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A calibração do pulverizador é um processo cujo objetivo é otimizar a aplicação dos defensivos agrícolas.
O ideal é que esse procedimento seja feito após a regulação da máquina e antes do início da pulverização.
Dessa forma, o produtor descobre o volume de calda exata que deve ser preparado para essa finalidade, evitando desperdício e reduzindo custos de produção, entre outras vantagens.
Para isso, o agricultor pode aplicar diversas metodologias. O método de calibragem de pulverizador da Embrapa, por exemplo, conta com 7 passos, incluindo cálculos essenciais para definir o volume de calda aplicado.
Porém, o agricultor também pode utilizar aplicativos e softwares de gestão para facilitar a calibração e regulagem do pulverizador agrícola e tornar a aplicação de defensivos bem mais eficaz.
Neste artigo, vamos te explicar tudo sobre esse assunto.
Boa leitura!
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A pulverização de defensivos agrícolas é uma etapa crucial para garantir a segurança fitossanitária da lavoura, evitando o ataque de pragas e doenças.
Embora esse processo seja importante, a maioria dos produtores ainda tem pouco conhecimento sobre as boas práticas necessárias para garantir o sucesso dessa etapa.
Como resultado, além de desperdiçar produto, o agricultor aumenta os custos de produção e reduz a eficácia da aplicação.
Para evitar esse problema, é fundamental investir na calibração correta do pulverizador.
Quer saber como fazer esse procedimento e quais são suas vantagens?
Acompanhe os próximos tópicos!
A calibração do pulverizador é um procedimento que visa ajustar a máquina para que a aplicação dos defensivos agrícolas ocorra de acordo com as necessidades da produção.
Para isso, é necessário fazer alguns testes e cálculos que permitam a definição do volume da aplicação de defensivos e da quantidade de produto utilizado neste processo.
Como resultado, além de tornar o tratamento fitossanitário mais efetivo, a calibração otimiza o uso de defensivos, evita o desperdício e ainda reduz os custos de produção.
Apesar da importância desse procedimento para o sucesso do controle de pragas e doenças, muitos produtores ainda negligenciam a calibração dos pulverizadores.
Geralmente, essa negligência é resultado da falta de conhecimento técnico sobre o assunto, que leva os agricultores a acreditarem que regulação e calibração da máquina se referem a procedimentos iguais.
Mas, isso é um equívoco.
Conforme explicado anteriormente, a calibração se refere ao processo de ajuste fino da máquina, para que ela atenda as necessidades estimadas para o solo e para a cultura.
Uma das etapas desse processo é fazer o diagnóstico do estado das pontas, por exemplo.
Por outro lado, a regulagem do pulverizador é um procedimento mais amplo. Ela se refere ao preparo do pulverizador como um todo para iniciar seu funcionamento.
Por esse motivo, a regulagem inclui desde a checagem do tanque de abastecimento e das marchas do trator, até a escolha dos bicos de aplicação.
Além disso, fazer essa regulagem permite a definição da direção dos jatos de gotas, a altura de pulverização, a pressão dos bicos, os filtros e a manutenção geral da máquina.
Leia Também: Saiba como fazer a manutenção do pulverizador e qual a sua importância
O ideal é que a calibração seja feita sempre depois da regulagem do pulverizador, especialmente se a máquina for utilizada para aplicar defensivos na cultura e região diferente do seu uso anterior.
Além disso, esse procedimento deve ser feito antes do início dos trabalhos de aplicação de defensivos na lavoura.
Por isso, é fundamental que o produtor faça o monitoramento de pragas, organize seu cronograma de trabalho e certifique-se de agendar a regulação e calibragem do pulverizador antes de colocar as máquinas em campo.
Leia também: Controle de Pragas na lavoura e a qualidade da pulverização
Além de otimizar a deposição de defensivos no alvo desejado, o produtor que investe na calibração correta dos pulverizadores obtém os seguintes benefícios:
Leia mais: Entenda como fazer a regulagem de plantadeira de grãos
Existem várias metodologias que podem ser utilizadas para fazer a calibração do pulverizador.
Uma dessas metodologias foi desenvolvida pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) e é composta por 7 passos.
Confira esse passo a passo abaixo.
O grau de deposição das gotas de defensivo pulverizadas é influenciado pela vazão do bico e pela pressão de trabalho, que devem ser testados com diferentes velocidades de aplicação.
Dessa forma, o produtor vai descobrir qual o grau de deposição necessário para que a cobertura pulverizada dê o resultado esperado.
