Após acompanhar de perto as operações com as ferramentas digitais, produtor teve condições de corrigir erros de manejo e homogeneizar a produtividade dos talhões da fazenda.
Colheita de soja (foto: Divulgação)
No interior de Tocantins e no Oeste da Bahia (região conhecida como LEM em referência à cidade de Luis Eduardo Magalhães), a produção agrícola se desenvolve a passos largos. Esse desempenho se deve, em boa medida, à incorporação de tecnologias de ponta pelos agricultores.
Uma das referências em inovação agrícola na região é o Grupo Atlântida. Pertencente à família Carassa & Guanaes, o Grupo tem propriedades nos dois estados e que somam mais de 25 mil hectares economicamente ativos, destinados principalmente à produção de soja, milho, algodão, feijão, pecuária e piscicultura.
A adoção de novas tecnologias pelo Grupo, como ferramentas de controle financeiro e de custos de produção, agricultura de precisão e agricultura digital, tem permitido homogeneizar a produtividade das áreas destinadas à agricultura e elevar a rentabilidade do negócio ano após ano.
E um dos responsáveis pela modernização das operações nas fazendas do Grupo Atlantida é João Vitor Guanaes Carassa, gestor de produção da Fazenda Atlântida, que é da quarta geração da parte da família envolvida com agricultura.
“Em 2019 voltei a viver na fazenda. Aproveitei para trazer uma outra maneira de olhar para o campo. Se antes muita coisa era feita com base na experiência, passamos a basear nossas decisões em dados”, afirma João Vitor.
Mas João Vitor não participou sozinho desse processo de mudança da gestão da lavoura. Ele acompanhou a montagem de uma área para gerir a agricultura digital no Grupo: o setor de Telemetrias e Tecnologias.
“Desde então, nunca teve um ano em que colhemos menos do que no ano anterior. Fruto de um trabalho de ‘formiguinha’, porque a cada ano fazemos um ajuste ou outro a partir dos mapas e dos relatórios que as ferramentas digitais nos oferecem”, pontua o sucessor da família Guanaes & Carassa.
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Melhorar produtividade nos talhões exige tecnologia e paciência
O novo setor começou fazendo alguns testes, mas decolou mesmo em 2020, logo após o Grupo Atlântida passar a contar com as soluções do FieldView.
A cada safra, ele utiliza as funcionalidades do FieldView para aperfeiçoar o desempenho de cada talhão das fazendas do Grupo. “Com base nos dados, fizemos ajustes no plantio, na análise de solo, nas adubações, nas aplicações e até na colheita”, explica João Vitor.
É um trabalho cuidadoso, que parte dos dados gerados pela plataforma nas diferentes operações, que são analisados criteriosamente pelo time de Telemetrias e Tecnologias.
“E assim conseguimos melhorar nossas práticas e, consequentemente, elevar a produtividade em cada região dos nossos talhões. Isso exige paciência, não acontece do dia pra noite, mas temos colhido bons resultados a cada safra”, salienta.
Como exemplo, João Vitor mostra um talhão de 315 hectares de uma das fazendas do Grupo, situada em Dianópolis (TO), onde a produtividade média da soja aumentou praticamente 40%, saindo de 51 sacas/ha, em 2022, para até 71 sacas/ha, em 2024. “É aqui onde busco desenvolver meus projetos com agricultura digital. Quando consigo bons resultados, levo para as nossas outras propriedades.”
A comparação entre os Mapas de Produtividade de 2022 e 2024 mostra que houve crescimento de quase 40% de produção em dois anos em um talhão de 315 ha, situado na divisa entre os estados de Tocantins e Bahia.
Imagens de satélite aumentam a capacidade de monitoramento da lavoura
“Enxergar” as especificidades e demandas de cada região da lavoura é um dos segredos para os bons resultados obtidos nas lavouras do Grupo Atlântida. Isso porque, em um mesmo talhão, existe grande oscilação de fertilidade, ou ainda variabilidade na ocorrência de pragas e doenças, por exemplo.
Como o objetivo é sempre elevar a produtividade das áreas de modo homogêneo, ter em mãos dados específicos de cada ponto do talhão é fundamental para que se tome as melhores decisões de manejo. O desafio é aumentar a produtividade como um todo, sempre tendo como referência a performance da região mais produtiva da área.
