A transformação digital da agricultura tem acontecido durante todas as etapas produtivas do negócio rural, seja ele de pequeno, médio ou de grande porte
Agricultor na era digitalA experiência de consumo do produtor no campo não é diferente de sua experiência como consumidor no varejo. Entender a efetividade de um produto na lavoura significa testá-lo e vê-lo funcionar na prática. Desde o surgimento da agricultura 4.0 no Brasil, o agricultor se viu em meio a uma série de aplicativos, sensores e ferramentas para agricultura digital, que tornaram a sua escolha desafiadora diante de tantas funcionalidades e opções que envolvem a tecnologia na lavoura.
A agricultura digital está revolucionando o trabalho nas áreas de cultivo e intensificando a presença da tecnologia do campo. De acordo com a Associação Brasileira de Startups, as agtechs, startups que desenvolvem novas soluções para o mercado agro somam hoje 326 empresas. Contudo, em meio a este cenário, o que, de fato, faz diferença ao negócio do produtor? Impactos positivos ao Agricultor digitalComo as tecnologias no campo podem ser efetivas em ajudá-lo a tomar melhores decisões?
Essas são algumas das principais perguntas feitas para quem está no dia a dia do campo e, para entender como o funcionamento dessas tecnologias podem facilitar ou impactar o rendimento da agricultura, é preciso dar um passo atrás e relembrar a forma como as informações sobre a lavoura eram organizadas, como os produtores tinham visibilidade das ações realizadas e como se tomavam decisões de manejo, compra, etc.
Impactos positivos ao Agricultor digital
No presente momento, o agricultor digital pode usar softwares para agricultura e dados precisos coletados diretamente de seus campos a seu favor e, para isso, recomenda-se entender as etapas nas quais a agricultura digital faz a diferença em seu negócio.
Independentemente do tamanho da área do produtor, dado o advento das fazendas inteligentes, o sensoriamento avançado (IoT) aliado a plataformas de tecnologia, coordenadas geográficas e aplicativos para a agricultura digital, a forma de fazer a gestão da fazenda tem se transformado, oferecendo uma nova dimensão de dados aos produtores e em tempo real.
No passado, eram anotados, na memória ou na caderneta de safra, custos e investimentos em insumos, registravam-se as cultivares plantadas, o número de entradas das máquinas, quantos operadores trabalhavam e as horas dedicadas à jornada no campo. Anotavam-se, inclusive, o clima e a incidência de talhões com problemas de fertilidade e pragas, além de muitas outras informações. Nas safras seguintes, o caderno ou a memória eram consultados a fim de se comparar custos dos últimos anos, para verificação da dosagem de defensivos agrícolas, volumes de fertilizantes e outras práticas que o ajudaram a solucionar desafios naquele momento.
A utilização de tecnologias na lavoura, além de facilitarem o trabalho do produtor, apresentam uma melhor tomada de decisão baseada em dados e, consequentemente, uma produtividade maior. Veja as etapas nas quais o produtor digital terá seu trabalho otimizado:
Saiba mais: A pesquisa na área da agricultura digital
1 - Planejamento pré-plantio e plantio
A agricultura 4.0 se consolida como braço direito do produtor no alcance de melhores tetos produtivos em sua lavoura. Utilizar relatórios de safras anteriores é a base para a tomada de boas decisões no futuro. O que foi feito adequadamente? Quais as correlações entre a produtividade e os manejos realizados? O que foi aprendido nas zonas menos produtivas em termos de fertilidade e o que não deve ser repetido na safra atual? Essas e outras perguntas são extremamente relevantes para que o agricultor tenha mais assertividade no momento do seu planejamento de safra.
O cuidado com o solo é uma das primeiras preocupações nesse momento, uma vez que o manejo bem realizado nessa fase gera bons resultados na colheita. As imagens de satélite exercem uma importante função neste sentido, já que ajudam a identificar ambientes de produção e, consequentemente, a definir quais cultivares e qual população se adequam melhor a cada região do talhão. O uso de mapas e imagens históricas suporta, inclusive, o planejamento de manejos diferenciados que atendam às distintas necessidades dessas áreas.
