Depois de colher a soja na lavoura, colheitadeira faz o descarregamento dos grãos no caminhão transbordo
Quando a safra de verão é finalizada, o produtor tem que adotar diferentes manejos na pós-colheita para assegurar a qualidade dos grãos ou frutos que foram colhidos e preparar a área para a próxima safra.
Uma medida importante do pós-colheita é o transporte e o armazenamento adequados dos produtos, reduzindo os riscos de degradação. É preciso monitorar fatores como umidade, incidência de pragas e doenças e condições climáticas, além de usar silos bem estruturados.
O solo da lavoura também requer cuidados no pós-colheita de verão, garantindo que esteja fértil, livre de pragas e doenças e tenha um bom nível de umidade na próxima safra.
Para isso, existem algumas dicas, como manejo do banco de sementes e daninhas, aplicação criteriosa de herbicidas, plantio de cultura de cobertura e uso de tecnologias como a agricultura digital, visando otimizar as operações realizadas na entressafra, como análise de solo e adubação.
Quando a colheita da safra chega ao fim, ainda tem muito trabalho pela frente.
Investir no manejo pós-colheita é essencial para assegurar a qualidade dos produtos agrícolas, facilitando sua comercialização, e para conservar e proteger o solo, preparando a área para a próxima safra.
O agricultor precisa conhecer as técnicas que deve adotar na fazenda nesse período. No pós-colheita da safra de verão, por exemplo, o produtor precisa adotar diferentes práticas visando proteger o seu maior ativo, que é o solo agrícola, e se preparar para a safra que vem pela frente.
Por isso, entender o que é pós-colheita, quais medidas devem ser adotadas e como a agricultura digital pode ajudar nesse momento é fundamental para que o agricultor proteja o resultado da safra que terminou e garanta a produtividade do próximo ciclo.
Colheitadeira durante a colheita de soja
Pós-colheita é o termo utilizado para se referir ao conjunto de técnicas, tecnologias e estudos que são aplicados após a colheita de uma cultura e que permitem a conservação e armazenamento dos produtos agrícolas, como grãos.
Além disso, o manejo pós-colheita consiste em diferentes práticas agronômicas que permitem o preparo do solo para a próxima safra. Esse momento também é utilizado para a manutenção das máquinas agrícolas.
Caminhão usado para o transporte de grãos até o armazenamento no silo de soja
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Os fatores que interferem nessa conservação estão relacionados à fisiologia pós-colheita. Para entender como esse sistema funciona, é importante lembrar o que acontece quando a colheita é concluída.
Enquanto estão ligados à planta, grãos e frutos, por exemplo, continuam recebendo os recursos necessários para a manutenção do seu metabolismo e desenvolvimento normal.
Mas depois de colhidos, precisam consumir sua própria reserva de energia para continuarem se mantendo viáveis. Esse processo promove várias alterações que prejudicam a qualidade do produto, em aspectos como sabor, valor nutritivo e aroma.
Essa degradação é influenciada por fatores ambientais, que retardam ou aceleram esse processo, como estresse físico, temperatura, condições meteorológicas e ataque de pragas e doenças, entre outros.
Colheitadeira descarrega no transbordo os grãos de milho que foram colhidos durante a operação de colheita
Os principais fatores que provocam perdas na pós-colheita são má higienização dos silos, contaminação por patógenos e o manejo incorreto dos produtos. Além disso, uma logística de transporte e distribuição ineficiente também é responsável por causar perdas nessa fase.
Para evitar esses problemas e reduzir as perdas, o produtor pode tomar algumas medidas, como:
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Após a colheita da safra, o produtor também precisa usar práticas de manejo do solo, garantindo sua preservação e preparo para o próximo ciclo.
Para isso, é importante que o agricultor fique atento às dicas sobre o manejo do solo no pós-colheita:
Após a colheita, sementes de espécies de plantas invasoras permanecem em dormência no talhão. Forma-se um banco de sementes, que só precisam de água e nutrientes para germinar.
Se essa germinação ocorre quando não há cultivo, as daninhas se desenvolvem facilmente. Para evitar, pode-se fazer a distribuição de restos culturais, evitar o pousio e monitorar a área. Assim, há como retirar as daninhas que nascerem na área.
Estas invasoras também precisam de luz. Por isso, pode-se semear uma cultura de cobertura, com a finalidade de criar uma camada de proteção no solo, o que dificulta o desenvolvimento das daninhas.
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Os herbicidas devem ser usados para impedir o desenvolvimento de plantas daninhas e de plantas voluntárias. Mas sua aplicação exige cuidados. É importante utilizá-los com diferentes mecanismos de ação, doses e tecnologias de composição.
