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ESG no Agronegócio: O Que É, Como Funciona e Quais os Impactos?

Escrito por Equipe FieldView™ | 16/09/2022 21:39:52

Além da questão ambiental proposta pelo ESG, empresários do setor agrícola precisam adotar estratégias que melhorem a governança e a responsabilidade social para se adaptarem às exigências do mercado.

ESG no Agro.

+ Sem tempo de ler o texto todo? Confira os principais destaques!

O ESG no agronegócio se refere às práticas e recomendações que devem ser adotadas pelo setor agrícola para tornar a produção mais sustentável, melhorar a gestão do negócio e aumentar a responsabilidade social dessa atividade econômica.

Dessa forma, os empresários do setor conseguem colocar em prática os três pilares que sustentam o conceito de ESG: ambiente, social e governança.

Alinhando a cadeia produtiva a esses pilares, os empresários podem obter certificações internacionais, acessar novos mercados, obter taxas de juros menores, entre outras vantagens.

Para isso, é necessário investir na digitalização do setor, adotar estratégias de governança, reduzir as emissões de carbono, entre outras estratégias necessárias para implementar a agenda ESG no agronegócio.

Boa leitura!

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As práticas do ESG estão em alta em função da crescente preocupação dos mercados internacionais com os impactos das mudanças climáticas no fluxo das cadeias produtivas. 

Nesse cenário, as diretrizes e recomendações relacionadas a ESG ganharam mais destaque após a pandemia, que aumentou a pressão por uma produção social e ambientalmente correta em todas as áreas, inclusive no setor do agronegócio. 

Afinal, o objetivo é evitar os prejuízos causados por crises econômicas e sanitárias como as provocadas pela COVID-19. Por isso, a tendência é que a pressão pela adesão à agenda ESG no agronegócio aumente nos próximos anos.

No Brasil, tais práticas ainda estão sendo implementadas no agronegócio. No entanto, empresários do setor agrícola já enfrentam dificuldades para implementar essa agenda, especialmente às práticas ligadas à governança. 

Por isso, neste artigo, produtores e empresários do setor agrícola vão entender por que e como implementar os princípios da ESG no seu negócio e se preparar para o futuro.

Homem monitora a sua colheita com um tablet.

O que é ESG no agro? 

ESG é a sigla em inglês de “Environmental, Social and Governance”, que pode ser traduzida como “Ambiental, Social e Governança”. 

Como o próprio nome indica, essa sigla se refere ao conjunto de ações e processos adotados por empresas de diferentes segmentos com o objetivo de se tornarem mais responsáveis do ponto de vista ambiental, social e econômico. 

Tais ações são uma resposta à demanda crescente do mercado por soluções e cadeias produtivas mais sustentáveis e socialmente responsáveis, características que têm sido cada vez mais valorizadas pelos consumidores, especialmente pelos países desenvolvidos

Diante dos impactos causados pelo setor agrícola e da importância do agronegócio para a economia brasileira, os produtores que desejam preservar suas negociações comerciais e expandir sua influência no mercado também têm sido pressionados a adotar as práticas ESG.

Afinal, a adoção da chamada Agenda ESG sinaliza ao mercado o comprometimento do agricultor com o uso de práticas sustentáveis e socialmente responsáveis, impactando positivamente toda a cadeia de produção agrícola. 

Para isso, o produtor precisa implementar estratégias que tornam a produção mais eficiente e inteligente, como o uso de tecnologias agrícolas.

Como resultado, a implementação do ESG no agronegócio permite a modernização da cadeia produtiva e ainda garante que o agricultor se torne apto para adquirir diversas certificações internacionais, possibilitando o acesso a fundos de investimento e ao mercado internacional.

Uso de dados no campo.

Como funciona a ESG e quais são suas práticas?

A agenda ESG se baseia em três pilares: meio ambiente, sociedade e governança. Portanto, as práticas dessa agenda exigem que o produtor implemente estratégias alinhadas a esses três pilares. 