Para isso, é necessário fazer alguns testes adicionando um corante na calda de pulverização, como o azul de toluidina ou azul mercúrio de bromofenol.
Em seguida, basta aplicar a solução nas folhas das plantas ou em alvos artificiais de papel comum, distribuídos em diferentes regiões da planta, de preferência onde as pragas e doenças são registrados.
Depois disso, é hora de observar. Como o corante modifica a aparência da folha, ele também indica qual o nível de aplicação é necessário para que a planta absorva o produto e fique protegida.
Vale lembrar que não é necessário molhar as folhas até alcançar o ponto de escorrimento, já que isso promove o desperdício.
O próximo passo é avaliar a vazão dos pulverizadores. Isso pode ser feito de duas formas: por meio do método direto ou indireto.
No método direto, basta pulverizar a lavoura ou um espaço aberto durante um minuto e coletar o líquido pulverizado nesse período.
Depois disso, é só medir esse líquido com um recipiente volumétrico de precisão, como provetas.
Como esses recipientes geralmente são caros, o agricultor pode usar o método indireto. Neste método, é necessário adicionar um volume de calda dentro do tanque do pulverizador.
Em seguida, o equipamento deve ser ligado e o líquido deve ser pulverizado até o final. Enquanto isso, o tempo utilizado nessa operação deve ser cronometrado.
Aplicação de pulverização em citros.
Como o pulverizador deve se deslocar ao longo da lavoura, sua velocidade também influencia na aplicação do defensivo. Por isso, ela também deve ser considerada durante a calibração.
Para avaliar esse parâmetro, basta fazer um teste. Leve o trator com o pulverizador para uma área aberta e percorra uma distância de 50 metros numa velocidade constante.
O ideal é que esse percurso seja demarcado com antecedência para evitar erros.
O produtor deve cronometrar o tempo necessário para que o trator percorra esse trecho. Depois disso, é só aplicar o valor encontrado na seguinte fórmula:
Velocidade de deslocamento (m/s) = 50/ tempo (segundos)
Para transformar o resultado em minutos, basta multiplicar esse valor por 60. Assim, a velocidade será expressa em metros/minuto.
Primeiro, é necessário calcular o número de passadas que o pulverizador deve fazer. Considerando 1 ha como um quadrado de 100 m de lateral, o número de passadas pode ser encontrado a partir da seguinte equação:
Número de passadas = 100/faixa de aplicação do pulverizador (metros)
Depois disso, o valor encontrado é utilizado para calcular a distância percorrida para pulverizar 1 hectare por meio da seguinte fórmula:
Distância percorrida (m/ha) = Número de passadas x 100
O cálculo do tempo necessário para pulverizar um hectare depende da distância percorrida e da velocidade de aplicação calculadas anteriormente. Basta utilizar esses valores na seguinte fórmula:
Tempo de aplicação (minutos/ha) = distância percorrida/ velocidade de aplicação
Nesse caso, o cálculo do volume de calda depende dos dados de vazão do pulverizador e do tempo de aplicação encontrados anteriormente. Após encontrar esses valores, basta aplicá-los na seguinte fórmula:
Volume de calda (litros/ha) = Vazão do Pulverizador X Tempo de Pulverização
Por fim, é necessário encontrar o valor do volume da calda por hectare, calculado anteriormente, e definir a taxa de aplicação desejada.
Além disso, é fundamental conferir a recomendação de dosagem fornecida na embalagem do defensivo. Em seguida, é só aplicar esses dados na seguinte equação:
Volume de defensivo (L) = (Dose por hectare/ Volume de calda) x Taxa de aplicação desejada
Para tornar o processo de calibração mais fácil, hoje em dia, o produtor já pode utilizar aplicativos e softwares que auxiliam em todas as etapas de uso do pulverizador.
Além disso, é importante que o produtor invista em recursos da Agricultura de Precisão e da Agricultura Digital para garantir que a aplicação de defensivos agrícolas seja feita com eficiência.
Com a Climate FieldView™, plataforma digital da Bayer, por exemplo, o agricultor consegue registrar todas as aplicações, gerar mapas de pulverizações e obter outros dados relevantes para aumentar a eficácia desse processo.
Assim, é possível evitar falhas, melhorar a escolha dos defensivos e tornar as aplicações ainda mais eficientes. Acesse o site para conferir os detalhes de como essa solução pode ajudar na sua lavoura!