O mapa de aplicação em Taxa Variável, reduz os gastos com taxas de adubação, sementes e defensivos agrícolas para os produtores de todo o Brasil em diferentes ambientes de produção na lavoura, enquanto as regras de agricultura de precisão são aplicadas para ampliar a produtividade no campo
Segundo registros da Embrapa, há cerca de duas décadas, os produtores rurais passaram a adotar ferramentas de agricultura de precisão com o objetivo de aumentar a produtividade das culturas, assegurando a conformidade ambiental. Em termos práticos, de acordo com a entidade, isso envolve a obtenção e o processamento de informações detalhadas e georreferenciadas sobre as áreas de cultivo agrícola, visando definir estratégias de manejo mais eficientes, em especial, o uso racional de insumos. Ainda de acordo com a Embrapa, o mapeamento da fertilidade do solo e a posterior aplicação de fertilizantes e sementes à taxa variável trouxe uma nova experiência aos produtores que sentiram de imediato o impacto do tratamento diferenciado às lavouras. Antes da metodologia, no manejo tradicional, eram utilizadas dosagens uniformes em área total baseadas na condição média de fertilidade do talhão.
Com o avanço da agricultura moderna, novas ferramentas começaram a surgir e apresentaram ao agricultor diversidade em opções para o gerenciamento dos seus insumos.
“Para explorar ao máximo o potencial produtivo de suas lavouras, os produtores devem considerar que as áreas possuem diferentes ambientes de produção que demandam nutrientes de diferentes formas”, defende o Engenheiro Agrônomo e Mestre em Agricultura de Precisão Felipe Arthur Baron. “Cada ambiente é definido por uma série de informações que vão desde características físico químicas à topografia e variações climatológicas anuais que influenciam as necessidades particulares do terreno”, explica Baron.
A melhor maneira para entender a variabilidade dos solos brasileiros na produção agrícola é observar o desenvolvimento vegetativo nas diferentes áreas. Para isso, o produtor conta com plataformas advindas da Agricultura 4.0 como FieldView™. Por meio do Diagnóstico FieldView™, é possível observar o desenvolvimento vegetativo nas diferentes áreas, utilizando, para isso, imagens de satélite e de monitoramento da lavoura. “A planta indica o que está acontecendo naquele determinado espaço", aponta o engenheiro agrônomo.
“Para chegar a uma recomendação de taxa variável fidedigna e precisa é necessário correlacionar uma série de dados de cada parte da lavoura por mais de uma cultura. Para esta correlação, contamos com um histórico de mapas de colheita, fertilidade, população de sementes e índice vegetativo gerados pelo Fieldview™, onde todas essas informações cruzadas com informações de clima e ambiente nos assegura um posicionamento muito assertivo, para agregar à todas prescrições que fazemos aos clientes”, esclarece.
Desta forma o Fieldview™ nos auxilia nessas prescrições de insumos aos produtores, onde através do IGA (Índice de Gestão Ambiental) conseguimos identificar e definir estratégias e tomadas de decisões para correções, fertilização, plantio, escolha de cultivar, população de plantas e manejos fitossanitários para cada ambiente da lavoura, potencializando o resultado final da área”, sustenta Felipe. “Hoje, observamos que se o produtor entende adequadamente as funcionalidades das ferramentas, de todos esses dados, com certeza irá constatar ganhos, e compreender que a taxa fixa já não faz sentido”, conclui Baron.
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De acordo com a pesquisa “A mente do Agricultor Brasileiro na Era Digital”, produzida pela McKinsey & Company, com 750 produtores brasileiros, 16% deles querem crescer por meio de ganhos de produtividade, sendo os produtores de grãos do cerrado os mais dispostos a expandir a produção dessa forma. “Observamos que os agricultores reconhecem safra a safra os benefícios que a Agricultura Digital vem trazendo ao incremento da produtividade por hectare”, afirma Ana Maranhão, Gerente de Marketing de Conteúdo da Climate. “Cada vez mais, somos demandados pelo produtor que quer entender como a nossa plataforma pode apoiá-lo no alcance de melhores resultados no campo, seja por meio da facilidade com que os dados e informações podem ser visualizados e, posteriormente, trabalhados ou, ainda, para viabilizar uma experiência cada vez mais customizada nos talhões, ajudando-o a extrair o máximo potencial de cada pedaço da área e o auxiliando na tomada de decisões mais assertivas”, revela a Engenheira Agrônoma.
