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Até 2050, a humanidade deve alcançar quase 10 bilhões de pessoas. O crescimento da população mundial exige o aumento da produção de alimentos, produzidos cada vez mais em sintonia com o uso sustentável dos recursos ambientais.
Uma das principais formas de se garantir a sustentabilidade no agro é adotar diferentes tecnologias e manejos inovadores, visando melhorar a eficiência da utilização de insumos, minimizando a sua aplicação e evitando desperdícios.
Num contexto em que a agricultura 4.0 tem papel cada vez mais importante no campo, inúmeras tecnologias e práticas podem ser aliadas do produtor neste desafio de produzir alimentos com sustentabilidade.
Dentre essas tecnologias sustentáveis, podemos destacar a Inteligência Artificial, a Internet das Coisas, o Big Data, os drones e sensores, os softwares de agricultura digital, os sistemas que melhoram a captação e uso da água, os sistemas de reciclagem, o uso de fontes limpas e renováveis de energia, dentre outras.
Boa leitura!
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A aplicação de tecnologias sustentáveis na agricultura deixou de ser apenas um projeto do universo das ideias e criou raízes na realidade. E o motivo para isso é simples: é uma necessidade do planeta!
Mas como aumentar a produtividade e alimentar uma população mundial crescente sem esgotar os recursos ambientais disponíveis no planeta? Esta pergunta tem impulsionado governos, empresas de equipamentos e tecnologias, e agricultores a investirem, cada vez mais, em tecnologias na agricultura.
A melhor parte é que essas tecnologias não só garantem uma produção mais sustentável, como ainda aumentam a produtividade no campo. Confira!
+ LEIA: Digitalização do campo como caminho da agricultura sustentável
De acordo com a FAO, o conceito de desenvolvimento sustentável se baseia no seguinte tripé: meio ambiente, economia e sociedade.
Por isso, quando se fala em tecnologias sustentáveis na agricultura, o objetivo é permitir que o agricultor utilize essas ferramentas para otimizar o uso dos recursos naturais e, ao mesmo tempo, melhorar a sua produtividade.
Por esse motivo, um dos objetivos da chamada Agricultura 4.0 é oferecer inovações tecnológicas e melhores práticas agrícolas que possibilitem:
Como pode-se perceber nos benefícios elencados acima, as diferentes tecnologias da agricultura moderna permitem ao produtor exercer a atividade agrícola com responsabilidade social e ambiental, sem abrir mão do retorno econômico.
Ao equilibrar estas três esferas, é possível assegurar:
Mas como o agricultor pode equilibrar a sua atividade sobre o tripé da sustentabilidade? Para se tornar mais sustentável, os produtores podem utilizar um conjunto de tecnologias avançadas para obter uma produção bem mais eficiente.
Uma das possibilidades que mais ganham espaço no agro brasileiro é a adoção da agricultura digital. Por meio de softwares e algoritmos avançados, o agricultor utiliza da ciência de dados para tomar decisões mais assertivas na rotina do campo.
Por utilizar as tecnologias digitais, o agricultor pode, por exemplo, reduzir o consumo de água, de fertilizantes e defensivos, ao aplicar a quantidade ideal de insumos na área, oferecendo apenas o que cada talhão necessita.
É um tratamento sob medida que cada planta vai receber, e ela vai responder a esse manejo customizado com maior produtividade.
Este é apenas um exemplo que evidencia o quanto as tecnologias disponíveis hoje no campo podem tornar mais fácil o desafio de usar com maior assertividade os recursos naturais e, ao mesmo tempo, melhorar a produção agrícola.
O primeiro passo para entender quais são as tecnologias sustentáveis na agricultura que podem promover esse conceito na fazenda é conhecer as diferentes alternativas que existem. Ainda mais com o advento da Agricultura 4.0, que abre um leque de possibilidades.
Assim, será mais fácil decidir qual tecnologia ou manejo diferenciado deve ser implementado na lavoura. Mas quais tecnologias podem ajudar o produtor?
Na agricultura 4.0, já existem muitas tecnologias sustentáveis que prometem transformar não só a agricultura, mas outros setores da economia. As inovações fazem parte de um processo que começou nas últimas décadas.
Dentro desta ótica da sustentabilidade na agricultura, um dos primeiros avanços foi a agricultura de precisão, que levou para o campo o uso do GPS e de sensores.
Nos últimos anos, diferentes ferramentas da agricultura digital também tornaram-se realidade, permitindo ao produtor tomar decisões mais assertivas na condução da fazenda a partir da análise dos dados gerados na lavoura, além de obter maior conectividade entre máquinas e precisão nas operações.
Dentre as diferentes tecnologias digitais que tendem a, cada vez mais, conquistar espaço no agronegócio, permitindo maior produtividade, uso mais eficiente de insumos, menor impacto ambiental, redução de custos e aumento da rentabilidade, podemos citar:
Outra área que cresce a passos largos é o segmento softwares para a agricultura. Hoje uma infinidade de aplicações são disponibilizadas pelas empresas que atuam nesse mercado, apoiando o agricultor em diferentes momentos da safra.
