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Monitoramento Integrado de Pragas: Soluções Práticas para Agricultores

Escrito por Clivonei Roberto | 29/08/2024 17:58:36

O Monitoramento Integrado de Pragas utiliza métodos tecnológicos para detectar, prever e gerenciar infestações em lavouras. Essa abordagem centraliza dados agronômicos, permitindo decisões informadas e gestão eficiente de múltiplos talhões, otimizando a produtividade agrícola.

+ Sem tempo de ler o texto todo? Confira os principais destaques!

O monitoramento integrado de pragas é uma estratégia que envolve o acompanhamento constante da densidade populacional de insetos e dos danos que elas podem causar às culturas. 

Essa prática exige o uso de múltiplas técnicas e ferramentas de coleta e análise de dados. Por exemplo, pano de batida, armadilhas, análise do solo e uso de tecnologias da agricultura digital e da agricultura de precisão.

O uso combinado dessas técnicas permite que o produtor faça a identificação precoce de infestações e uma gestão inteligente da lavoura. Por conta dessas características, essa estratégia é a base do Manejo Integrado de Pragas (MIP). 

Essa abordagem combina diferentes estratégias de controle para manter os insetos abaixo de níveis que poderiam causar prejuízos econômicos. Ao adotar essas estratégias, o produtor aumenta a eficiência da sua gestão, minimiza perdas e melhora a produtividade agrícola. 

Boa leitura!

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Um dos principais desafios do produtor é manter as pragas bem longe da plantação. Esses organismos são capazes de invadir a plantação silenciosamente e quase sempre permanecem escondidos, dificultando sua identificação.

Apesar de serem pequenos, eles podem causar grandes danos à saúde das plantas e a produtividade da lavoura. Para evitar esses problemas, o produtor pode utilizar diferentes estratégias. Uma delas é investir no monitoramento integrado de pragas

Neste artigo, explicaremos como essa prática funciona, por que ela é importante e como aplicá-la na lavoura. Confira!

O que é monitoramento integrado de pragas?

O monitoramento de pragas é uma estratégia que envolve a observação e a coleta de dados sobre a presença e a população de insetos na lavoura. Essa estratégia passa a ser chamada de monitoramento integrado de pragas quando o produtor combina diferentes técnicas para realizar esse processo. 

Principais características do monitoramento integrado de pragas

Essa estratégia é considerada um dos principais pilares do Manejo Integrado de Pragas (MIP). Por esse motivo, ela deve ser usada de forma integrada com outras práticas de manejo e deve ser realizada constantemente, ao longo de todo o ciclo de cultivo. 

Afinal, como a maioria das culturas economicamente importantes são suscetíveis ao ataque de insetos em diferentes estádios de desenvolvimento da planta. 

Para que serve o monitoramento integrado de pragas?

Serve para fornecer informações detalhadas e precisas sobre populações de insetos na área de cultivo. Esses dados permitem o mapeamento das infestações e orientam a aplicação de estratégias do MIP — e isso estimula uma gestão inteligente da lavoura.

Qual a importância do monitoramento integrado de pragas?

Segundo dados da Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO), cerca de 40% da produção agrícola global é perdida por conta do ataque de pragas. Essa perda custa pelo menos 70 bilhões de dólares aos países produtores. 

E essas perdas podem aumentar nos próximos anos. Os dados da FAO também mostram que as mudanças climáticas devem intensificar as infestações no campo. Afinal, o ciclo de vida e as flutuações populacionais dos insetos são muito sensíveis a fatores climáticos. 

Nesse cenário de incerteza e de risco, o produtor precisa investir em estratégias que o ajude ter mais previsibilidade sobre sua lavoura e o oriente a tomar decisões mais precisas e eficientes. E investir em tecnologias de monitoramento de pragas é uma delas.

Assim, o agricultor pode adotar medidas de controle antes que as infestações causem danos irreversíveis na plantação. Como resultado, é possível maximizar a produtividade e evitar problemas secundários, como a transmissão de doenças.

Benefícios do monitoramento integrado de pragas

O investimento realizado nessa estratégia retorna ao produtor na forma de diversos benefícios. Confira alguns deles a seguir:

  • Facilita a identificação precoce de infestações;
  • Ajuda a determinar quando a população de organismos atinge níveis que podem causar danos significativos;
  • Permite a identificação do momento mais adequado para a aplicação de medidas de controle;
  • Auxilia na redução de desperdícios de insumos e de custos operacionais;
  • Aumenta a eficiência das medidas de controle;
  • Diminui o uso de defensivos;
  • Melhora a produtividade agrícola e a sustentabilidade da lavoura.

