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Tratamento de Sementes: prática alia baixo investimento a alto retorno

Escrito por Equipe FieldView™ | 31/08/2020 17:00:00

Técnica agronômica adotada pela maior parte dos agricultores do País, o Tratamento de Sementes tem se mostrado uma ação preventiva das que mais contribui para o início saudável dos campos de produção.


Imagem: AgroBayer

Quem não está familiarizado com o dia a dia do campo pode imaginar que a arte de cultivar acontece em determinado período do ano e que, simplesmente, pelo fato de a semente ser colocada no solo, algo irá crescer ali e produzir. De fato, isso ocorre, o que não quer dizer que se obterá um bom rendimento na área e o melhor aproveitamento possível da fertilidade do solo.

Fazer agricultura, em países de ambiente tropical como o Brasil, envolve uma jornada de trabalho quase que sem intervalos. Devido ao alto risco da atividade, por conta de fatores incontroláveis, como seca, chuva demasiada, ventos, ou controláveis, como plantas daninhas, pragas e doenças, as decisões tomadas para assegurar altas produtividades das lavouras acontecem a todo momento. E é exatamente por tomarem decisões mais assertivas que produtores têm conquistado, cada vez mais, o tão almejado aumento da produção.

Uma dessas decisões, que é altamente recomendada como boa prática agronômica do Manejo Integrado de Pragas, é a adoção do que chamamos de Tratamento de Sementes. Em tese, trata-se da aplicação de produtos sobre a semente que será plantada, podendo ser defensivos biológicos ou químicos, como inseticidas, fungicidas e nematicidas. O objetivo é proteger contra o ataque de patógenos e pragas, garantir a expressão de todo potencial genético e assegurar a qualidade sanitária do insumo.

Uma vez que as variedades de soja ou híbridos de milho foram decididos, a opção por proteger preventivamente as sementes pode ser um dos fatores preponderantes para que se tenha um cultivo de sucesso durante os meses seguintes. O fato de a semente estar recoberta por defensivos propicia condições favoráveis para a boa germinação, uma vez que estará protegida desde o contato inicial com o solo até o começo da formação das plântulas. Dessa forma, assegura-se um stand inicial de qualidade no campo.

Destacamos, ainda, que a opção pelo tratamento deve levar em conta a qualidade da semente escolhida, uma vez que de nada adianta escolher o melhor tratamento se a semente pode ter uma origem duvidosa, com baixa germinação e vigor. A fim de alcançar o sucesso esperado, recomenda-se a prática em sementes certificadas e de boa procedência.

Mas, ao ler tudo isso, você deve estar se perguntando: quais são os tratamentos de sementes existentes e de que forma são realizados? Fique tranquilo, porque é sobre isso que vamos falar neste post!

Escolhendo o melhor tratamento de sementes

A escolha certeira por qual tratamento realizar deve ir ao encontro às necessidades da área a ser semeada. Conhecer a fundo os problemas enfrentados ao longo das últimas safras contribui para que a decisão tomada seja precisa no momento vigente. Por exemplo, saber quais são as pragas comuns em início de ciclo na sua lavoura o ajuda a definir o modo de ação e o inseticida ideais que deverão ser utilizados no tratamento. Essa análise racional, baseada no histórico da área a ser cultivada, também serve para definição dos fungicidas a serem utilizados no tratamento.
As pragas mais comuns em início de ciclos nas culturas de grãos são: lagarta-da-soja (Anticarsia gemmatalis), broca-do-colmo ou lagarta elasmo (Elasmopalpus lignosellus), Helicoverpa (Helicoverpa spp), lagarta-do-cartucho (Spodoptera frugiperda) e percevejos, no caso do milho. Já entre as doenças que podem comprometer os bons resultados, citamos Fusarium semitectum, Sclerotinia sclerotiorum e Aspergillus flavus.