Para isso, uma das ferramentas digitais que mais João Vitor utiliza no dia a dia são as imagens de NDVI (Índice de Vegetação por Diferença Normalizada) oferecidas pelo Diagnóstico FieldView. “São imagens tiradas por satélite que aumentam nossa capacidade de monitoramento da cultura, servindo de base para fazermos diferentes análises e, aos poucos, melhorarmos tudo o que fazemos no talhão.”
Confira alguns exemplos de uso das ferramentas digitais no Grupo Atlântida
- Otimizar o monitoramento da lavoura com o NDVI do plantio à colheita
Assim que realiza o plantio da soja, devidamente mapeado com o FieldView, ele acompanha o crescimento do estande com o apoio das imagens de satélite da plataforma. “Isso me permite identificar falhas, verificar a necessidade de replantio, me ajuda analisar se a velocidade da plantadeira foi adequada, entre outros insights.”
Com as imagens de NDVI, ele consegue acompanhar toda fase de crescimento da soja, utilizando mapas de alta precisão que são gerados a partir das imagens de satélite.
“Antes, eu precisava esperar os 120 dias do ciclo da soja para fazer a colheita e, apenas aí, verificar as áreas com maior ou menor produção. Apenas depois que iria tentar entender o que aconteceu onde houve queda de produção. Mas com o NDVI, consigo acompanhar o desenvolvimento desde o plantio e antecipar decisões”, reforça o produtor.
Isso facilita detectar regiões com problemas no desenvolvimento vegetativo que, no momento da colheita, podem ter reflexo na produtividade do talhão.
Desta forma, o produtor pode enviar uma equipe até o local exato que apresenta anormalidade nos mapas, o que pode ser indicativo, por exemplo, da ocorrência de pragas, daninhas e doenças, ou de déficit nutricional, compactação do solo e geada. Assim, é possível tomar medidas com rapidez quando for possível, como fazer uma aplicação localizada de defensivos.
A partir do Mapa de Produtividade de 2022, produtor aperfeiçoou o manejo na área para as safras seguintes. Importante ferramenta foram as imagens de Monitoramento do Diagnóstico FieldView.
No talhão, o Grupo Atlântida intercala anualmente o plantio de soja e algodão. Ao comparar os mapas de Diagnóstico, é visível o melhor desenvolvimento vegetativo da cultura algodoeira em 2025 em relação a dois anos antes. É o trabalho de “formiguinha” melhorando a fertilidade da área.
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Avaliar a assertividade da prescrição de sementes usando NDVI e Mapa de Produtividade
João Vitor utiliza as imagens de NDVI de uma safra para embasar os mapas da ferramenta Prescrição de Sementes FieldView no plantio da safra seguinte, além de usar também outras informações, como dados históricos de cada área e análise de solo.
“Faço as prescrições, executo o plantio com taxa variável e depois consigo acompanhar o sucesso da prescrição com as próprias imagens do Diagnóstico FieldView e também no resultado da colheita”, explica.
Segundo ele, fazer a prescrição de sementes e depois realizar o plantio em taxa variável melhorou muito os resultados da fazenda. “A qualidade do nosso plantio mudou da água para o vinho com a ferramenta de prescrições. É perceptível o aumento do padrão de produção dos talhões ano após ano.” No Grupo, maior parte do plantio é feito em taxa variável.
“E vamos continuar elevando nossos resultados, porque a prescrição do plantio em um talhão pode ser melhorada a cada safra. Eu tinha área que colhia 50 scs/ha, onde hoje colho mais de 60 scs/ha e acredito que vamos continuar aumentando esse patamar”, acrescenta.
Mapa de Prescrição de Sementes FieldView.
Com o uso da ferramenta de Prescrição de Sementes e o plantio em taxa variável, é perceptível o aumento do padrão de produção dos talhões do Grupo Atlântida ano após ano.
- Identificar a necessidade de construir curvas de nível
Foi graças ao monitoramento que realiza durante a fase de desenvolvimento da lavoura que João Vitor identificou uma área com acentuado grau de compactação do solo.