Você acompanhou por aqui que cada metro quadrado da lavoura possui diferentes particularidades que influenciam as variações de aplicações de insumos em diversas fases do cultivo: do pré-plantio, com o preparo do solo para receber a cultura, ao desenvolvimento da lavoura, durante o manejo integrado de pragas, plantas daninhas e doenças. Mas, você gostaria de saber como plataformas de agricultura digital como o FieldView™ trabalham a taxa variável e podem contribuir com redução de custos, preservação do meio ambiente e uma melhor gestão dos recursos? Então, vamos lá!
Com os resultados de safras passadas em mãos, o produtor pode direcionar suas análises de solo e fazer correções em áreas específicas. Mapas que indicam zonas de menor biomassa auxiliam no diagnóstico de uma possível carência de nutrientes, dessa forma, o produtor pode direcionar suas amostragens àquele local e detectar as necessidades de correção, definindo, com o seu consultor, ou por si só, as melhores dosagens de nutrientes para aquelas zonas de manejo.
Por meio da funcionalidade Prescrições Manuais do Fieldview™, o produtor pode acrescentar manualmente, de forma intuitiva, o planejamento da área do talhão onde fará as aplicações de fertilizantes. Para defini-las, ele tem a opção de acessar mapas anteriores de produtividade e utilizá-los como referência para determinar as prescrições.
Assim como nas prescrições para fertilizantes, o Fieldview™ também permite o planejamento do plantio por meio da mesma funcionalidade Prescrições Manuais de Sementes e segue o mesmo princípio do desenho das áreas de plantio dentro dos talhões ao criar uma camada de plantio, registrando data, materiais e população das sementes selecionadas para a safra.
Durante o plantio, com o uso do Fieldview Drive, o operador pode gerar mapas dos híbridos e/ou variedades para acompanhar o trabalho do trator junto ao implemento durante toda a etapa de plantio e conferir a cada dia se houve falhas no processo, ou ainda fazer correções em tempo real, caso haja algum problema na distribuição das sementes nas linhas de plantio ou velocidade do maquinário.
O Brasil é um país de clima tropical e pode fazer até três safras dependendo da região, por essa razão, a incidência de pragas e doenças é mais alta. Por meio da taxa variável no manejo de defensivos agrícolas, o agricultor tem condições de otimizar recursos dentro de um mesmo talhão, sendo, dessa forma, assertivo nas aplicações, resultando em sustentabilidade para o seu negócio e para o meio ambiente.
Por meio da utilização da funcionalidade Prescrições Manuais de Pulverização, o agricultor pode planejar e avaliar diferentes manejos, tendo ainda a possibilidade de testar diferentes vazões em cada área determinada por ele. Assim como acontece para Prescrições em fertilizantes e plantio, o produtor pode selecionar a funcionalidade que o direciona para o gerenciamento de informações sobre a pulverização que será realizada.
Para a geração das zonas de manejo de forma automática, ele poderá importar os mapas, ou desenhar uma nova área, para o caso de novas aplicações. Para isso, ele deverá registrar, primeiramente, as informações sobre a pulverização, como data, tipo de defensivo utilizado (herbicida, inseticida, fungicida, etc.) e forma de aplicação (granular ou líquido).
A partir disso, o produtor poderá desenhar suas zonas de manejo e registrar as dosagens de aplicação, além de vazão média e quantidade de calda a ser aplicada, e importar esse mapa para a cabine do pulverizador. O produtor poderá acessar, posteriormente, as prescrições para análise da efetividade dos produtos.
Mapa de Pulverização Fieldview™
“A taxa variável consiste, basicamente, em explorar ao máximo do potencial produtivo de cada ambiente de cada lavoura/talhão por meio de quantidades maiores de insumos onde há maiores necessidade e quantidades de insumos menores onde há menor necessidade”, resume o engenheiro agrônomo Felipe Arthur Baron. “A lavoura pode ser comparada a um ser vivo com diferentes necessidades e particularidades. A taxa variável permite que o produtor ajude cada ambiente de terra a oferecer o seu melhor para cada semente e a cada semente que se desenvolva usando o melhor de sua genética resultando em grãos de qualidade, em produtividade e uma maior rentabilidade com um sistema muito mais sustentável”, encerra Baron
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