nas últimas duas décadas.
E os resultados disso já são realidade.
As transformações que acontecem no campo fazem parte da chamada Agricultura 4.0 e estão relacionadas à digitalização dos processos de produção. Esse fenômeno vai além da simples mecanização do campo.
As operações e decisões passam a ser orientadas com base em dados retirados do clima, da terra, da lavoura etc. Com foco em melhorar a performance de cada talhão, dispositivos e pessoas trabalham conectados e integrados.
Nessa nova onda de mudanças, ganha forma a agricultura digital: “mix” de Internet das Coisas, agricultura de precisão e Big Data. Ela é disruptiva por natureza, justamente por mudar a forma de enxergar e explorar o mercado agrícola tradicional.
Vídeo sobre histórias de sucesso: Laboratório a céu aberto com Climate FieldView™
Frente ao aumento da população mundial, veio a necessidade irrefutável de aumentar a produção de alimentos nos próximos anos.
Mas o desafio do produtor é que a maior produtividade precisa acontecer num espaço relativamente menor de cultivo e com uso consciente de recursos naturais - para não resolver um problema criando outros.
Para atingir esse objetivo, a agricultura digital tem várias possibilidades.
O uso contínuo de tecnologias de agricultura de precisão já está se tornando padrão no país: GPS, monitores de colheita e equipamentos para dosagem de sementes, irrigação e fertilizantes são exemplos.
Tais equipamentos geram uma quantidade imensa de dados, que descrevem as operações agrícolas com detalhes e permitem análises e conclusões que não seriam possíveis de outra maneira (ou, pelo menos, demorariam muito mais para serem concluídas).
Iniciativas em ascensão, como o uso de estações meteorológicas locais nas fazendas, enriquecem mais esses dados e aumentam a qualidade e velocidade da tomada de decisões dos agrônomos.
Tudo isso, associado ao uso de computação em nuvem para processamento e armazenamento, se interconecta e forma o tecido dessa nova Revolução Agrícola.
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Esse é um contexto desafiador, mas também de oportunidades para o Brasil, que tem grande presença no cenário mundial de produção de alimentos.
É nessa conjuntura que a Climate FieldView™, plataforma de agricultura digital da Bayer, tem muito a impactar o agro do país.
A plataforma apoia o produtor por meio de serviços e soluções baseadas em ciência de dados, auxiliando no gerenciamento de suas operações com mais eficiência durante toda a safra, do plantio à colheita.
Mas em que consiste a ciência de dados na agricultura?
Com esse apoio, o agricultor tem condições de tomar decisões mais assertivas em todos os manejos e operações adotados.
Cada ação pode ser tomada sob medida, a partir da análise de dados gerados na realidade de cada metro quadrado da fazenda.
E o acesso a essas informações pode ser feito pelo smartphone ou tablet, de forma ágil e simples.
Para o agricultor, as tecnologias digitais tornaram-se uma aliada e tanto para reduzir custos e alcançar altos patamares de produtividade ao final de cada safra.
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As plataformas de agricultura digital não só beneficiam o uso localizado de insumos (agricultura de precisão), como auxiliam o agricultor a melhorar o monitoramento da propriedade rural e o controle do processo produtivo como um todo.
Confira algumas das funcionalidades digitais que são disponibilizadas pelo FieldView™:
+ SAIBA MAIS: Obtenha imagens históricas de seu talhão com o Plano de Entrada do FieldViewTM
O grande volume de dados gerados disponível, associado à demanda crescente por soluções digitais para problemas conhecidos, acabou por criar um nicho no mercado que respira inovação para se manter vivo.
É um ganha-ganha nítido: profissionais experientes têm a oportunidade de se aprimorar (e muito!), resolvendo problemas do mundo real, enquanto modelam a nova cara de um negócio primordial para o país e o mundo.
Já os iniciantes ganham a chance de sair na frente ao começarem a se desenvolver em um ambiente repleto de desafios concretos.
Agora é arregaçar as mangas e ajudar a plantar o futuro!