Como esse tripé deve orientar todo o processo produtivo da lavoura, é importante entender exatamente quais práticas estão associadas a cada um desses pilares.

Entenda abaixo:

Meio ambiente

Esse pilar faz referência ao termo “enviromental” da sigla ESG e indica as práticas relacionadas à redução do impacto ambiental do processo produtivo. 

Por esse motivo, suas ações têm como objetivo preservar os recursos ambientais para que eles continuem sendo utilizados pelas próximas gerações.

Para isso, o fator ambiental do ESG no agronegócio exige a adoção de diversas medidas, tais como:

  • Gestão de resíduos;
  • Tratamento e reaproveitamento da água;
  • Sistema de coleta da água da chuva;
  • Sistema de reciclagem;
  • Redução da produção de gás carbônico;
  • Redução do desmatamento;
  • Reflorestamento;
  • Diminuição do uso de agroquímicos, como pesticidas e inseticidas;
  • Manejo Integrado de Pragas;
  • Sistemas Integrados de Produção Agropecuária, como Integração floresta-pecuária (ILP) e Integração lavoura-floresta (ILF).

SAIBA MAIS: Aprenda o que são tecnologias sustentáveis na agricultura e veja como elas devem mudar a vida no campo

Sociedade

Esse pilar faz referência ao termo “social” da sigla ESG e agrupa as ações que mostram responsabilidade social e respeito aos direitos humanos, leis trabalhistas, segurança no trabalho, entre outros fatores. 

No caso do agronegócio, isso significa a adoção de práticas como:

  • Oferecer treinamentos focados na segurança do trabalho durante as operações com máquinas agrícolas, por exemplo;
  • Fornecer uma boa infraestrutura para a moradia, alimentação e segurança dos trabalhadores da fazenda;
  • Organizar cursos e eventos que envolvam a sociedade e permita a capacitação profissional dos moradores da comunidade;
  • Respeitar as leis trabalhistas e a legislação ambiental.

Governança

O último pilar diz respeito à governança no âmbito do ESG e se refere às práticas relacionadas à gestão, administração e compliance do negócio. 

Nesse caso, o objetivo é garantir a construção de uma empresa transparente, inclusiva, justa e com um ambiente de trabalho saudável. No setor agrícola, esse pilar exige a adoção de práticas como:

  • Cultura de compliance;
  • Foco na transparência de processos adotados na fazenda;
  • Gestão de riscos;
  • Estruturação hierárquica da fazenda;
  • Qualificação e fortalecimento de gestores;
  • Criação de um código de conduta claro e conhecido por todos;
  • Práticas anticorrupção;
  • Auditorias frequentes.

A importância da sustentabilidade para o futuro da agricultura.

Por que implementar a ESG no agronegócio?

Investir em práticas de ESG no agro permite que o agricultor solicite acesso às certificações ou selos sustentáveis ESG para seus produtos agrícolas. 

Essas certificações comprovam que o produto ou serviço oferecido por uma empresa realmente seguem os princípios da sustentabilidade. 

Como consequência, o agricultor que adquire esse selo e compra que desenvolve uma produção sustentável obtém vários benefícios que justificam a adoção dessa agenda. Conheça algumas dessas vantagens abaixo:

Acesso a taxas de juros menores

Diversos bancos e instituições financeiras já oferecem taxas de juros menores para empresários que comprovam a adoção de práticas mais sustentáveis, o que facilita o acesso à crédito. 

A tendência é que essa política de taxas de juros reduzida aumente nos próximos anos, estimulando a adoção da agenda ESG.

Permite o acesso a novos mercados

Apesar de ser um dos líderes do agronegócio global, o Brasil tem enfrentado a pressão por adotar práticas mais sustentáveis na produção agrícola. 

Por isso, mesmo sendo uma referência na produção de commodities, os agricultores brasileiros já enfrentam dificuldades para acessar mercados mais exigentes, especialmente nos países desenvolvidos. 