Como funciona o monitoramento integrado de pragas?

Para entender o funcionamento dessa estratégia, o produtor precisa compreender qual a relação entre o monitoramento e os níveis de danos e quais as técnicas podem ser utilizadas nesse processo. Entenda a seguir.

Níveis de danos do monitoramento de insetos

Os níveis de danos são dados usados como referência para decidir sobre o controle das pragas na lavoura. Esses parâmetros são baseados na relação entre a densidade populacional do inseto e os prejuízos que ele pode causar à cultura. Conheça abaixo cada um deles:

  • Nível de Equilíbrio (NE): se refere ao estágio em que a população de insetos está em equilíbrio com o ambiente e não provoca danos à lavoura. Nesse caso, não é necessário adotar nenhuma medida de controle;
  • Nível de Controle (NC): indica quando a densidade populacional de insetos está próxima a alcançar um número que pode causar prejuízos. Por isso, o produtor deve adotar medidas de controle para evitar danos econômicos;
  • Nível de Dano Econômico (NDE): se refere a menor densidade populacional capaz de causar uma perda econômica. Se a densidade populacional atingir ou ultrapassar esse nível, os danos podem ser irreversíveis.

O produtor deve utilizar os dados de densidade populacional obtidos ao monitorar a lavoura para verificar quais desses níveis foram atingidos e se há necessidade de adotar alguma medida de controle.

O que observar ao realizar o monitoramento de insetos?

O produtor precisa ficar atento a diferentes aspectos para que essa estratégia seja utilizada com eficiência. Um dos pontos que exigem sua atenção é a avaliação do agroecossistema da fazenda. 

Essa análise envolve o estudo das características das variedades cultivadas na propriedade e o levantamento das pragas que ocorrem na região e que podem atacar a lavoura. 

Assim, o agricultor consegue entender quando as infestações são mais prejudiciais à lavoura e como identificar cada espécie de praga e quais os danos que ela causa. Isso facilita a identificação dos melhores horários para monitorar a lavoura e quais medidas preventivas adotar. 

Essas informações também orientam o agricultor a garantir que os métodos de controle, especialmente os químicos, sejam aplicados com eficiência no momento certo. 

Além disso, esse conhecimento auxilia na pesquisa e identificação dos seus inimigos naturais, dados que orientam a adoção de soluções de controle biológico. 

O produtor ainda deve ficar atento aos danos e sintomas causados pelos insetos na lavoura. Esses sinais devem ser identificados durante o monitoramento por meio de um exame cuidadoso das plantas, processo que também auxilia na identificação das pragas e na avaliação dos níveis de danos.

Como pode ser feito o monitoramento integrado de pragas?

Essa estratégia pode ser aplicada por meio do uso integrado de técnicas de monitoramento de pragas tradicionais e modernas. 

Os métodos tradicionais envolvem a definição de pontos de amostragem e a coleta de insetos com o auxílio de armadilhas de feromônios, plantas-iscas, pano de batida, entre outras técnicas. 

Já os métodos modernos exigem o investimento em ferramentas da agricultura de precisão e agricultura digital. Por exemplo, sensores, drones, imagens de satélite e softwares agrícolas capazes de integrar dados de diferentes fontes e gerar mapas interativos. 

Com base nesses mapas, o produtor tem uma visão mais detalhada da lavoura, facilitando a identificação de anomalias. Assim, fica mais fácil definir quais, quando e onde utilizar estratégias de MIP para reduzir a população de insetos de forma mais eficiente.

Como se determina o nível de controle no MIP?

Conforme explicado, o nível de controle (NC) é um parâmetro que indica quando é necessário adotar medidas de controle para evitar que o NDE seja atingido. 

Esse parâmetro é estabelecido com base em diversos fatores, como o tipo de cultura, estádio do ciclo de produção, a espécie de praga, entre outros dados.

Na cultura do milho, por exemplo, o NC para o percevejo de barriga-verde varia entre 0,6 a 2 percevejos por metro quadrado. Já na lavoura de soja, a tolerância a esses percevejos é pequena, já que eles prejudicam a produção de grãos.

Por isso, a recomendação é monitorar a lavoura com frequência e utilizar os dados de monitoramento para identificar se o NC foi atingido naquele contexto específico. Quando esse nível for atingido, o produtor conseguirá definir quais as técnicas de controle mais adequadas para aquela situação. 

Vale lembrar que monitorar pragas e escolher as melhores estratégias de manejo é mais fácil com o apoio da Climate FieldViewTM, a plataforma de agricultura digital da Bayer

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