Especialistas recomendam esperar um intervalo de 15 a 30 dias após a colheita da safra de soja, por exemplo, para iniciar a aplicação de herbicidas. Porém, o procedimento deve ser realizado sob condições adequadas.
Nesse momento, como a área não possui cobertura, caso as daninhas estejam desenvolvidas, a aplicação de herbicidas pode ser feita em doses maiores, ou o número de aplicações pode aumentar. Mas isso tende a impactar os custos do cultivo.
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As ferramentas da agricultura digital podem ajudar o produtor a otimizar todas as etapas de cultivo, até mesmo no pós-colheita, em que ele pode, por exemplo, usar esta tecnologia para definir a melhor cultura de cobertura e ganhar eficiência na análise de solo.
Um dos softwares disponíveis no mercado que podem ajudar o agricultor nesta tarefa é a Climate FieldView™ - plataforma de agricultura digital da Bayer, que no pós-colheita permite comparar o desempenho de diferentes culturas de cobertura no mesmo talhão.
É possível usar as funcionalidades desta plataforma desde a implantação da cultura, executando o mapeamento do plantio com o dispositivo FieldViewTM Drive, que coleta e processa os dados da operação, gerando mapas e relatórios diversos.
Um deles é o Mapa de Plantio, que identifica, exatamente, as partes do talhão em que duas ou mais culturas de cobertura foram plantadas. Assim, fica visual a população de sementes utilizada, a data de plantio, qual máquina realizou a operação etc.
Mas como determinar qual cultura de cobertura teve melhor impacto sobre a produtividade do talhão? Primeiro o produtor pode acompanhar o desenvolvimento vegetativo da lavoura analisando imagens de satélite do Diagnóstico FieldViewTM.
Ao final da safra, pode mapear a colheita da área usando também o dispositivo FieldView™ Drive.
Desta forma, terá condições de saber, de maneira simples, as regiões do talhão que tiveram melhor produtividade e comparar esse desempenho com as culturas de cobertura que ali foram plantadas.
O agricultor também pode utilizar a agricultura digital para orientar a análise de solo da lavoura no pós-colheita, usando como base os dados de produtividade do último ciclo.
Com as informações da análise de solo em mãos, ele pode aplicar a quantidade certa de fertilizantes em cada região da lavoura usando a ferramenta de Prescrição Manual de Fertilizantes, o que possibilita reduzir o desperdício e obter maior eficiência.
O produtor pode comparar as regiões em que fez a adubação da área com o Mapa de Produtividade da safra seguinte, podendo analisar o impacto da aplicação dos fertilizantes sobre o resultado de produção em cada talhão.
Produtor agrícola e agrônoma usam o tablet para avaliar os dados da análise de solo da lavoura: o objetivo é planejar a adubação dos talhões
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Especialistas não recomendam deixar a área descoberta. Também chamada de pousio, esse termo é utilizado para se referir ao período em que a área de cultivo permanece em "repouso", ou seja, quando não há cultivo e manejo agrícola.
Por isso, caso opte por não plantar uma cultura subsequente, o agricultor deve semear uma cultura de cobertura.
A cultura de cobertura retém maior quantidade de água das chuvas, mantém a umidade do solo, aumenta a capacidade de retenção de nutrientes e reduz a erosão. Além disso, consegue-se preparar o solo para o plantio direto.
Embora existam várias opções de culturas de cobertura, o produtor deve fazer sua escolha com base nas particularidades da propriedade, considerando especialmente as condições climáticas. Uma boa pedida é usar ferramentas digitais para testar nos talhões diferentes alternativas de cobertura.
Em regiões frias, o ideal é cultivar espécies tolerantes ao inverno. Assim, pode-se plantar aveia, trigo e cevada, por exemplo. Já em regiões quentes, recomenda-se investir em culturas tolerantes à seca e ao calor, como o milho safrinha.
Crotalaria juncea: planta utilizada como cultura de cobertura do solo em diferentes tipos de lavoura
A aplicação desse conjunto de técnicas permite a conservação da qualidade dos produtos agrícolas após a colheita. Com isso, é possível evitar danos e alterações físicas, de modo a retardar a deterioração desses produtos.
Principalmente com o transporte e o armazenamento adequados, os grãos, por exemplo, permanecem comercialmente viáveis por mais tempo, facilitando sua venda.
Quanto à manutenção do solo, a prática do pós-colheita, se for bem-feita, ajuda a diminuir a incidência de pragas e daninhas, melhora a atividade biológica e a capacidade de absorção de nutrientes do solo.
A realização do melhor manejo pode impactar positivamente no aumento da produtividade nas próximas safras de verão.
Outra prática importante para se adotar imediatamente após o fim da colheita é a análise de solo. Assim, se tem condições de entender como está a fertilidade dos talhões, adotar medidas de correção e adubação e fazer o planejamento da próxima safra.