Nesse contexto, o agricultor que apresenta uma certificação ESG consegue ultrapassar essa barreira e fazer negociações com clientes estrangeiros com mais facilidade.

Aumenta o lucro por safra

Como a certificação ESG permite o acesso a novos mercados nacionais e internacionais, o agricultor brasileiro também é beneficiado com o aumento da rentabilidade da sua produção. 

Afinal, além dessa expansão de clientes, o produtor pode mudar a forma de fazer negócio, adotando um posicionamento mais estratégico que destaca a sustentabilidade e o diferencial da sua produção.

Atrai novos investidores

Investir em práticas sustentáveis também atrai novos investidores para o setor agrícola, dispostos a fazer grandes investimentos para estimular a adoção da agenda ESG. 

É o caso da BlackRock, maior gestora de ativos do mundo, que defende investimentos em empresas que se preocupam com a sustentabilidade a longo prazo. 

Isso demonstra que os investidores estão alinhados com as tendências do mercado e que querem contribuir para que o desenvolvimento econômico ocorra com apoio de uma gestão socioambiental responsável e transparente.

Desafios da agenda de governança da ESG no agro brasileiro

A agenda da governança de ESG se refere a adoção de práticas e métricas de monitoramento que permitem às empresas adotarem uma gestão mais transparente, eficiente e estruturada. 

Como uma liderança forte e organizada é essencial para tornar a organização mais sustentável e responsável socialmente, a governança também exerce um papel de destaque para o desenvolvimento corporativo

Apesar dessas práticas já serem muito utilizadas por empresas de diversos setores, a governança no agronegócio ainda é um desafio. 

De acordo com um levantamento realizado pela Associação Brasileira do Agronegócio (Abag), a falta de governança é considerada o segundo maior gargalo do setor agrícola no Brasil, ficando atrás apenas dos problemas de infraestrutura.

Os problemas na implantação dessa agenda são resultados de vários fatores, como a dificuldade de acesso à informação. Muitos produtores não adotam essa agenda simplesmente porque não entendem ou desconhecem sua existência. 

Outro fator que contribui para esse cenário é a complexidade da estrutura burocrática em vigor no país. Com tantas leis e normas municipais, estaduais e nacionais, é difícil adotar uma cultura de compliance e seguir todas as normatizações inerentes à atividade agrícola. 

O problema é mais grave entre os produtores de pequeno e médio porte, que ainda precisam levantar recursos para lidar com burocracias e despesas associadas à fazenda.

Nesse cenário, os produtores brasileiros ainda enfrentam dificuldade para adotar a agenda ESG e aproveitar suas vantagens. Por isso, o agricultor precisa aprender como implementar essa agenda e modernizar sua produção agrícola.

Como implementar o ESG no agronegócio?

Para aproveitar as vantagens de uma produção alinhada à agenda ESG, empresários do agronegócio precisam entender como aumentar a responsabilidade socioambiental de seus negócios e ter acesso a várias vantagens competitivas.

Para atingir esses objetivos, quem trabalha com e deseja implementar o ESG no agro pode seguir as dicas abaixo:

1. Aposte na rastreabilidade da cadeia de valor

Saber a origem dos produtos oferecidos pelos fornecedores do negócio é um dos princípios da rastreabilidade da cadeia de valor. 

Com essa informação, o empresário pode se recusar a utilizar produtos obtidos de forma ilícita ou através de um método que provoque grandes danos socioambientais. 

Como a cadeia produtiva do agronegócio é extensa, o princípio da rastreabilidade também pode ser aplicado em diversos nichos do setor. 

Dessa forma, é possível aumentar a transparência na cadeia de suprimentos, mitigar riscos e ter acesso ao compliance socioambiental

2. Invista na digitalização do campo

A tecnologia é a principal aliada do produtor rural para aumentar a sustentabilidade do processo produtivo. 

Afinal, os recursos da Agricultura de Precisão e Agricultura Digital, como drones, sensores, softwares de gestão, telemetria, entre outras ferramentas, permitem o monitoramento eficiente de todas as ações realizadas na fazenda. 