No mercado agrícola, o produtor já conta com diferentes softwares que permitem realizar práticas sustentáveis no manejo e potencializar os resultados da lavoura, como a plataforma de agricultura digital Climate FieldViewTM, da Bayer.
Mas como um software pode ajudar na implementação de um modelo de agricultura mais sustentável?
Para exemplificar, pode-se mencionar a funcionalidade de Prescrições de Sementes, Defensivos e Fertilizantes, pela qual o produtor tem condições de entender melhor as diferentes demandas do campo e definir o tipo certo e a quantidade ideal de sementes, fertilizantes e defensivos para cada ponto da fazenda.
Uma estratégia que evita desperdício de insumos, reduz custos e aumenta a eficiência da operação, além de permitir o aumento da produtividade e da rentabilidade, já que cada planta do talhão receberá a quantidade ideal de insumos que precisa para desenvolver o máximo de seu potencial produtivo.
+ LEIA MAIS: O agronegócio no Brasil: onde chegamos e o que podemos esperar?
A atividade agrícola é grande consumidora de energia. Por exemplo, uma fazenda, para realizar suas operações, utiliza grande volume de óleo diesel para abastecer as máquinas. Também pode precisar de muita eletricidade para funcionar o sistema de irrigação da lavoura.
Dentre as diferentes fontes de energia renovável que têm sido viabilizadas no país, o produtor pode implantar na fazenda sistemas de energia solar ou de biogás, por exemplo, que lhe permitirão produzir energia limpa que atenderá a sua demanda.
São investimentos de baixo impacto ambiental e que se pagam em curto espaço de tempo.
Além disso, o agricultor pode priorizar a utilização de combustíveis de origem renovável para abastecer a sua frota, como biodiesel e etanol - fora a tendência de crescimento dos veículos elétricos no país, que poderá se tornar realidade também no campo.
Placas de captação de energia solar fotovoltaica são utilizadas para eletrificar a bomba do poço artesiano da fazenda
Governos e empresas devem criar, cada vez mais, ações para reduzir a produção de lixo, e sistemas de reciclagem e reutilização de diferentes materiais. Assim, além de gerar uma economia significativa, estas práticas impedem que os produtos descartados contaminem o solo e os lençóis freáticos.
Esta preocupação já faz parte do DNA do setor agrícola. Com a reciclagem agrícola, o agricultor reutiliza no solo os nutrientes e a matéria orgânica dos resíduos e seus subprodutos para nutrir a lavoura. Assim, a reciclagem reduz os custos com fertilizantes e ameniza o problema do destino que é dado aos resíduos.
Além disso, no Brasil o setor também é exemplo na correta destinação de embalagens de defensivos agrícolas.
Considerando a grande capacidade do setor agrícola de sequestrar carbono da atmosfera, a atividade pode, de maneira significativa, contribuir para que o Brasil cumpra a proposta que apresentou em 2019, na 15ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP-15): reduzir, voluntariamente, a emissão de gases de efeito estufa (GEE), entre 36% e 39% até 2020.
Em sintonia com este desafio, o setor agrícola tende, cada vez mais, a adotar políticas e tecnologias que permitam a geração de créditos de carbono para a recuperação de áreas degradadas.
Para contribuir com este processo, Bayer lançou, em julho de 2020, um programa piloto, voltado inicialmente ao Brasil e aos Estados Unidos, chamado Iniciativa Carbono Bayer.
O projeto visa oferecer recompensas para os agricultores que adotarem práticas de sequestro de carbono.
Ao participar deste programa, o produtor rural utiliza da plataforma de agricultura digital da Bayer, a Climate FieldViewTM, para fazer medições e implementar e acompanhar o projeto na sua lavoura.
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Quando se fala em práticas de sustentabilidade ambiental no campo, um dos grandes desafios do agro é a melhor gestão da água.
Com climas instáveis e períodos cada vez maiores de escassez hídrica, a adoção de algumas práticas e de inovações tecnológicas tende a ser mandatória, como:
Esse sistema utiliza um conjunto de técnicas que permite a realização de atividades agrícolas e pecuárias de forma integrada na mesma área, utilizando um modelo de rotação ou sucessão agrícola.
De acordo com a Embrapa, o ILP reduz os processos de degradação ambiental, otimiza o uso dos recursos ambientais e ainda aumenta a lucratividade do agricultor.
O agronegócio brasileiro é marcado pela inovação. E foi justamente o investimento constante em ciência e tecnologia que lançou o Brasil a um local de destaque no mercado internacional quando o tema é agricultura.
De acordo com a Embrapa, entre 1977 e 2017, a produção agrícola aumentou 5 vezes, enquanto a área plantada cresceu apenas 60%. Ou seja, o Brasil elevou exponencialmente a produção de alimentos, ao mesmo tempo em que o uso de insumos utilizados para isso, como área plantada e água, cresceram numa proporção muito menor.
Isso mostra que as tecnologias sustentáveis na agricultura otimizam a aplicação dos recursos e aumentam a produtividade. Uma jornada que já tem sido percorrida pela agricultura brasileira há algumas décadas