O manejo integrado de pragas é uma abordagem que combina diversas técnicas de prevenção e controle de infestações, visando proteger a lavoura e aumentar a rentabilidade do produtor.
Lagarta Helicoverpa - para o controle das pragas que atingem a soja, é necessária a aplicação eficiente de defensivos
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O Manejo Integrado de Pragas (MIP) é uma estratégia sustentável que combina diferentes métodos para controlar infestações nas lavouras. Ele se baseia em três princípios fundamentais: prevenção, monitoramento e controle (químico, biológico, mecânico e cultural, entre outros).
A combinação desses métodos de forma integrada torna o MIP uma estratégia eficiente, ajudando o produtor a reduzir custos, aumentar a produtividade e melhorar a rentabilidade da lavoura.
Para aplicar o MIP na fazenda, o agricultor deve analisar o agroecossistema, investir no monitoramento das pragas, compreender os níveis de controle e adotar as medidas de manejo necessárias.
Tecnologias como softwares de gestão agrícola potencializam os resultados do MIP, orientando o produtor a adotar as melhores práticas para produzir mais com menos recursos.
Boa leitura!
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O Manejo Integrado de Pragas (MIP) é uma estratégia que combina diferentes técnicas para prevenir e controlar infestações na lavoura.
Ela surgiu na década de 1970 como resposta aos problemas causados pelo uso excessivo de defensivos agrícolas, como a resistência das pragas e a contaminação dos recursos naturais.
Além de reduzir os gastos com defensivos, essa abordagem melhora a qualidade dos produtos agrícolas e diminui os impactos ambientais relacionados à atividade agrícola.
Por isso, o MIP é um aliado da agricultura sustentável. Para aproveitar as vantagens dessa estratégia, o produtor precisa entender como ela funciona.
Neste artigo, explicaremos os princípios do MIP, seus métodos de controle e como como ela pode ser aplicada de forma prática na lavoura.
Princípios do manejo integrado
Lagarta-do-cartucho (Spodoptera frugiperda) é uma praga do milho, que pode causar danos da emergência da cultura à formação das espigas
Os princípios do MIP são os pilares que sustentam e orientam as práticas adotadas nessa estratégia. Eles guiam o uso combinado de diferentes técnicas, com o objetivo de prevenir, monitorar e controlar as infestações nas plantações.
Conheça a seguir quais são esses princípios e por que eles são importantes:
Prevenção
Um dos pilares do MIP é a prevenção. Por isso, o produtor não deve esperar que os danos se manifestem para adotar medidas de controle.
Em vez disso, ele deve implementar práticas que minimizem as condições favoráveis à proliferação das pragas. Isso evita o surgimento de infestações, reduzindo a necessidade de intervenções posteriores.
Monitoramento
A identificação de infestações em estágios iniciais é fundamental para garantir um manejo eficiente de pragas. Essa detecção exige o monitoramento contínuo da lavoura. Assim, o produtor consegue identificar qual o momento ideal e como implementar as medidas de controle para conter o problema.
Controle
O princípio do controle envolve a integração de diferentes técnicas. Afinal, adotar uma técnica de manejo isolada não é suficiente para controlar as infestações, especialmente de espécies de pragas resistentes.
Por isso, a combinação de diferentes métodos é fundamental para proteger a lavoura e aumentar a produtividade.
Métodos de controle utilizados no MIP
Conforme explicado, o manejo integrado de pragas exige a integração de diferentes métodos de controle. Conheça cada um deles a seguir:
Controle químico
O controle químico consiste na aplicação de defensivos agrícolas ao longo do ciclo de cultivo. Embora seja eficiente, ele deve ser realizado com cuidado para evitar a seleção de pragas resistentes ao ingrediente ativo.
Para isso, é importante aplicar os produtos na lavoura com base nos dados de monitoramento, fazer a rotação de princípios ativos e aplicar apenas defensivos registrados no Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA).
Controle comportamental
Este método utiliza compostos ou atributos atrativos para confundir, repelir ou capturar as pragas de maneira direcionada. O objetivo é alterar o comportamento ou a fisiologia dos insetos, reduzindo suas populações.
Para isso, o produtor pode utilizar ferramentas como armadilhas para inseto, feromônios sintéticos e plantas iscas ou plantas repelentes para controlar o comportamento dos insetos e reduzir a infestação.
Controle biológico
O controle biológico de pragas utiliza inimigos naturais das pragas, como predadores, parasitoides e microrganismos, para regular as infestações de forma natural. Este método pode ser implementado de três formas:
- Natural: visa conservar e potencializar a ação dos inimigos naturais já presentes no agroecossistema;
- Aplicada: liberação massiva de inimigos naturais na lavoura;
- Clássica: indicada para o manejo de pragas exóticas, exigindo a introdução de seus inimigos importados da região de origem do inseto.