Fertilizantes e defensivos agrícolas representam custos importantes na produção, por essa razão, quanto mais assertiva for a sua utilização, melhor será o retorno sobre o investimento do produtor. Uma análise mais criteriosa dos processos produtivos em diferentes áreas da lavoura, em um nível subtalhão, ou seja, áreas cada vez menores, permite um planejamento mais estratégico e um manejo mais eficiente de acordo com a necessidade de cada área.
Por meio de plataformas digitais, como o FieldView™, o produtor consegue fazer prescrições manuais para sementes e fertilizantes, utilizando a taxa variável, ou seja, determinando a quantidade ideal de insumos de acordo com o perfil de fertilidade de cada talhão. Sendo assim, os produtos serão utilizados de forma racional, contribuindo com a sustentabilidade do meio ambiente. O resultado da aplicação também poderá ser avaliado ao longo da safra, bastando consultar os mapas que poderão ser gerados posteriormente.
2 - Plantio
O produtor faz o possível para mitigar riscos em sua produção, dessa forma, ferramentas que o auxiliem a ter um controle maior das operações na lavoura são de suma importância para o seu negócio. O clima e o índice pluviométrico na fase do plantio impactam diretamente a operação no campo, por isso, a utilização de previsões climáticas e de radares meteorológicos é primordial.
O caso de uma chuva intensa no decorrer do dia, por exemplo, pode atrapalhar o trabalho da plantadeira, atrasando o processo e impactando a janela de planejamento da safra. Já quando há ausência de chuvas, a estiagem prolongada pode ocasionar a perda do trabalho, havendo necessidade de replantio e acarretando custos não planejados.
Além disso, essa etapa é um momento importante para que o produtor realize testes comparativos entre manejos. A utilização de recursos da agricultura digital, como o FieldView™, da Bayer, contribui com o produtor, gerando diferentes análises, tais como: qual tratamento de sementes performou melhor e quais herbicidas usados na dessecação foram eficazes no controle de plantas daninhas, tudo isso dispensando o uso de estacas no campo, substituídas, no FieldView™, por marcações georreferenciadas, que "digitalizam" grande parte do processo, antes feito manualmente na lavoura.
Para os agricultores que já adotaram a agricultura digital em seu negócio, as possibilidades de realização de testes mais efetivos no campo são ampliadas. Mapas gerados continuamente no momento em que as operações estão em curso facilitam a verificação da velocidade das máquinas, permitindo um melhor controle da população de sementes e tratamentos aplicados em cada linha de plantio, tendo todas as informações registradas na plataforma e exibidas nos tablets de dentro da cabine das plantadeiras.
3 - Desenvolvimento dos talhões
Os satélites têm um importante papel na revolução da agricultura digital. Por meio de imagens atuais e históricos gerados por essa tecnologia, o produtor consegue identificar a presença de zonas com biomassa (matéria orgânica) mais alta e mais baixa em sua lavoura. Uma escala de cores sobre as imagens geradas pelo satélite indica, de forma simples, a variabilidade no desenvolvimento das plantas.
Sobre os mapas dessas áreas, é possível marcar pontos de interesse ou atenção, que podem representar problemas, como uma deficiência nutricional ou alguma incidência de pragas que, possivelmente, estão afetando a lavoura. Para confirmar a causa, o produtor saberá qual talhão exato deverá visitar para diagnosticar o que está impactando o desenvolvimento vegetativo de suas plantas. Dessa forma, também, após entender o que influenciou as irregularidades no campo, o produtor poderá avaliar a necessidade de correção de técnicas produtivas aplicadas naqueles locais pontuados. Acompanhar a evolução das cultivares por meio das imagens de satélite o ajuda, ainda, a ter um indicativo de quais áreas foram mais ou menos produtivas para cada um dos talhões, comparando o seu desempenho, onde realizou algum tipo de correção e, assim, concluir se houve êxito nas retificações anteriores.