Atualmente, 95% das sementes são tratadas com fungicidas, 90%, com inseticidas, e 50%, com outras substâncias e micronutrientes. Esses números mostram que a oferta de tratamentos de sementes no mercado é gigante. Por isso, o produtor precisa levar em conta o custo do produto, bem como se o manejo a ser realizado é o mais recomendado para sua realidade. A combinação de produtos como inseticidas e nematicidas, inseticidas e fungicidas e até mesmo a tripla combinação entre inseticidas, fungicidas e nematicidas (em um mesmo tratamento e com efeitos residuais de maior tempo) também tem se mostrado uma ferramenta eficaz na proteção contra pragas iniciais, conferindo maior espectro de controle.

Tratamento industrial ou tratamento On Farm?

De acordo com o tipo de cultivo, o tratamento de sementes pode ser realizado de uma forma. Para a cultura do milho, geralmente, o produtor já encontra híbridos tratados no mercado, o que chamamos de TSI (Tratamento Industrial de Sementes). Mas, em soja, usualmente, o tratamento é realizado diretamente pelo produtor e na fazenda – técnica chamada de Tratamento On Farm –, o que já representa cerca de 60% da realidade dos sojicultores do País. Mas quais são as principais diferenças e benefícios de cada tipo de tratamento?

No TSI, são utilizadas máquinas e equipamentos de alta tecnologia, e as empresas que vendem sementes já realizam o tratamento no pré-ensaque, antes do armazenamento ou até mesmo no momento da entrega ao produtor, preservando, assim, a qualidade do produto. Outro benefício dessa modalidade é que o volume de defensivo aplicado é mais preciso e uniforme, proporcionando máxima proteção. Dentro desse sistema industrial, soma-se outra vantagem: o fato de o produtor não ter contato direto com o produto, o que influencia diretamente a segurança fitossanitária dele.

Já no tratamento On Farm, apesar de os custos poderem ser menores, alguns cuidados devem ser redobrados, como ter mão de obra qualificada para que a operação tenha qualidade elevada, ter cuidado com contaminação e desuniformidade. Alguns produtores optam pela compra de maquinários específicos para a realização do processo na propriedade, outros optam por realizar o tratamento diretamente em tanques já existentes na fazenda.

Ambas as formas trazem ao produtor vantagens e desvantagens, e cabe a ele identificar o que é que mais conveniente. Mas, ao tomar essa decisão, deve-se levar em conta que, pelo baixo investimento financeiro que essa atividade demanda – cerca de 2,2% do custo de produção do hectare de soja, segundo pesquisadores da EMBRAPA Agropecuária Oeste –, a não realização do tratamento pode acarretar perdas significativas de produtividade. Informação que não deixa dúvidas: plantar a lavoura sem tratar as sementes é um risco que não vale a pena!

Agricultura 4.0 no manejo pré-plantio

A agricultura moderna tem se mostrado uma grande aliada dos produtores que adotam boas práticas de manejo pré-plantio em seus campos. Plataformas como o FieldView™, da Bayer, permitem ao produtor ter uma maior facilidade na implementação de testes comparativos entre diferentes tratamentos de sementes. Para isso, estão à disposição funcionalidades como as marcações georreferenciadas, as quais permitem registrar, com exatidão, o local do teste. E mais: possibilitam inserir todas as informações sobre a operação, dispensando o uso de estacas, cadernos e caneta.

Outra contribuição é a possibilidade de cadastro na plataforma FieldView™ da área ou talhão em que o teste foi ou será implementado, ferramenta que permite a simplificação do acompanhamento da lavoura. Isso ocorre por conta do recebimento de imagens de satélite que apontam se, dentro do talhão do teste, existe alguma variabilidade inesperada no desenvolvimento das plantas, permitindo a realização de análises comparativas entre os híbridos ou variedades plantadas, o tratamento recebido e a performance e rendimento daquele determinado campo. É a tecnologia apoiando o agricultor na escolha do produto ideal, por meio de dados gerados a cada instante.

Sabe o que é o FieldView™?

O FieldView™ é uma plataforma de agricultura digital que auxilia o produtor a coletar e visualizar informações sobre seus talhões, para que a tomada de decisão seja precisa, minimizando prejuízos. Curtiu o nosso conteúdo? Deixe seu comentário abaixo, pois a sua opinião é muito importante para nós. E você que utiliza o FieldView™, compartilhe a sua experiência. Para mais dicas, siga as nossas redes sociais (@climatefieldviewbr). 😊