“Aqui na fazenda costumamos fazer a descompactação de 100% das áreas a cada dois anos. Mas ao analisar as imagens de NDVI de um dos nossos talhões, percebi uma grande área vermelha no meio do talhão. Fomos até o local, em que passava antigamente uma estrada, e percebemos que havia escorrimento de água da chuva. Ali o solo estava compactado, bem antes de completar dois anos, o que trouxe reflexo no desenvolvimento da cultura.”
Para resolver o problema, rapidamente o Grupo instalou na área uma curva de nível. “Com essa iniciativa, melhoramos demais a produtividade na área afetada pela compactação do solo, conseguindo homogeneizar a produtividade em todo o talhão”, explica.
A análise dos mapas de NDVI ajudou a identificar área compactada e a necessidade de instalação de curva de nível no local; depois que o problema foi resolvido, o Mapa de Monitoramento mostra que a região teve boa produtividade de soja.
- Agricultura digital facilita o implemento e o acompanhamento de áreas de teste
A cada safra, o Grupo Atlântida utiliza as ferramentas digitais para implantar e acompanhar inúmeros testes nas diferentes propriedades do Grupo, como de variedades e híbridos, de culturas de cobertura, de defensivos e de adubação.
“Com os dados armazenados durante o ciclo em cada lote da fazenda, consigo saber, por exemplo, qual é a cultura de cobertura plantada na safrinha que deixa mais residual, qual fixa mais nutrientes, qual tem maior poder de descompactação”, diz.
Para fazer esses testes, ele parcela uma área em duas partes: em uma planta nabo forrageiro e na outra, mileto, por exemplo. Depois, quando chega a safra, implanta soja ou algodão nestas mesmas parcelas, coletando todos os dados de plantio, monitoramento, pulverização e colheita com a agricultura digital.
Com os dados de produtividade em mãos, João Vitor compara as informações, identificando qual cultura de cobertura contribuiu mais para a produção de soja ou de algodão nas duas áreas, podendo ser plantada em área total na próxima safrinha.
No Grupo, a agricultura digital tem a mesma importância na realização de teste de variedades. “Com o apoio da plataforma digital, faço o plantio na área de diferentes materiais e da variedade padrão. Depois, monitoro o desenvolvimento e faço a colheita com o FieldView.”
Desta forma, João Vitor consegue usar mapas e relatórios para comparar com simplicidade a produtividade de cada variedade plantada na área de testes.
“As tecnologias digitais melhoraram muito a nossa vida. Antes tínhamos o maior trabalho na realização de testes, precisava fazer a colheita separadamente. Às vezes, percebíamos que as operações não tinham sido feitas no mesmo alinhamento e isso complicava todo o ensaio. Hoje consigo acompanhar e enxergar os resultados dos meus testes com facilidade, podendo levar minhas conclusões para a área total rapidamente”, explica.
Fazenda Atlântida usa a agricultura digital para fazer testes de materiais, plantando diferentes variedades uma ao lado da outra no mesmo lote; depois de mapear a colheita com a plataforma, gera um relatório de Análise de Produtividade, que permite entender quais são os materiais com maior e menor desempenho no talhão.
Assim como nos talhões com soja, a agricultura digital é fundamental na gestão das áreas com algodão no Grupo Atlântida.
A jornada digital possibilita ganhos gradativos para o negócio
Quando a safra começa, João Vitor tem uma obsessão: ver a cor verde ocupando cada vez mais o lugar da cor vermelha nos mapas de produtividade dos talhões.
“Isso é indicativo de que estamos produzindo mais, de que estamos homogeneizando os resultados das áreas e de que nosso esforço contínuo em aperfeiçoar nossos manejos está sendo bem-sucedido”, salienta.
Segundo João Vitor, o uso contínuo e bem planejado da agricultura digital tem levado o Grupo Atlântida a elevar a rentabilidade e a incrementar valor ao negócio. “Os ganhos são gradativos desde que iniciamos nossa jornada digital, há pouco mais de seis anos. E cada ano que passa geramos mais dados e conhecemos mais nossas lavouras”, conclui. [Colaboração: Vinícius Barreto – promotor FieldView de LEM]

Família Carassa & Guanaes.
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