O aumento do custo dos fertilizantes é resultado de um conjunto de fatores que tem afetado todos os países produtores de alimentos.
Além da pandemia da Covid-19, outros motivos estão por trás da escalada de preços destes insumos, como o aumento da demanda mundial, a Guerra na Ucrânia e a falta de investimentos em aumentar a produção nacional.
Esse cenário de preços elevados deve se manter ao longo de 2022. Sendo assim, o produtor precisa buscar alternativas para otimizar o uso de fertilizantes e, consequentemente, reduzir os gastos com este insumo.
Além de boas práticas, pode-se usar plataformas de agricultura digital, que permitem aplicações com precisão, assegurando a nutrição da lavoura e a rentabilidade do negócio, mesmo com a alta dos preços dos fertilizantes.
Boa leitura!
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Por ser considerado um insumo indispensável para a produção agrícola, o aumento do custo dos fertilizantes tem impactado de forma significativa o controle financeiro da fazenda.
E além de enfrentar o aumento do custo operacional da lavoura, os agricultores ainda sofrem com a redução da margem de lucro.
Nesse cenário, as plataformas de agricultura digital têm chamado a atenção por ajudar o produtor a otimizar a aplicação de fertilizantes, reduzindo os custos de produção.
Mas antes de entender como a tecnologia pode ajudar o produtor nesse momento de crise, é importante lembrar o que está provocando a alta no preço dos insumos agrícolas. Acompanhe abaixo!
O aumento do custo dos fertilizantes não é provocado por um motivo isolado.
Na verdade, ele é resultado de um conjunto de fatores que impactou todo o setor de produção e distribuição de insumos agrícolas, como a pandemia, a guerra na Ucrânia e a crise energética global.
Entenda o que há por trás de cada um desses fatores abaixo:
O aumento dos preços dos fertilizantes começou a ser registrado no início da pandemia da Covid-19.
No início de 2020 existiam poucas informações sobre a doença, que se espalhou rapidamente pelo mundo e provocou milhares de mortes num curto espaço de tempo.
Em função disso, muitas empresas e fábricas tiveram que fechar as portas ou adotar regimes de trabalho diferenciados para proteger seus colaboradores e cumprir as regras sanitárias vigentes.
Essas mudanças - que impactaram o estilo de vida, o padrão de consumo e o trabalho de milhares de pessoas - afetou diversos setores, incluindo a indústria e o comércio de fertilizantes.
Como consequência, esse segmento também sofreu com a queda significativa da oferta desse insumo no mercado.
E já que a lei da oferta e da demanda dita os preços dos produtos, a redução do volume de fertilizante disponível provocou o aumento do seu preço.
O problema é que, mesmo após o pior momento da pandemia já ter passado - ao que tudo indica -, a produção e o transporte de fertilizantes ao redor do mundo ainda precisam ser normalizados, o que não tem acontecido.
A política de Covid Zero adotada pela China, por exemplo, provocou o fechamento dos portos chineses no início de 2022. E vale lembrar que o país asiático é um grande produtor mundial de insumos agrícolas.
Este fechamento de portos causou problemas na logística de abastecimento dos navios e atraso no transporte de diversos materiais, incluindo de fertilizantes.
E esse é apenas um dos fatores que têm contribuído para o aumento do custo dos fertilizantes nessa fase de abrandamento da pandemia, como você vai entender abaixo.
Apesar da alta demanda de consumo por alimentos, produtos e serviços, a retomada econômica tem sido prejudicada pela chamada crise energética, que surgiu em função de vários fatores.
O primeiro deles é a redução na produção de petróleo em 2020 por conta da queda da demanda por combustíveis provocada pela pandemia.
Outro fator foi a mudança da matriz energética pela qual passam alguns países, como a própria China. O problema é que as novas fontes de energia não têm sido suficientes para atender às demandas globais.
Nesse cenário de alta do petróleo e problemas de abastecimento, vários países decidiram adotar o gás natural como fonte de energia, provocando um aumento significativo no preço do gás.
E é aqui que começa o impacto no preço dos fertilizantes.
Como a produção de vários fertilizantes à base de nitrogênio exige o uso de um grande volume de gás natural, o preço desse insumo também aumentou.
Dutos usados para o escoamento de gás natural: esta fonte energética é base para a produção de fertilizantes à base de nitrogênio
Para complicar ainda mais o cenário de produção e distribuição de fertilizantes no mundo, surgiu um problema ainda mais grave: a guerra entre a Rússia e a Ucrânia.
Apesar do conflito ser recente, a guerra já impactou significativamente toda a cadeia produtiva mundial de insumos. Afinal, a Rússia é um dos principais produtores de fósforo e potássio, entre outros nutrientes minerais utilizados na produção de fertilizantes.
O problema é que, em função da guerra, a Rússia sofreu vários embargos econômicos que dificultam a comercialização de seus produtos para diversos países.
Além disso, com o avanço do conflito, os próprios russos suspenderam as exportações de insumos agrícolas para abastecer o mercado interno.
Vale lembrar que a Rússia é o segundo maior produtor de gás natural do planeta e era seu principal exportador até antes da guerra.