Nessa fase, também, além de utilizar os mapas e imagens de satélite para examinar se tudo está correndo bem com o desenvolvimento da lavoura, o produtor poderá avaliar a qualidade das pulverizações, seja de herbicidas, inseticidas ou fungicidas. As aplicações, da mesma forma, podem ser monitoradas, uma vez que é possível realizar o seu mapeamento automaticamente da cabine do maquinário. Ali, o operador conseguirá ver se a vazão desejada está sendo respeitada, se a velocidade está adequada à operação e, ainda, terá o registro das condições climáticas do dia da operação, tudo isso em formatos de mapas e relatórios que são gerados a cada minuto em que a pulverização acontece, sendo armazenados em nuvem, não havendo risco de perda de informação e podendo ser visualizados diretamente em smartphones e computadores a qualquer momento.
Por meio das ferramentas digitais, os produtores começam a entender que suas fazendas têm particularidades que devem ser tratadas de forma customizada, ou seja, destinando o defensivo certo a uma necessidade latente.
4 - Colheita
A colheita é o momento no qual o produtor pode fazer o check de validação de todas as decisões que tomou ao longo da safra e é quando ele verifica os testes realizados e os compara com a produtividade dos talhões. Por meio dos dados, ele identifica as zonas de baixa ou alta produtividade de sua fazenda a cada safra, detecta se os talhões desempenharam como o esperado, verifica onde estão os principais problemas com relação à produção, analisa onde existem problemas recorrentes e observa quais problemas novos apareceram e não foram mapeados anteriormente.
Assim como foi citado, da mesma forma como nas outras operações com maquinários, a plataforma FieldView™ permite aos produtores verificar e monitorar toda a operação da colheita. À medida que a máquina colhe, o operador entende, detalhadamente, onde o retorno produtivo foi maior. Caso haja algum problema durante o processo, em caso de desregulagem, por exemplo, a variação será apontada no tablet da cabine e o operador poderá parar e entender se é necessário fazer algum ajuste na máquina antes de continuar colhendo, não esperando até a conclusão da tarefa nem deixando que fatores externos prejudiquem seus resultados. Tudo isso, sem precisar colher separadamente.
Com a produção colhida, é hora da análise dos resultados, isto é, momento para colocar lado a lado todas as camadas de informações geradas pelas plataformas digitais e compará-las com as respostas de produtividade. É nesse instante em que se verificam os resultados atrelados às boas práticas agronômicas, o diferencial produtivo das áreas onde é adotada alguma biotecnologia, híbrido ou variedade específica e o desempenho de cada maquinário utilizado durante a condução da lavoura. Tudo isso, de uma forma muito rápida e visualmente simples, em apenas um local, dispensando a caderneta mencionada no início deste post.
O dia a dia da produção agrícola não envolve tarefas simples. Os softwares de agricultura digital têm tido uma forte adoção nos últimos anos. De acordo com dados da pesquisa A mente do agricultor brasileiro na era digital, produzida pela McKinsey & Company, dos 750 produtores brasileiros entrevistados, 53% deles utilizam, pelo menos, uma tecnologia disponível no mercado, ou estão dispostos a adotá-las nas próximas safras, uma vez que elas os ajudam a minimizar os riscos da atividade e, ainda, a poupar tempo e recursos.
Com todas essas opções para ajudar a superar os desafios da rotina, entender as particularidades da lavoura e qual a necessidade específica de cada área é o primeiro passo para confirmar como a agricultura digital auxilia na eficiência produtiva do negócio. Com o uso das tecnologias apresentadas aqui e de outras presentes no mercado, não faz mais sentido depender apenas da memória ou da caderneta. A agricultura digital já é uma realidade e, para seguir adiante, o produtor não conseguirá ficar de fora dessa transformação.