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O El Niño é um fenômeno climático caracterizado pelo aumento das temperaturas da superfície do mar no Oceano Pacífico e mudanças nas correntes de vento planetárias.
Geralmente, ele provoca o aumento no volume de chuvas nas regiões Sul e Sudeste, bem como secas mais severas nas regiões Norte e Nordeste do Brasil.
Como a atividade agrícola depende das condições climáticas, as mudanças causadas pelo El Niño também impactam a produção de alimentos.
Redução da produtividade, aumento de infestações de pragas e doenças, bem como problemas na irrigação são alguns dos impactos desse fenômeno.
Embora seja impossível impedir a ocorrência do El Niño, o produtor pode e deve adotar estratégias para reduzir seus efeitos.
Investir em práticas da agricultura sustentável, monitoramento agrícola e tecnologias agrícolas são algumas das medidas que devem ser adotadas com essa finalidade.
Boa leitura!
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A parceria entre clima e agricultura é fundamental para a produção de alimentos e segurança alimentar. Por isso, as operações e atividades agrícolas são pensadas e planejadas considerando os padrões históricos das condições climáticas.
No entanto, caso algum fenômeno modifique essas condições, a atividade agrícola pode ser afetada. Por esse motivo, os efeitos do fenômeno climático conhecido como El Niño têm causado preocupação em agricultores de todo o país.
As alterações provocadas por esse fenômeno, como secas severas e chuvas abundantes, podem causar prejuízos significativos à produção agrícola.
Em regiões como o Rio Grande do Sul, por exemplo, os produtores já registraram a quebra do milho e do trigo em função das chuvas acima da média que atingem o estado.
Embora seja impossível impedir a ocorrência desse fenômeno climático natural, os produtores podem adotar estratégias para prever e mitigar os danos do El Niño na safra.
Neste artigo, explicaremos como esse fenômeno climático funciona, quais os seus impactos na agricultura e que práticas podem ajudar a proteger a lavoura dos seus efeitos. Continue a leitura!
O El Niño é um fenômeno climático caracterizado pelo aumento das temperaturas da superfície do mar no Oceano Pacífico e mudanças nas correntes de vento planetárias.
Também chamado de El Niño Oscilação Sul (ENSO), esse fenômeno normalmente ocorre a cada 3-7 anos, tem duração de nove meses a dois anos e provoca uma “bagunça” no clima global.
Em condições normais, os chamados ventos alísios sopram do leste para o oeste, empurrando as águas quentes da superfície do Pacífico para o oeste do planeta.
Por isso, as regiões próximas à Indonésia e Austrália acumulam água quente, enquanto a costa da América do Sul se caracteriza pela ressurgência de águas frias.
No entanto, durante o El Niño, os ventos alísios enfraquecem e podem até se inverter. Como resultado, a temperatura do Oceano Pacífico na região leste do planeta aumenta.
Isso provoca o aumento das chuvas e inundações em algumas regiões, secas e condições de seca em outras áreas. Afinal, o fenômeno causa alterações nos padrões de temperatura e precipitação em várias partes do mundo.
No Brasil, o El Niño normalmente provoca o aumento no volume de chuvas nas regiões Sul e Sudeste. Ao mesmo tempo, ele reduz a precipitação nas regiões Norte e Nordeste do país, que podem apresentar períodos de secas mais severas.
Além dessa mudança nos padrões de precipitação, o El Niño também provoca o aumento significativo da temperatura. Isso explica por que o Brasil tem registrado ondas de calor mais intensas e duradouras em várias regiões do país em 2023.
Vale lembrar que outros fatores influenciam no clima global e afetam as intensidades dos efeitos do El Niño. No Brasil, por exemplo, o Oceano Atlântico, por exemplo, exerce uma forte influência na ocorrência de chuvas no Brasil.
Em 2018 e 2019, quando o país também estava sob efeito desse fenômeno climático, as águas do Oceano Atlântico estavam frias. Como resultado, não se formaram corredores de umidade necessários para o aumento da precipitação.
Por isso, naquela época, choveu pouco no Rio Grande do Sul. Ou seja, o cenário climático foi bem diferente do registrado em 2023, quando várias regiões do estado entraram em estado de calamidade pública em função das enchentes e temporais.
Leia também: Quais os impactos do El Niño e da La Niña na agricultura?
A atividade agrícola é extremamente dependente das condições climáticas. Por isso, as mudanças causadas pelo El Niño também impactam a produção de alimentos.
Esses impactos variam conforme a cultura e com a região em que a lavoura está localizada.
Confira abaixo os principais impactos do El Niño na safra agrícola.