Como a produção de fertilizantes nitrogenados depende de gás natural, a fabricação desse nutriente também foi afetada.
No caso dos fertilizantes fosfatados, o problema não foi a crise energética, mas as restrições socioeconômicas motivadas por questões políticas.
O problema se iniciou quando os americanos começaram a taxar os fertilizantes fosfatados produzidos pelo Marrocos, um dos principais fornecedores do mundo.
Por conta disso, os próprios produtores americanos tiveram que procurar outros países fornecedores, provocando o aumento no preço dos fertilizantes fosfatados no mercado global.
Outra questão política que afetou o preço dos insumos foi o conjunto de medidas restritivas aplicadas pela União Europeia à Bielorrússia - país aliado da Rússia, no conflito deste país com a Ucrânia.
Dentre as medidas estão a venda, a transferência ou a exportação de produtos.
Como a Bielorrússia é o segundo maior produtor mundial de cloreto de potássio, as restrições afetam o preço médio do MAP (fosfato monoamônico), matéria-prima utilizada na produção de vários fertilizantes.
Diante desse cenário, a China decidiu limitar a exportação de fertilizantes para garantir o abastecimento de seu mercado interno.
Como resultado desse conjunto de fatores, as exportações globais de fertilizantes foram prejudicadas, causando o aumento do preço dos insumos.
O resultado desses problemas foi o desabastecimento global de fertilizantes, com a menor disponibilidade desses insumos no mercado, gerando uma crise que afeta diversos países e ameaça a produção mundial de alimentos.
E o Brasil é um dos grandes impactados por este problema, já que o país é o quarto maior consumidor de fertilizantes do mundo.
O mercado brasileiro importa cerca de 85% dos fertilizantes que consome, sendo que, desse total, 23% são oriundos da Rússia, que agora está em guerra.
Para se ter uma ideia, quase 80% dos fertilizantes NPK (Nitrogênio, Fósforo e Potássio) utilizados nas lavouras brasileiras são importados.
No Brasil, faltam políticas públicas que reduzam essa dependência do mercado externo, o que cria um problema crônico para os agricultores nacionais, que ficam propensos às turbulências do mercado global de insumos.
De acordo com José Augusto de Castro, presidente da Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB), os preços de adubos e fertilizantes devem continuar sendo pressionados ao longo de 2022.
Além disso, não há perspectivas de normalização do mercado mundial desses insumos enquanto a guerra entre Rússia e Ucrânia estiver acontecendo.
Esse cenário, composto por vários fatores, tende a impactar os custos de produção da próxima safra, podendo continuar influenciando a rentabilidade dos agricultores brasileiros.
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Oficialmente, o problema da falta de fertilizantes não atingiu o mercado brasileiro, mas os produtores chegaram a relatar, no primeiro semestre de 2022, dificuldades para encontrar os insumos que precisam.
E especialistas têm alertado para o risco de desabastecimento no caso do prolongamento da Guerra na Ucrânia e da continuidade dos problemas enfrentados pela China.
Para piorar, o produtor está enfrentando o aumento das ocorrências de roubo de cargas de fertilizantes e dos casos de insumos agrícolas falsificados, o que exige atenção redobrada quanto à procedência do produto adquirido.
A Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), em parceria com o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), até criou um documento para os produtores com orientações sobre como comprar fertilizantes de qualidade.
Diante de tantos desafios, o agricultor brasileiro é obrigado a buscar alternativas para fugir da crise. E uma das formas mais eficientes para lidar com esse problema é contar com o apoio da tecnologia.
De acordo com Sergio De Zen, diretor de Política Agrícola e Informações da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), o cenário atual de preço e risco de falta de insumos exige que o produtor aprenda a utilizar melhor os fertilizantes.
Para isso, além de fazer aplicações mais precisas, o agricultor também deve investir na análise do solo e de outros parâmetros da lavoura.
Assim, os fertilizantes podem ser usados de forma mais inteligente, apenas nos locais em que a aplicação é indicada e na quantidade ideal.
Nesse contexto, o produtor pode usar plataformas de agricultura digital, como a Climate FieldViewTM, da Bayer, que são capazes de analisar e processar dados agrícolas, gerando prescrições para aplicação de fertilizantes.
Boa pedida é utilizar a funcionalidade de Prescrições de Fertilizantes, do FieldViewTM, que permite ao produtor fazer uma aplicação personalizada deste insumo, segundo as necessidades nutricionais da lavoura.
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Essa funcionalidade gera um mapa de prescrições de fertilizantes, que orienta o produtor a aplicar insumos apenas onde é necessário e na quantidade certa, de acordo com a variabilidade de cada região do talhão.
Portanto, usar essa ferramenta digital permite uma aplicação de fertilizantes eficiente e sem desperdício, possibilitando um negócio mais sustentável e produtivo.
Diante disso, se a sua fazenda ainda não usa a agricultura digital, esse período de alta dos preços dos fertilizantes pode ser a hora certa para fazer esse investimento.
Agora, mais do que nunca, a aplicação precisa de insumos é primordial.
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