Controle mecânico
Este método de controle exige a adoção de técnicas de intervenção física para eliminar ou bloquear o acesso das pragas às culturas. Isso pode ser feito por meio da adoção de diferentes práticas, como a coleta manual de insetos e a criação de barreiras com telas, coberturas e armadilhas.
Controle varietal
O método varietal é uma estratégia preventiva que consiste no cultivo de variedades resistentes ou tolerantes a pragas-chave.
Essas variedades podem apresentar mecanismos naturais de defesa (como folhas mais espessas ou compostos repelentes) ou incorporar genes de resistência, como os cultivares com tecnologia BT.
Controle cultural
O controle cultural de pragas exige a adoção de uma série de práticas agrícolas sustentáveis.
O objetivo é reduzir as condições favoráveis ao desenvolvimento dos insetos, prevenindo infestações enquanto promove um agroecossistema mais equilibrado. Para isso, o produtor deve adotar técnicas como:
- Rotação de culturas;
- Destruição de restos culturais;
- Manejo de plantas daninhas;
- Adubação na medida certa;
- Irrigação inteligente.
Vantagens do MIP para o produtor rural
No MIP, a aplicação de defensivos precisa estar em sintonia com as outras práticas de manejo
Adotar o MIP oferece ao produtor diversas vantagens econômicas, operacionais e ambientais. Um dos principais benefícios dessa estratégia é a redução da aplicação de defensivos agrícolas.
Isso acontece porque o agricultor elimina aplicações desnecessárias desses produtos, que são utilizados apenas quando o monitoramento de pragas indica a necessidade desse tipo de intervenção. Além de aumentar a sustentabilidade da fazenda, isso gera economia para o produtor.
Uma pesquisa da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) revelou que produtores de soja do Mato Grosso do Sul economizaram em média R$ 125,00 por hectare ao seguir as recomendações do MIP.
Segundo o estudo, se essa estratégia fosse adotada em todas as lavouras de soja do Brasil, seria possível economizar até R$ 4 bilhões. Mas os benefícios financeiros podem ir além da simples redução de custos com insumos.
A aplicação estratégica de defensivos e a adoção de outros tipos de controle também cria condições favoráveis ao desenvolvimento das plantas, que tendem a apresentar melhor desenvolvimento e produtividade.
Como aplicar o MIP na prática
Manejo integrado de pragas é importante estratégia para o controle de pragas em soja
Para adotar o MIP na fazenda, o produtor precisa seguir pelo menos quatro etapas básicas. Confira o passo a passo a seguir:
1. Analise o agroecossistema
O primeiro passo é estudar o agrossistema da lavoura. Isso significa identificar as principais pragas que podem afetar a cultura e compreender seu ciclo de vida.
Essa análise ajuda a entender os hábitos dos insetos, suas preferências climáticas e o estágio de desenvolvimento das plantas em que causam mais danos.
2. Faça o monitoramento de pragas
Conforme explicado, o monitoramento constante é um dos pilares do MIP. Por isso, o produtor precisa utilizar ferramentas para acompanhar a densidade populacional dos insetos e avaliar seus danos.
Esse acompanhamento pode ser feito por métodos como amostragem de solo, uso de pano de batida, armadilhas e observação in loco. O ideal é combinar esses métodos com ferramentas de agricultura de precisão, que facilitam esse processo.
3. Siga os critérios de controle
Com base nas informações obtidas durante o monitoramento, o produtor deve avaliar a necessidade de aplicar técnicas de manejo mais incisivas. Essa avaliação é feita considerando três parâmetros de densidade populacional:
- Nível de Dano Econômico (NDE): indica a quantidade mínima de insetos capaz de causar prejuízos à lavoura;
- Nível de Controle (NC): define o momento em que a densidade populacional atinge um número que justifica a adoção de métodos de controle;
- Nível de Equilíbrio (NE): indica o ponto em que a população de pragas está equilibrada, sem causar danos à lavoura.
4. Adote as medidas necessárias
Caso o produtor perceba que a densidade populacional dos insetos na lavoura está próxima ou superior ao NC, ele precisa agir. Normalmente, isso significa investir na aplicação de defensivos, que podem ser combinados com o controle biológico de pragas.
Vale lembrar que a escolha do método de controle deve considerar vários fatores, como o tipo de praga, o estágio de desenvolvimento da lavoura, as condições climáticas e os custos envolvidos.
Para facilitar essa escolha e otimizar as práticas do MIP, o produtor pode utilizar soluções como o Climate FieldView™, a plataforma de agricultura digital da Bayer.
Essa ferramenta integra e processa dados de diversas fontes para gerar diferentes tipos de mapas digitais e garantir o monitoramento em tempo real da lavoura.
Com esses dados, o produtor pode identificar áreas da lavoura que podem estar infestadas por pragas e adotar as medidas necessárias para controlar o problema.
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