O fenômeno pode provocar chuvas excessivas e inundações em algumas regiões do país, como os estados da região Sul e Sudeste. Isso também pode prejudicar as lavouras, tornando o solo muito encharcado para o cultivo.
Embora o aumento da precipitação possa beneficiar algumas culturas, o solo encharcado pode aumentar a propagação de doenças e dificultar a colheita.
Além disso, eventuais inundações podem danificar plantações, destruir infraestrutura agrícola e interromper o transporte de produtos agrícolas.
Em contrapartida, o El Niño também está associado a secas prolongadas nas regiões Norte e Nordeste do país. Por isso, ele pode prejudicar a irrigação das fazendas nesses locais, reduzindo o crescimento das plantas e a produtividade das lavouras.
O El Niño é relacionado a temperaturas mais altas — o que pode influenciar negativamente o desenvolvimento de culturas sensíveis ao calor, como café e frutas.
Além disso, o aumento das temperaturas e do volume de chuvas associadas ao El Niño pode criar condições propícias para o aumento de infestações de pragas e doenças nas plantações.
Afinal, o calor e a umidade excessiva podem favorecer a reprodução de insetos e patógenos que prejudicam as culturas.
Por conta dos impactos citados anteriormente, o fenômeno El Niño pode afetar o cronograma de plantio, a colheita das culturas e a produtividade da safra. Portanto, ele pode impactar a produção de alimentos básicos, como soja, arroz e milho.
Flutuações na oferta desses produtos podem levar a aumentos nos preços dos alimentos, afetando a segurança alimentar e a economia do país.
O El Niño é um fenômeno climático natural, ou seja, sua ocorrência não pode ser controlada ou evitada pelo ser humano. Portanto, a única forma de lidar com os impactos que esse fenômeno pode causar na agricultura é implementar estratégias de mitigação ou redução desses efeitos.
Essas estratégias podem ser de longo ou curto prazos. Confira algumas delas a seguir:
Uma das principais medidas de prevenção a longo prazo é o planejamento e realização do plantio conforme as orientações do Zoneamento Agrícola de Risco Climático (ZARC).
Afinal, essa ferramenta fornece dados agroclimáticos que ajudam o agricultor a reduzir os riscos de produção.
Práticas associadas à agricultura sustentável, como plantio direto, rotação de culturas e integração lavoura pecuária, também são consideradas estratégias de longo prazo.
Isso porque seus benefícios na estrutura e composição do solo, que o protege dos efeitos negativos de fatores climáticos, demoram algum tempo para aparecer.
As estratégias de curto prazo também envolvem a conservação do solo. Em épocas de chuvas intensas, por exemplo, o produtor deve evitar práticas que possam desestruturar o solo, como aração ou escarificação.
Ele também pode investir na manutenção de palhada e no plantio escalonado. Aliás, o plantio escalonado pode preservar a lavoura tanto durante a seca quanto em períodos de chuvas intensas.
Além disso, o produtor também deve acompanhar a previsão do tempo e investir no monitoramento da fazenda para obter dados precisos para orientar o manejo adequado da lavoura, principalmente em situações de risco climático.
Dessa forma, o produtor consegue definir qual o melhor momento para a colheita, o controle de pragas e doenças, o aumento da fertilidade do solo, entre outras decisões importantes para a manutenção da lavoura.
O monitoramento agrícola é uma das principais estratégias para prever e reduzir os impactos do El Niño na safra. Esse monitoramento deve acompanhar diferentes aspectos da lavoura.
Um deles é o controle de pragas, doenças e plantas daninhas, uma vez que seus ciclos de vida podem ser favorecidos pelas alterações climáticas associadas ao El Niño.
Para monitorar sua ocorrência, o agricultor deve contar com o apoio de tecnologias associadas à agricultura de precisão e agricultura digital, como drones, sensores, imagens de satélite e softwares agrícolas.
O produtor também precisa acompanhar as condições climáticas na área da fazenda. Para isso, é fundamental contar com o apoio de ferramentas como o Radar Meteorológico. Ele é uma funcionalidade do Climate FieldViewTM, plataforma de agricultura digital da Bayer, e se diferencia por disponibilizar a previsão de chuva especificamente nos talhões da fazenda.
Além dessa ferramenta, o produtor pode utilizar outros recursos do FieldViewTM para integrar diversos dados agronômicos da lavoura e melhorar a gestão das operações agrícolas.
Assim, ele pode gerar diferentes relatórios e mapas agrícolas com informações precisas para embasar estratégias de manejo mais eficientes da lavoura.
Em época de El Niño na safra, o apoio desses recursos é fundamental para prever e reduzir os impactos desse fenômeno climático na plantação.
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