Dessa forma, o produtor tem acesso a informações precisas e detalhadas que o ajudam a otimizar o uso dos recursos ambientais, reduzir a aplicação de defensivos e aumentar a produção.  

Como resultados, essas tecnologias permitem a redução dos impactos socioambientais associados ao agronegócio e ajudam o agricultor a manter suas operações alinhadas com protocolos nacionais e internacionais.

3. Reduza as emissões de carbono 

A emissão de Gases de Efeito Estufa (GEE) são apontados como um dos principais responsáveis pelas mudanças climáticas. 

Uma das consequências dessas mudanças é a elevação da temperatura do planeta e a instabilidade climática, que podem provocar secas intensas e inundações. 

Por isso, o aquecimento global representa um grande desafio para a produção agrícola, já que qualquer atividade no campo depende de um clima favorável. 

Diante desse cenário, diversos setores têm investido em estratégias para reverter esse quadro, evitar prejuízos e alcançar a chamada neutralidade de carbono, ou seja, zerar as emissões de GEE ou compensá-las, quando não for possível eliminá-las. 

Por esse motivo, empresas do agronegócio já começaram a desenvolver programas e estratégias, como a Iniciativa Carbono Bayer, para incentivar produtores e empresários do setor a adotarem práticas de manejo mais sustentáveis. 

Considerando que a tendência é que os mercados e os investidores do agronegócio devem ficar cada vez mais exigentes com as emissões de carbono no setor, é importante que o produtor aposte em estratégias que reduzam as emissões de GEE. Assim, eles podem acompanhar as tendências do mercado.

4. Monitore os impactos sociais da sua empresa

Para atender os princípios da agenda ESG no agronegócio, empresários do setor também precisam se preocupar com os impactos sociais de suas atividades econômicas. 

Para isso, o primeiro passo é investir na avaliação e monitoramento da presença da empresa na comunidade na qual está inserida. 

Dessa forma, o empresário pode estudar iniciativas que fomentem o bem-estar dos funcionários e o desenvolvimento regional, fatores decisivos para a obtenção do selo ESG.

5. Invista em estratégias de governança para o agronegócio

Como a governança ainda é um desafio para o agronegócio, empresários do setor precisam adotar estratégias para melhorar a gestão e aumentar a transparência de seus negócios.

Para isso, o relatório Importância da Agenda ESG no agronegócio, elaborado pela a PwC Brasil, destacou algumas ações que devem ser adotadas por gestores e empresários do agronegócio para modernizar a governança do setor. 

Dentre essas ações, é possível destacar a criação de um plano estruturado de sucessão e revisão da estrutura societária, especialmente nas empresas tradicionais ou familiares. 

Além disso, é importante seguir as regulações internacionais e nacionais do setor, bem como adotar boas práticas de governança corporativa.

Plantio direto de soja.

Agenda ESG é essencial para o futuro do agronegócio brasileiro

Os princípios da agenda ESG permitiram que o setor agrícola entendesse que não deve se preocupar apenas com a sustentabilidade da cadeia produtiva. 

Na verdade, os outros pilares desse conceito, “Social” e “Governança” também são essenciais para manter a produção agrícola alinhada às tendências e transformações do mercado. 

Para isso, empresários do setor precisam modificar suas práticas de manejo, gestão e liderança, que devem ser orientadas pela agenda de sustentabilidade e responsabilidade social e administrativa. 

Para facilitar esse processo de modificação, é imprescindível que o produtor rural invista na digitalização do campo, investindo em ferramentas como o Climate FiedlView, a plataforma de agricultura digital da Bayer. 

Assim, ele tem acesso a recursos que permitem a otimização da produção, a redução dos custos operacionais e a realização de operações mais eficientes e com menor impacto ambiental. Dessa forma, o agricultor consegue dar o primeiro passo para que sua produção atenda aos princípios da agenda ESG.